Apesar da oferta de ferramentas para a comunica��o digital e da abertura da legisla��o eleitoral para a rede mundial de computadores, a maioria dos deputados mineiros ainda est� atrelada � l�gica do velho marketing: pouco interagem virtualmente com os seus eleitores, limitando-se a divulgar benef�cios levados �s bases eleitorais. A lei avan�a, mas o potencial da m�dia digital est� longe de ser empregado para estimular a participa��o pol�tica dos eleitores.
Entre as plataformas, a rede de microblogs Twitter ainda � a mais popular. Quase todos t�m. Entre os 77 deputados estaduais e 53 federais, nesta ordem, 67 e 53 t�m contas. Muitas inativas, ainda do tempo da campanha de 2010. Alguns, caso do deputado federal Geraldo Thadeu (PSD), mant�m um perfil, mas nunca tuitaram. Outros, como o deputado federal Humberto Souto (PPS), est�o no microblog mas n�o t�m um seguidor sequer.
Com dificuldade de lidar com a tecnologia, quase todos os deputados entregam os pontos para a equipe de profissionais. “S� sei que tenho Facebook. Se tenho site n�o sei. N�o acompanho, quem olha � a minha assessoria. Sou analfabeto digital”, avisa o deputado federal F�bio Ramalho (PV). “N�o tenho h�bito de usar as redes sociais. Fa�o pol�tica � no corpo a corpo”, acrescenta. Ramalho n�o est� sozinho. “Tenho Facebook, Twitter e o site. Mas quem faz � a minha assessoria. Sou meio bicho do mato, tenho dificuldade”, admite o deputado federal Aelton Freitas (PR) .
Contas no Twitter paradas, delineia-se tend�ncia de migra��o para o Facebook. Mant�m o perfil nessa rede 39 deputados estaduais e 36 t�m fan pages. Entre deputados federais mineiros, 20 t�m contas e 37 fan pages. A maioria n�o se encarrega nem de acessar essas plataformas digitais para conhecer os seus “amigos” eleitores. “Estou no Facebook, mas n�o entro muito. Apanho muito disso a�”, confessa o deputado federal Aracely de Paula (PR). “Meu voto � geogr�fico e minha campanha � na base do deslocamento”, afirma.
CONTATO LOCAL Diferentemente das campanhas majorit�rias, em que equipes s�o formadas para atuar na m�dia digital promovendo os seus candidatos e rebatendo ataques advers�rios com uma outra vers�o dos fatos, na disputa pelo Legislativo, para muitos deputados que buscam a reelei��o o que ainda conta � o contato permanente com os l�deres locais – prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e profissionais liberais de destaque. Talvez por isso, para as suas reelei��es n�o seja importante aproveitar as oportunidades de comunica��o e intera��o que essa m�dia oferece.
“De um modo geral a classe pol�tica ainda usa a internet como fazia com os santinhos na d�cada passada. S� em �poca de elei��es”, avalia o especialista em comunica��o digital Alexandre Secco, da Medialogue, que conduz, neste momento, o segundo censo com os congressistas brasileiros destinado a uma radiografia do uso das m�dias digitais. “Apenas uma minoria usa a internet para interagir com o eleitorado, prestar contas do mandato, como imaginar�amos que seria”, afirma.
Ainda em fase de processamento dos dados do novo censo, as primeiras estat�sticas do Medialogue s�o sugestivas de que houve pouca altera��o na forma com que os parlamentares empregam a nova m�dia. H� dois anos, a pesquisa indicou que 25% estavam ausentes da internet, 56% mantinham presen�a pontual e isolada com perfis e pouca atividade. Apenas 19% eram ativos e poderiam ser considerados influentes, pelo emprego dos canais digitais para se aproximar dos eleitores.
Palavra de especialista
Alexandre Atheniense - advogado especialista em direito digital
Perfil falso ser� punido
“De todas as regulamenta��es j� aprovadas no Congresso Nacional relacionadas ao uso da m�dia digital, a chamada minirreforma eleitoral aprovada no Congresso e j� sancionada, que vigorar� para o pleito de 2014, � a mais liberal e vai fomentar muito o uso das redes sociais nas campanhas. Partimos, h� 13 anos, de um cen�rio em que a internet era um campo desconhecido para o legislador que teria de exercer o controle. Agora, ao contr�rio, adotamos o vale-tudo, com limites apenas para vedar o anonimato. O ciberativismo – ou seja, a contrata��o de equipes de campanha para atuar no anonimato das redes em defesa de candidatos e para o ataque a advers�rios – ser� punido. A regra vale inclusive para as pessoas que fazem coment�rios na m�dia digital com o uso de perfis falsos. Equipes de campanha que argumentam em defesa de projetos e para desconstruir outros n�o poder�o agir anonimamente. Ter�o de comentar com o nome real.”
Deputados desplugados
Fora da internet ou com presen�a m�nima
Estaduais
Almir Paraca (PT)
Dr. Hely (PV)
In�cio Franco (PV)
Juninho Ara�jo (PTB)
Leonardo Moreira (PSDB)
Leon�dio Bou�as (PMDB)
Pinduca (PP)
Sebasti�o Costa (PPS)
Tiago Ulisses (PV)
Tony Carlos (PMDB)
Federais
Jo�o Magalh�es (PMDB)
Mauro Lopes (PMDB)
Newton Cardoso (PMDB)