O governador Eduardo Campos e a ex-ministra Marina Silva divergiram nessa quinta-feira (28) publicamente sobre a forma��o de palanques nos Estados para as elei��es de 2014. Enquanto Marina defendeu a tese de lan�ar candidatura pr�pria, Campos desconversou e disse que as decis�es estaduais dever�o beneficiar o projeto nacional. Atualmente, PSB e Rede enfrentam dificuldades em chegar a um consenso em importantes col�gios eleitorais, como S�o Paulo e Minas.
Nesta quinta-feira, ao ser questionada sobre a situa��o paulista a ex-ministra do Meio Ambiente defendeu o lan�amento de um nome pr�prio no Estado. “N�s, da Rede, estamos trabalhando para ter candidatura pr�pria”, afirmou Marina. Ela disse, no entanto, que n�o h� nada acertado, e que a discuss�o est� no in�cio. “N�s estamos apenas no come�o, ainda haver� muitas surpresas pela frente.”
Campos, por sua vez, defendeu que � hora de pensar na candidatura nacional, mas deixou claro que n�o far� interfer�ncias nas discuss�es que j� tinham sido iniciadas nos diret�rios estaduais. “O debate regional vai vir depois do nacional. Isso est� muito claro para n�s. Agora, n�s n�o vamos atropelar dire��o regional nenhuma. Vamos respeitar o di�logo e o debate dentro do partido em cada Estado”, afirmou.
Apesar da resist�ncia de Marina, a articula��o entre PSDB e PSB � considerada pelos tucanos como “irrevog�vel”. O governador Geraldo Alckmin tem pressionado para que o partido antecipe o an�ncio do apoio � sua reelei��o. Campos teria dado sinal verde para a alian�a, que inclui a indica��o do deputado M�rcio Fran�a (PSB-SP) como vice da chapa.
A expectativa no Pal�cio dos Bandeirantes � de que o governador de Pernambuco aproveite uma visita ao Estado na pr�xima segunda-feira para deixar claro que apoia a dobradinha. A press�o da Rede, contudo, pode adiar esse movimento. “A an�lise dos Estados ser� feita sem pressa. Essas defini��es ser�o submetidas ao diret�rio nacional e s� devem sair depois do carnaval”, pondera Carlos Siqueira, secret�rio-geral do PSB.
Mudan�a
Durante a apresenta��o do primeiro documento fruto da alian�a entre o PSB e a Rede, Marina voltou a afirmar que quando decidiu entrar para a legenda, em outubro, sabia que Campos preparava a sua candidatura � Presid�ncia e que a parceria tinha como objetivo ajud�-lo nesse projeto.
Os dois aliados repetiram ainda o mantra de que ir�o manter as conquistas econ�micas e sociais alcan�adas no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (2003-2010). Campos, no entanto, apostou no discurso de “mudan�a” e, ao criticar a polariza��o entre PT e PSDB, colocou o seu nome como uma op��o de terceira via.
“Esses dois pilares foram importantes, mas eles hoje s�o insuficientes para melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro. � preciso ir adiante. E � exatamente para saber como ir adiante que n�s estamos aqui lan�ando este documento.”
O tom adotado pelo pernambucano � muito parecido com o de Lula, em 2002. Na �poca, o petista tamb�m se colocava como uma op��o de “mudan�a segura”, ao garantir que os avan�os na economia n�o seriam perdidos. Campos, que fez parte dos governos petistas at� setembro, pretende ainda lan�ar um documento no qual ir� deixar claras suas inten��es na condu��o do Pa�s caso venha a ser eleito, algo bastante parecido com a “Carta ao Povo Brasileiro” apresentada por Lula em 2002.