O deputado estadual licenciado Sim�o Pedro negou nessa quarta-feira ter alterado os documentos que enviou ao ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Martins Cardozo, com den�ncias sobre o cartel que teria atuado em contratos de trens e metr� de gest�es do PSDB em S�o Paulo. Tucanos acusaram o parlamentar, atual secret�rio de Servi�os da gest�o Fernando Haddad (PT), de ter “adulterado” os pap�is para incriminar o partido. Tamb�m ontem, Cardozo e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) trocaram farpas sobre o caso.
O material entregue por Sim�o Pedro ao ministro da Justi�a inclu� outros pap�is, que apontam caixa 2 do PSDB e do DEM. No relat�rio principal, elaborado em 2013, revelado na semana passada pelo Estado, o ex-executivo da Siemens cita o deputado Edson Aparecido (PSDB), hoje chefe da Casa Civil do governo Alckmin, como destinat�rio de propina e atribui proximidade de outros parlamentares do partido com o consultor Arthur Teixeira, apontado como intermedi�rio dos pagamentos. Todos negam enfaticamente as acusa��es.
'Ris�vel'
Alvo das cr�ticas dos tucanos na ter�a-feira, o ministro afirmou nesta quarta-feira � R�dio Estad�o que a queixa do PSDB sobre uma poss�vel adultera��o das den�ncias chega a ser “at� ris�vel”. Cardozo disse lamentar que haja uma tentativa de transformar as investiga��es sobre o cartel em disputa pol�tica.
“H� outras partes, eu diria, mais substantivas do ponto de vista informativo, que estavam nesse documento. Pode parecer, ao meu ver, algo at� ris�vel. Voc� recebe um amplo material de investiga��o, algu�m sem saber quem mandou oficialmente diz que houve adultera��o. Se n�o se sabe quem mandou, como � que pode adulterar? � uma tentativa de fazer uma confus�o para a opini�o publica, que eu lamento”, disse Cardozo. “Se � um documento ou outro, se � uma tradu��o, isso vai ser investigado.”
Horas depois, ao ser questionado sobre as declara��es do ministro, Alckmin endossou a cr�tica feita pelo PSDB no dia anterior e usou termos como “mentira” e “falsidade”. “O que nos deixou estarrecido: primeiro, a mentira”, disse Alckmin, referindo-se � informa��o de que o relat�rio de Rheinheimer teria chegado � Pol�cia Federal via Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade). “A� vem o presidente do Cade e diz: ‘n�o encaminhei nada’.”
“Segundo, a falsidade”, continuou o governador, referindo-se � nota de Rheinheimer em que ele diz que o documento � ap�crifo. “Terceiro, um documento de 2008, quando � traduzido do ingl�s para o portugu�s, � acrescentado, falsificado, listando nomes, acusando pessoas e partido pol�tico.”