O Programa Bolsa Fam�lia quer alcan�ar brasileiros que n�o s�o beneficiados com qualquer programa social do governo. "Queremos localizar 600 mil pessoas, que � o que estimamos no Brasil. A estimativa, na ponta do l�pis, � dif�cil at� porque s�o pessoas que, em geral, n�o est�o em nenhuma outra rede. N�o est�o na tarifa social de energia el�trica, n�o est�o na rede de sa�de p�blica, n�o est�o na escola", disse a ministra do Desenvolvimento Social e Combate � Fome, Tereza Campello, ap�s sess�o na Assembleia Legislativa de S�o Paulo, em comemora��o aos 10 anos do programa de transfer�ncia de renda.
Segundo Campello, o programa retirou 36 milh�es de pessoas da extrema pobreza e tem contribu�do para o desenvolvimento do pa�s. “Acho que a maior contribui��o foi o que aconteceu com as crian�as. As nossas crian�as est�o em sala de aula e aumentou-se a frequ�ncia escolar das crian�as pobres do Bolsa Fam�lia, que � acima da m�dia nacional”, disse.
Em todo o pa�s, de acordo com o minist�rio, 13,8 milh�es de fam�lias recebem o benef�cio. No estado de S�o Paulo, o segundo com maior n�mero de fam�lias atendidas pelo programa, atr�s apenas da Bahia, s�o 1,3 milh�o de pessoas beneficiadas.
Sobre o fato de o programa receber muitas cr�ticas, principalmente relacionando-o a um programa assistencialista, a ministra disse que esta � uma discuss�o superada. "O Bolsa Fam�lia ajudou a emancipar as mulheres, a taxa de fecundidade entre as mulheres pobres caiu mais do que a m�dia nacional, portanto, n�o � verdade que as mulheres pobres t�m mais filhos para receber o Bolsa Fam�lia, disse.
Tereza Campello destacou que n�o � verdade que as mulheres gastam mal o dinheiro do Bolsa Fam�lia. “Foi uma decis�o correta dar o Bolsa Fam�lia para as mulheres, porque, para elas, a prioridade s�o as crian�as. Elas gastam em alimenta��o, roupas, cal�ados e material escolar. Hoje conseguimos mostrar que o Bolsa Fam�lia n�o s� aliviou a pobreza, mas garantiu a frequ�ncia escolar, a melhora da sa�de das crian�as e das gestantes e est� contribuindo para que o pa�s seja um outro pa�s", falou.
A ministra disse que os n�meros do programa revelam que a maior parte dos benefici�rios tem emprego. “Cerca de 74% do p�blico do Bolsa Fam�lia trabalha, porque a fam�lia � numerosa ou porque a pessoa trabalha em um emprego vulner�vel. Mesmo assim, ela acaba recebendo menos do que seria necess�rio para sustentar sua fam�lia com dignidade. Portanto, n�o � verdade que as pessoas n�o trabalham. As pessoas trabalham e o Bolsa Fam�lia complementa a renda".
Duas benefici�rias do Bolsa Fam�lia participaram do evento na Assembleia Legislativa e disseram que o programa ajuda a complementar suas rendas. Uma delas � a auxiliar de limpeza Maria Aparecida Fontes, 50 anos, m�e de nove filhos, quatro deles menores, moradora do bairro Parque Figueira Grande, na zona sul da capital paulista, e que recebe o benef�cio h� 10 anos.
Ex-presidi�ria, Maria Aparecida contou que o programa a ajudou a enfrentar as dificuldades quando estava desempregada e agora complementa a sua renda. "Mudou bastante. A gente tinha dificuldade para conseguir emprego pelo fato de n�o ter boa anteced�ncia. Catava papel�o na rua e fazia reciclagem para comprar um leite, para comprar mistura para os filhos. Para mim foi uma mudan�a de vida mesmo", ressaltou.
Michele da Silva, 30 anos, que mora em Heli�polis, tamb�m na zona sul da capital, vai come�ar a receber o benef�cio este m�s. Recepcionista e m�e de dois filhos (um de 4 anos e outro de um ano e tr�s meses), Michele contou ter recebido o cart�o do Bolsa Fam�lia ontem (3).
“Vou passar a receber a partir de agora, mas acredito que vai ajudar bastante na minha renda. Eu pago aluguel. O dinheiro a mais sempre vai auxiliar meus filhos. Vou poder comprar um t�nis, uma roupa ou uma mochila se ele estiver precisando. � um dinheiro que vai ser voltado s� para eles”, disse ela.
"Eu trabalho e vou complementar minha renda. Cada pessoa tem uma vis�o. Acredito que as pessoas que tenham essa vis�o de que [o programa] � uma esmola n�o veem o lado pobre de S�o Paulo ou do pa�s. As pessoas fecham os olhos para n�o ver a realidade. E � uma realidade que temos no dia a dia e que pode aumentar”, falou.