
A primeira conta feita em um restaurante na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde Campos e A�cio jantaram longe dos holofotes em 8 de dezembro, foi a dos n�meros de urna das legendas. � importante para o tucano que o PSDB concorra sozinho em Minas, para elevar a vit�ria de A�cio onde ele � mais forte. No estado natal, o tucano quer garantir uma frente de 4 milh�es de votos em rela��o a Dilma. Pelos c�lculos internos, concentrar a campanha em um candidato a governador com o mesmo n�mero do nome para presidente representa um impacto de 2% a 3% na vota��o.
A outra quest�o � pol�tica: falta confian�a. Depois de eleito prefeito de Belo Horizonte, Lacerda vetou as principais indica��es dos tucanos para a composi��o de governo. At� mesmo uma articula��o para escolher o presidente da C�mara Municipal foi negada. Aliados avaliam que, se o PSDB “entregar” o Pal�cio da Liberdade ao socialista, podem ficar vendidos na administra��o.
Por sua vez, A�cio deixar� o caminho livre para Eduardo Campos em Pernambuco tentar vencer ou pelo menos diminuir uma vit�ria de Dilma, que � forte nos estados do Nordeste. Coube a Campos fazer o primeiro gesto concreto, depois do jantar que acertou, n�o s� a quest�o de Minas e Pernambuco, mas uma esp�cie de divis�o das prioridades eleitorais. O pernambucano oficializou ontem a entrada do PSDB na sua administra��o, concedendo ao partido a pasta do Trabalho, Qualifica��o e Empreendedorismo e a Presid�ncia do Departamento Estadual de Tr�nsito (Detran).
OPOSI��O
Com a entrada de um nome indicado pelo presidente do PSDB local, deputado federal S�rgio Guerra, fica consumada a ades�o do partido – que at� ent�o fazia oposi��o a Campos na Assembleia – � futura candidatura ao governo. O PSB mineiro agora aguarda uma conversa com os tucanos no estado. A nomea��o de Tiago Lacerda, filho de Marcio Lacerda, para comandar a Secretaria de Turismo e Esportes, que incorpora as fun��es da pasta que tratava de a��es para a Copa do Mundo, n�o foi vista como uma nova sinaliza��o, j� que, segundo o presidente do PSB estadual, deputado federal J�lio Delgado, ele n�o � filiado.
Delgado diz que o PSB n�o exige uma pasta, pois j� integra o governo de Antonio Anastasia, mas espera uma conversa institucional para resolver a situa��o do partido. A quest�o agora � se o PSB ser� convidado a compor chapa majorit�ria com o candidato tucano, ex-ministro das Comunica��es Pimenta da Veiga, ou se ficar� avulso. O secret�rio de Governo de Minas, Danilo de Castro (PSDB), afirmou ontem que as conversas entre A�cio e Eduardo Campos est�o avan�adas no sentido de garantir um territ�rio ameno de disputa que lhes permita uma uni�o em um eventual segundo turno contra Dilma.
De acordo com o secret�rio, n�o interessa a nenhum dos dois enfraquecer o outro, por isso, o acordo entre eles vai se refletir nos estados de origem. Danilo de Castro confirmou que o PSDB n�o espera uma candidatura advers�ria de Marcio Lacerda em Minas Gerais. “Sendo um prefeito muito bem avaliado, ele n�o vai partir para uma aventura sem o apoio do A�cio e do Anastasia. N�o teria chance eleitoral nenhuma”, avalia.