Roseana renuncia mandato em abril e tenta o Senado

Em meio a uma crise na seguran�a p�blica de repercuss�o internacional, a governadora Roseana Sarney (PMDB-MA) vai renunciar ao mandato em abril para disputar uma vaga no Senado e garantir a perman�ncia da fam�lia no poder, o que obrigar� o Estado a fazer uma nova elei��o para escolha do sucessor dela at� janeiro de 2015.

A solu��o e as explica��es para a barb�rie nos pres�dios ficar�o para um governador “tamp�o”, que ser� eleito pela Assembleia Legislativa, em vota��o indireta. A ren�ncia de Roseana for�ar� uma nova elei��o porque o vice-governador, Washington Oliveira, foi nomeado conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) numa manobra para tirar o ent�o petista do comando do Pal�cio dos Le�es. A Constitui��o determina que, neste caso, quando n�o h� o vice, deve haver elei��o indireta para o mandato “tamp�o” - cen�rio que j� ocorreu no Distrito Federal e no Tocantins, por exemplo.

Numa reuni�o h� duas semanas, na Ilha de Curupu, onde a fam�lia Sarney tem casa, Roseana afirmou que n�o tinha inten��o de disputar o Senado e que sua vontade seria se mudar para os Estados Unidos. Foi convencida do contr�rio pelo pai, o senador Jos� Sarney (PMDB-AP). Um dos presentes contou ao Estado que Sarney alertou a filha de que ela era a �nica que poderia manter o poder pol�tico da fam�lia (o senador tem 83 anos) e, como congressista, manteria a imunidade parlamentar. Sarney, segundo relatos, comparou a situa��o � do ex-presidente Bill Clinton.

“Voc� � a continuidade. Vai sair da pol�tica e viver pagando advogados? Depois que a gente senta em certas cadeiras, fica vulner�vel a processos. Clinton, quando saiu da presid�ncia, enfrentou v�rios processos”, disse o senador, segundo interlocutores. Os irm�os Fernando (empres�rio) e Zeca Sarney (deputado pelo PV-MA) concordaram com o pai.

Ao renunciar ao governo, Roseana deixaria de ser alvo em quest�es como a crise nos pres�dios, mudando o foco para a candidatura. Ap�s o apelo do pai, ela cedeu. A fam�lia, contudo, tem pela frente mais um complicador: a escolha do candidato “tamp�o”. Gostaria de indicar um secret�rio estadual para a disputa, mas o presidente da Assembleia, Arnaldo Melo (PMDB), com votos na situa��o e na oposi��o, imp�s seu nome.

Emparedada no Legislativo e desgastada pela selvageria nos pres�dios, a governadora pode acabar cedendo ao peemedebista, evitando que o nome de sua prefer�ncia perca a elei��o indireta e ela, sua influ�ncia no comando do Estado. Principal advers�rio da fam�lia Sarney, o presidente da Embratur, Fl�vio Dino (PCdoB) tamb�m vai renunciar ao cargo no final do m�s para se preparar para a elei��o de outubro. A decis�o pela sa�da foi refor�ada pela crise na seguran�a.

A oposi��o considera o momento favor�vel n�o s� na tentativa de retornar ao Pal�cio dos Le�es, mas de ocupar a vaga em disputa no Senado, com o enfraquecimento pol�tico de Roseana. O nome mais cotado � o do vice-prefeito de S�o Lu�s, Roberto Rocha (PSB), aliado do  ).

"Se Roseana n�o sair para o Senado, o grupo dela acaba e eles (os Sarney) precisam de influ�ncia l�", afirma Tavares. Ele diz que pretende concorrer ao mandato tamp�o, mas reconhece ser dif�cil derrotar o atual presidente da Assembleia. A reportagem procurou Arnaldo Melo, mas ele n�o ligou de volta.