S�o Paulo - O procurador Luiz Antonio Guimar�es Marrey, de 58 anos, aliado do ex-governador Jos� Serra (PSDB) e pr�ximo do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), diz que “ainda n�o decidiu”, mas j� tem o discurso pronto para entrar na corrida pelo cargo de procurador-geral de Justi�a de S�o Paulo. “Estou refletindo, n�o decidi”, afirma Marrey, tr�s vezes chefe do Minist�rio P�blico Estadual, entre 1996 e 2004. Nesta quinta-feira, 23,, em reuni�o com seu grupo, Marrey dever� tomar decis�o.
Nos bastidores das promotorias, comenta-se que serristas o procuraram com o prop�sito de incentiv�-lo a concorrer ao cargo de n�mero 1 do Minist�rio P�blico. Ele afirma que s� promotores e procuradores o t�m assediado. “Eles querem um Minist�rio P�blico vibrante, com uma clara agenda para a sociedade, baseada no combate � viol�ncia e � corrup��o.”
Marrey foi fiel escudeiro de Serra na Prefeitura, como secret�rio dos Neg�cios Jur�dicos, e no governo do Estado, como titular da pasta de Justi�a. Depois, assumiu a Casa Civil de Alberto Goldman (PSDB), que era vice de Serra e o sucedeu no governo estadual em 2010.
At� recentemente, Marrey dizia que n�o tinha mais pretens�es de tentar reassumir a cadeira de mandat�rio da institui��o. “Meu tempo j� passou, agora s� quero dar meus pareceres”, comentava, em alus�o � tarefa que ora exerce em processos perante o Tribunal de Justi�a.
As elei��es para procurador-geral est�o marcadas para 5 de abril. O atual chefe do Minist�rio P�blico, M�rcio Elias Rosa, � candidato � reelei��o.
Investiga��es
Se alcan�ar novamente a cadeira de procurador-geral, Marrey vai deparar-se com um cen�rio delicado: est�o em curso investiga��es importantes contra antigos aliados seus, abertas na gest�o Elias Rosa - por exemplo, inqu�ritos em que � citado Kassab, que era vice de Serra quando Marrey foi secret�rio de Neg�cios Jur�dicos. O ex-prefeito � alvo de den�ncias sobre suposto esquema de corrup��o.
Tamb�m cair� na mesa de Marrey o cartel dos trens do setor metroferrovi�rio - esquema que teria operado entre 1998 e 2008 nas administra��es M�rio Covas, que o nomeou duas vezes procurador-geral, Jos� Serra e Geraldo Alckmin, que o nomeou em 2002, em sua terceira passagem como chefe do Minist�rio P�blico Estadual.
“Meu �nico compromisso � com a sociedade paulista e com os promotores que integram a institui��o”, diz Marrey. “Eu tenho recebido apelos de dezenas de colegas do Estado inteiro.”
O procurador afirma que o fato de ter ocupado cargos estrat�gicos em gest�es tucanas n�o o inibe. “De maneira nenhuma. N�o sou filiado a partido pol�tico e tenho hist�rico de exerc�cio independente de minha atividade, sempre atuei honradamente. Denunciei secret�ria de Estado do governo Covas por peculato em pleno exerc�cio do cargo. Minhas gest�es foram reconhecidas.”