Amigos do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado a 12 anos e sete meses de pris�o no processo do mensal�o e foragido na It�lia, registraram em cart�rio um documento como parte da estrat�gia para demonstrar o que afirmam ser a inoc�ncia do ex-dirigente do BB. Depois de oito tentativas frustradas, o grupo conseguiu, por meio de Alexandre C�sar Costa Teixeira, um dos petistas mais pr�ximos do foragido, registrar, no 22º Of�cio Notarial do Rio de Janeiro, uma declara��o oficial.
"Foi o nono cart�rio", disse Teixeira. "Os oito anteriores deram as mais variadas e esfarrapadas desculpas para n�o registrar. Uns diziam que eu fosse � Pol�cia Federal; outros afirmavam que era uma den�ncia contra o Supremo ou que eu estava usando um artif�cio para denunciar o Supremo; outros me diziam para procurar o Minist�rio P�blico." A inten��o inicial era registrar uma Escritura P�blica Declarat�ria, mas acabou frustrada.
O Ato Notarial, registrado em 18 de dezembro de 2013, afirma Teixeira, apenas declara que existem alguns documentos referentes ao caso do mensal�o e os descreve sucintamente. A papelada, que tem sido exibida pelo grupo de amigos de Pizzolato em sua defesa e reproduzida na internet, inclui o regulamento do Fundo Visanet, o Laudo 2828 da PF e c�pias de of�cios do banco. A documenta��o, afirma Teixeira, demonstra que o ex-diretor n�o cometeu irregularidades no Banco do Brasil e l� participou sempre de decis�es colegiadas, tomadas em conjunto com outras pessoas.
O objetivo do grupo, agora, � levar os documentos ao Congresso Nacional, �s representa��es no Brasil da Organiza��o das Na��es Unidas e da Organiza��o dos Estados Americanos (� qual � vinculada a Corte Interamericana de Direitos Humanos) e � Embaixada da It�lia. O timing dessa iniciativa, por�m, depende do caso do deputado federal Jo�o Paulo Cunha (PT-SP), outro condenado que lan�ou uma cartilha para se defender. Assim que sair a ordem de pris�o contra Cunha, explicou Teixeira, o grupo vai come�ar a entrega oficial da papelada.
Pizzolato foi acusado de liberar ilegalmente mais de R$ 70 milh�es do Fundo Visanet para a ag�ncia DNA, do publicit�rio Marcos Val�rio Fernandes de Souza, que teria repassado o dinheiro ao esquema do mensal�o. O STF condenou o ex-diretor do BB pelos crimes de peculato, forma��o de quadrilha e lavagem de dinheiro. Para evitar a pris�o, Pizzolato fugiu do Brasil por terra, via Paraguai, e de l� seguiu para a Argentina e depois Europa. Detentor de dupla cidadania (brasileira e italiana), vive inc�gnito na It�lia, que, segundo o tratado de extradi��o que mant�m com o Brasil, n�o � obrigada a extraditar seus nacionais para a Justi�a brasileira (e vice-versa).