Bras�lia – Todos os envolvidos num esquema que desviou R$ 73 milh�es do jogo lot�rico da Mega-Sena, da Caixa Econ�mica Federal (CEF), poder�o responder pelos crimes de peculato, recepta��o majorada, forma��o de quadrilha e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem chegar a 29 anos de pris�o. A Opera��o �skhara foi deflagrada ontem pela Pol�cia Federal (PF) em tr�s estados – Goi�s, Maranh�o e S�o Paulo – para desbaratar a quadrilha envolvida no golpe. As investiga��es v�o continuar, pois h� a possibilidade de existirem outros fraudadores envolvidos no esquema. O banco relatou � PF que se trata da maior fraude j� sofrida em toda a sua hist�ria.
O dinheiro do “falso pr�mio”, de R$ 73 milh�es, foi depositado numa conta banc�ria aberta no final do ano passado em Tocantin�polis (TO) no nome de uma pessoa fict�cia. Em seguida, foi transferido para diversas contas. O agente da PF Jorge Apol�nio Martins disse que esta foi a quarta vez que o golpe foi aplicado no Brasil. Em geral, um gerente da Caixa � cooptado pela quadrilha e confirma o recebimento do pr�mio, transferindo o valor para uma conta dos fraudadores. A quadrilha est� espalhada pelo Brasil, o que dificulta a investiga��o, informou a Pol�cia Federal, que batizou a opera��o de �skhara, nome que vem do grego e significa escara, uma ferida que nunca se cura.
MODUS OPERANDI O gerente-geral da ag�ncia de Tocantin�polis � suspeito de envolvimento no crime e teve a pris�o preventiva decretada. A conta foi aberta em 5 de dezembro, de acordo com o delegado da PF Omar Afonso de Ganter Pelow, em Aragua�na. A autoriza��o para a abertura da conta foi do gerente-geral da ag�ncia, Robson Pereira do Nascimento, que usou sua senha para retirar o valor da conta interna da institui��o de pagamento de pr�mios. Logo depois de a conta ter sido aberta, foram feitas transfer�ncias de R$ 40 milh�es para uma conta em S�o Paulo e R$ 33 milh�es para outra em Goi�s. A partir da�, passaram a ser feitas v�rias transfer�ncias de valores mais baixos, inclusive para outros bancos, para permitir o saque dos valores.
Pelow afirmou que todos os gerentes de ag�ncia da CEF podem movimentar a conta da Mega-Sena, mas o procedimento correto � que a valida��o do bilhete seja feita antes que o dinheiro seja colocado na conta do premiado. Nascimento, segundo ele, n�o fez isso. Cobrado pela institui��o, alegou que tinha mandado o bilhete e a documenta��o do ganhador pelo malote. Em seguida, como estava em f�rias, passou a dizer que estava em viagem pelo Cear� e verificaria o que ocorreu quando retornasse ao trabalho. A Caixa j� bloqueou as contas e recuperou cerca de 70% do dinheiro desviado.
Policiais federais do Tocantins, de Goi�s, do Maranh�o e de S�o Paulo participaram da opera��o; ao todo, h� mais de 65 agentes envolvidos. A PF trabalhou em parceria com o Minist�rio P�blico do Tocantins e n�o havia a inten��o de deflagrar a opera��o ontem, mas ela precisou ser antecipada para evitar vazamento de informa��o. A CEF divulgou nota informando que foi o banco que comunicou a pol�cia sobre a fraude. “Em rela��o � Opera��o �skhara da Pol�cia Federal, a Caixa Econ�mica Federal informa que acionou a pol�cia logo que constatou a fraude. O banco continua acompanhando o caso e est� � disposi��o da PF para colaborar com as investiga��es.”