
O piloto Rog�rio Almeida Antunes, preso pela Pol�cia Federal no domingo em um s�tio no Esp�rito Santo com 443 quilos de coca�na no helic�ptero, admitiu em depoimento que, pelo valor oferecido para o transporte da mercadoria, imaginou que fosse droga. Rog�rio � funcion�rio da Limeira Agropecu�ria, empresa comandada pelo deputado estadual Gustavo Perrella (SDD), filho do senador Zez� Perrella (PDT-MG), ex-presidente do Cruzeiro. Ele admitiu ainda que os patr�es n�o sabiam qual era a carga.
De acordo com a vers�o do advogado do piloto, Nic�cio Pedro Tiradentes, o voo com a droga foi autorizado. O advogado garantiu que Rog�rio n�o sabia que transportava drogas e que foi informado pelo copiloto Alexandre Jos� de Oliveira J�nior, de 26 anos, que o carregamento era insumo agr�cola.
Alexandre, que no voo agiu como copiloto, declarou � PF que um indiv�duo chamado Harley prometeu a ele R$ 60 mil para fazer o voo e que o dinheiro seria dividido com Rog�rio. “Questionado sobre se considera um comportamento razo�vel aceitar fazer o transporte de 400kg de uma carga desconhecida ante a promessa de pagamento de um indiv�duo que praticamente desconhece, reconhece que n�o � um comportamento normal”, informou Alexandre.
Os agentes da PF quiseram saber se os patr�es do piloto sabiam da carga transportada. “Questionado se o senador (Zez� Perrella) ou alguma pessoa da empresa (Limeira Agropecu�ria) tinha conhecimento do voo realizado para transporte de droga, respondeu que ningu�m sabia do transporte de droga, mas que eles autorizavam a realiza��o de frete pelo interrogado, ao pre�o de R$ 2 mil a hora”, esclareceu ele, segundo transcri��o do depoimento. “Questionado sobre a quantidade de horas desde quando come�ou o voo para buscar e transportar a droga, respondeu que foram 18 horas”, acrescentou Rog�rio.
Liga��es
Para descobrir a origem e o destino da quase meia tonelada de coca�na encontrada no helic�ptero a Pol�cia Federal (PF) vai submeter � per�cia os 11 celulares apreendidos com os quatro presos. As liga��es telef�nicas podem ser a chave para elucidar a participa��o de outras pessoas no tr�fico de drogas. A per�cia nos aparelhos come�ou na segunda-feira e o prazo m�ximo para a conclus�o � de um m�s, segundo o delegado.
O delegado da Superintend�ncia da PF em Vit�ria (ES) Leonardo Damasceno expediu ontem as cartas precat�rias para que os s�cios da Limeira Agropecu�ria prestem depoimento � PF em Belo Horizonte. Al�m do deputado estadual Gustavo Perrella, tamb�m s�o s�cios da empresa a irm� dele, Carolina Perrella e um sobrinho, Andr� Almeida Costa. A empresa foi criada em maio de 1999 e o senador deixou de ser s�cio dela em maio de 2008.
A reportagem do Estado de Minas tentou contato com o advogado do outro piloto, Alexandre Jos� de Oliveira J�nior, mas o que constava no inqu�rito da PF foi destitu�do pela fam�lia. O novo advogado n�o foi encontrado.
Trechos do depoimento de Rog�rio Almeida Antunes
“Que questionado se perguntou o que era, respondeu que n�o; que questionado quanto receberia pelo transporte do il�cito, respondeu que seriam R$ 106 mil, mais as despesas da m�quina; que pelo valor oferecido, imaginou que fosse droga, que Alexandre (copiloto) parecia estar desesperado; que resistiu em aceitar a proposta, mas depois acabou aceitando voar”
“Que questionado se o senador (Zez� Perrella) ou alguma pessoa da empresa (Limeira Agropecu�ria) tinha conhecimento do voo realizado para transporte de droga, respondeu que ningu�m sabia do transporte de droga, mas eles autorizavam a realiza��o de frete pelo interrogado, ao pre�o de R$ 2 mil a hora; que questionado sobre a quantidade de horas desde quando come�ou o voo para buscar e transportar a droga, respondeu que foram 18 horas”
Receptador
O inqu�rito detalha tamb�m que a droga apreendida era destinada a uma pessoa, que pegaria a carga em um posto de gasolina na entrada da cidade de Afonso Cl�udio, no Esp�rito Santo. Sabe-se tamb�m que o helic�ptero foi carregado pr�ximo � cidade de Avar� (SP), distante 263 quil�metros da capital paulista. A primeira parada para abastecimento foi no Campo de Marte, em S�o Paulo, e a segunda em Divin�polis, no Centro Oeste de Minas.