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Estado de Minas

Brechas no relat�rio final da Comiss�o da Verdade ser�o sanadas com pesquisas adicionais

Coordenador espera suprir lacunas do documento do grupo. Um ponto � a atua��o do Congresso ante viola��es de direitos humanos


postado em 25/01/2014 06:00 / atualizado em 25/01/2014 00:38

Integrantes da Comissão Nacional da Verdade fazem diligência em vila militar, no Rio, para ouvir ex-presos políticos (foto: Tomaz Silva/Agência Brasil )
Integrantes da Comiss�o Nacional da Verdade fazem dilig�ncia em vila militar, no Rio, para ouvir ex-presos pol�ticos (foto: Tomaz Silva/Ag�ncia Brasil )

Bras�lia – O coordenador da Comiss�o Nacional da Verdade (CNV), Pedro Dallari, afirmou que lacunas observadas no relat�rio final do �rg�o, ainda em fase de elabora��o, ser�o sanadas com pesquisas adicionais, algumas delas j� em curso. Um dos pontos n�o abrangidos pelas atividades do grupo, por exemplo, � a postura do Legislativo diante das viola��es de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988. “N�s soubemos at� que houve, na d�cada de 1970, no auge da crise, uma proposta de instala��o de uma comiss�o parlamentar de inqu�rito sobre isso no Congresso Nacional. Nunca ningu�m tinha trabalhado essa perspectiva e n�s estamos agora indo atr�s”, esclarece Dallari.

Al�m do parlamento, a CNV quer saber como o Judici�rio, a imprensa e outros setores da sociedade lidaram com as graves viola��es de direitos humanos. “Chegamos � conclus�o, no desenho do relat�rio, que esse � um tema importante a ser tratado. N�o queremos apenas descrever as graves viola��es ocorridas, mas registrar como a sociedade reagiu diante daquela situa��o”, afirma o coordenador da CNV. Ele garantiu que o prazo para a entrega do relat�rio final, anteriormente marcado para maio de 2014, mas adiado em seis meses, ser� cumprido. “Minha cabe�a, nesse caso, � de advogado. E advogado trabalha com prazos. O relat�rio estar� pronto at� o fim deste ano.”

Uma audi�ncia p�blica foi realizada ontem, pela CNV, em parceria com a comiss�o do Rio de Janeiro, para ouvir ex-presos pol�ticos e familiares de dois mortos na Pol�cia do Ex�rcito da Vila Militar do Rio: o sargento da Pol�cia Militar da Guanabara Severino Colou e o estudante Chael Schreier, ambos assassinados em 1969.

Dois agentes da repress�o identificados como torturadores tamb�m foram convocados, segundo o presidente da comiss�o do Rio, Wadih Damous, mas n�o apareceram. Um informou estar em viagem e o outro apresentou atestado m�dico. “Entendemos que n�o s�o justificativas plaus�veis. Reiteraremos a intima��o de forma coercitiva”, afirmou Damous, explicando que os intimados poder�o ser levados � comiss�o � for�a pela pol�cia caso se recusem novamente a comparecer.

Laudo cadav�rico Apesar da aus�ncia dos agentes apontados como torturadores na Vila Militar, os trabalhos da comiss�o de ontem trouxeram revela��es importantes. Uma delas veio do m�dico e militar reformado Hargreaves de Figueiredo Rocha, 82 anos. Ele disse que n�o � o autor do laudo cadav�rico de Colou, militante do Colina encontrado morto em uma cela da Vila Militar em 24 de maio de 1969, apesar de o nome dele aparecer no documento oficial. Rocha sustentou que nunca trabalhou na medicina legal do hospital. A morte de Colou foi explicada, oficialmente, como suic�dio — vers�o contestada pela Comiss�o da Verdade do Rio de Janeiro.

Depuseram, ainda, ex-presos pol�ticos, muitos deles ligados � organiza��o Vanguarda Armada Revolucion�ria Palmares (VAR-Palmares), da qual a presidente Dilma Rousseff foi integrante. Um dos depoimentos mais marcantes da audi�ncia veio do jornalista Ant�nio Roberto Espinosa, que passou 28 dias na carceragem da Vila Militar e, ao lado de Maria Auxiliadora Lara Barcellos, foi o �ltimo a ver o estudante Chael com vida. O rapaz tinha o corpo ensanguentado. Maria Auxiliadora acabou se suicidando durante o ex�lio, em Berlim, possivelmente pelos traumas sofridos referentes � tortura e aos abusos sexuais sofridos sob as m�os dos militares.


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