
O PT declarou � Justi�a Eleitoral que pagou apenas R$ 2,74 milh�es durante a campanha. A empresa confirma o pagamento dessa quantia e alega que a d�vida em valores atualizados j� chega a R$ 8,48 milh�es. Ideli Salvatti est� numa sinuca de bico, porque se afirmar que pagou todos os servi�os conforme os dois contratos previam, acaba assumindo a pr�tica de caixa dois. Em sua decis�o, a ju�za Rosane Portela Wolff alega que “n�o h� d�vidas acerca do direito da autora (Tv�deo) a ser restitu�da dos valores n�o pagos pelos requeridos”.
No processo movido, al�m do PT como pessoa jur�dica, consta o nome do presidente estadual do partido na �poca em que os contratos foram firmados, Jos� Fritz. Uma decis�o judicial, no entanto, retirou o nome do ex-dirigente do processo. Ao Estado de Minas, o atual presidente da legenda em Santa Catarina, Carlos Vignatti, que derrotou o grupo de Ideli nas elei��es internas da sigla, afirmou que n�o tinha conhecimento do calote. “Inclusive, isso n�o estava na presta��o de contas que recebi. Eu n�o posso me manifestar sobre o assunto simplesmente porque n�o tenho nenhuma informa��o. Eu nem sequer sabia desse processo”, defendeu-se.
Questionado se a sigla reconhecia o calote, ele afirmou que vai procurar saber o que realmente aconteceu durante a campanha de Ideli Salvatti. Vignatti afirmou que a ministra j� retirou o nome da disputa eleitoral para o governo do estado em 2014. “Em rela��o ao Senado, eu n�o sei. Ainda vamos fazer esse debate”, explicou. A rela��o da ministra com o Diret�rio Regional do Partido dos Trabalhadores em SC piorou desde as den�ncias de uso indevido do helic�ptero do Samu. As chances de se candidatar a uma vaga de senadora e at� mesmo de deputada federal s�o pequenas. Na reforma ministerial que ser� iniciada em janeiro, Ideli deve perder for�a. Nos bastidores do Planalto, circula a informa��o de que ela pode ser agraciada com um minist�rio menor ou com uma secretaria vinculada � Presid�ncia da Rep�blica.
Contratos O primeiro contrato para produ��o e capta��o de imagens da candidata foi firmado em 17 de fevereiro de 2010 pelo valor de R$ 1,5 milh�o, que deveria ser pago em quatro parcelas de R$ 375 mil. Um m�s depois, em 17 de mar�o, o PT e a empresa assinaram outro contrato, para produzir o conte�do da propaganda eleitoral gratuita para tev� das candidaturas majorit�rias do PT ao governo estadual e ao Senado por Santa Catarina no primeiro turno das elei��es. Dessa vez, a quantia era de R$ 3,7 milh�es. A Corregedoria do Tribunal de Justi�a de Santa Catarina atualizou o valor da d�vida utilizando como refer�ncia �ndices de corre��es .
Na peti��o, a empresa alega que “em rela��o ao primeiro contrato os requeridos n�o pagaram nos prazos acordados e muito menos pagaram o valor correto, sempre pagando um valor menor em datas diferentes das acordadas”. A produtora atesta que a pr�tica do n�o pagamento se repetiu em rela��o ao segundo contrato.
A Tv�deo comunicou que, antes de entrar na Justi�a, tentou por todos os meios receber pelos servi�os prestados. “Infelizmente, eles n�o honraram o compromisso”, alegou o advogado Wandergel Leitosa. Por meio de sua assessoria de imprensa, a ministra Ideli Salvatti comunicou que n�o se pronunciaria sobre o assunto. (Colaborou Antonio Tem�teo)
Helic�ptero
No in�cio de novembro, Ideli Salvatti foi convocada a prestar esclarecimentos na Comiss�o de �tica P�blica da Presid�ncia da Rep�blica sobre o uso de um helic�ptero da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) em Santa Catarina. O processo foi aberto depois de den�ncias de que ela, at� ent�o pr�-candidata do estado catarinense ao Senado, turbinou apari��es p�blicas em sua base eleitoral justamente a bordo dessa aeronave, destinada prioritariamente � remo��o de feridos graves resgatados em acidentes. Investiga��o em curso do Minist�rio P�blico Federal em Santa Catarina (MPF-SC) aponta que ocorreram 52 acidentes com 73 feridos e dois mortos nas estradas do estado em pelo menos tr�s dias em que a ministra utilizou a aeronave.