
Preocupada com os protestos contra a Copa do mundo do �ltimo fim de semana, com pris�es e quebradeiras no Rio de Janeiro de S�o Paulo, a presidente Dilma Rousseff convocou uma reuni�o de emerg�ncia para quando ela desembarcar no Brasil, na pr�ximo quarta-feira (29), com os ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, da Defesa, Celso Amrim, e do Esportes, Aldo Revelelo. Dilma est� em Cuba nesta segunda-feira, ap�s pernoitar em Lisboa, vinda de Davos, na Sui�a, onde falou a investidores internacionais sobre a situa��o econ�mica do pa�s. De acordo com a assessoria de imprensa do Minist�rio da Justi�a, a data e o local da reuni�o ainda n�o est�o confirmados.
A presidente estaria preocupada com a viol�ncia dos protestos, a exemplo do que ocorreu em junho e julho do ano passado, quando as principais ruas das cidades brasileiras foram tomadas por ondas de protestos violentos, entre eles contra o Brasil sediar a Copa com investimentos vultosos em detrimentos da educa��o, sa�de, mobilidade urbana e seguran�a p�blica. Depois dos protestos, petistas j� admitem que a onda de manifesta��es poder� prejudicar a reelei��o de Dilma.
O ministro da Justi�a est� em f�rias. De acordo com sua assessoria, ele deve retornar ao trabalho nesta ter�a-feira e j� encontrar� uma s�rie de demandas envolvendo a seguran�a da Copa, maneiras de evitar que os tumultos se espalhem pelo pa�s e formas de conter a a��o violenta contra as manifesta��es por parte das pol�cias estaduais. O governo avalia que a radicaliza��o das ruas, em junho, teve como origem a forte repress�o feita pela Pol�cia Militar de S�o Paulo aos jovens que protestavam contra o aumento da passagem de �nibus.
Tiros
No �ltimo s�bado (25), o manifestante Fabr�cio Proteus Nunes Fonseca Mendon�a, de 22 anos, foi baleado no t�rax e na regi�o genital por policiais militares na Rua Sabar�, em Higien�polis, regi�o central de S�o Paulo. De acordo com a PM, por volta das 22h30, dois homens em atitude suspeita foram abordados na Rua da Consola��o e um deles correu.
Segundo a vers�o dada pela PM, os policiais pediram para revistar a mochila de Fabr�cio, onde acharam um artefato explosivo. A corpora��o afirma que o rapaz, ent�o, tentou fugir. Quando era perseguido, segundo a PM, sacou um estilete que estava no bolso da cal�a, voltando-se contra os policiais, e acabou baleado. Ele passou por opera��o na Santa Casa. O hospital diz que foi preciso remover um dos test�culos da v�tima por causa dos ferimentos.
Testemunhas afirmam que o rapaz n�o reagiu. “Eram tr�s policiais descendo a rua correndo atr�s do menino. Depois do terceiro tiro o rapaz saiu cambaleando e um policial deu um empurr�o nele em cima da �rvore”, disse um morador da regi�o, que n�o quis se identificar.
A fam�lia do rapaz afirma que ainda tenta descobrir o que de fato aconteceu. “Ele estava na manifesta��o e se dispersou. N�o sei o que aconteceu, ele ficou com medo e correu”, disse o irm�o da v�tima, Gabriel Chaves. Segundo a pol�cia, ele seria um adepto da t�tica black bloc. O irm�o de Fabr�cio diz que ele trabalha como estoquista e que, de fato, frequenta protestos com regularidade. Na p�gina dele do Facebook, entre os perfis preferidos, est� a Black Bloc SP.
Apura��o
O defensor p�blico Carlos Weis, coordenador de direitos humanos da Defensoria P�blica de S�o Paulo, acompanha o caso de perto. Outro defensor estava no local por acaso e conversou com pessoas que filmaram o rapaz baleado. “Segundo os relatos, havia tr�s policiais contra uma pessoa com arma branca. � evidente que havia outros meios menos letais de resolver a situa��o.”
Segundo os relatos, ele foi resgatado pela pr�pria PM, contrariando resolu��o do governo do estado, que veta a pr�tica. O porteiro de um pr�dio chegou a pedir uma ambul�ncia, que teria chegado minutos ap�s os policias levarem o rapaz ao hospital. O caso est� sendo investigado a pela Corregedoria da Pol�cia Militar e pela Pol�cia Civil. (Com Ag�ncia Estado)