Rio, 05 - Com distribui��o de cargos no primeiro escal�o e aten��o a pedidos de aliados, o governador do Rio, S�rgio Cabral Filho (PMDB), reagiu ao rompimento do PT com o PMDB no Estado e, em menos de uma semana, fechou alian�a com o PSD, o Solidariedade (SDD) e o PDT em torno da candidatura do vice-governador Luiz Fernando Pez�o (PMDB) a governador. Depois de cinco dias do acerto com o PDT, a filha do presidente nacional do partido, Carlos Lupi, a pedagoga Clarissa Rocha Lupi, foi nomeada para a Ag�ncia Reguladora de Servi�os P�blicos Concedidos de Transportes Aquavi�rios, Ferrovi�rios e Metrovi�rios e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp).
Clarissa ocupar� cargo de assistente, em fun��o comissionada DAS-6, com sal�rio de R$ 3 mil mensais, no gabinete do conselheiro Carlos Correia, ex-secret�rio-geral do PDT-RJ. Lupi nega que a nomea��o da filha tenha rela��o com negocia��es pol�ticas. "A ag�ncia � comandada por pessoas que t�m mandato, que nomeiam os assessores, n�o tem nada a ver com o governo do Estado. Tudo vem em cima de mim", reclamou.
Em nota, a Agetransp diz que "foi criada sob forma de autarquia especial da administra��o indireta, com plena autonomia administrativa, t�cnica e financeira" e que cada conselheiro pode nomear at� quatro assessores. Os conselheiros s�o nomeados pelo governador. O PDT j� tem duas secretarias no governo Cabral e condicionou o apoio a Pez�o a uma vaga na chapa majorit�ria. Segundo Lupi, Cabral aceitou a condi��o e o mais prov�vel � que um pedetista seja o candidato a vice de Pez�o.
O SDD ficou com a Secretaria de Assist�ncia Social e Direitos Humanos, cargo que o deputado estadual Pedro Fernandes ocupar� por apenas dois meses. Em abril, Fernandes deixar� o governo para disputar a reelei��o na Assembleia Legislativa. O PSD recebeu a Secretaria do Ambiente, entregue ao ex-deputado Indio da Costa, que ainda n�o decidiu se tamb�m deixar� o cargo em abril para disputar um mandato eletivo. As duas pastas eram ocupadas por petistas at� o fim da alian�a PMDB-PT.
Tanto o SDD quanto o PDT e o PSD tinham sido procurados pelo pr�-candidato do PT ao governo, Lindbergh Farias, que agora v� reduzidas as op��es de alian�a. "O governo tem atrativos que n�s n�o temos, os argumentos materiais s�o mais sedutores que os pol�ticos e program�ticos", provoca o presidente do PT-RJ, Washington Quaqu�. Com ades�o dos partidos � candidatura de Pez�o, o PT procura avan�ar no di�logo com o PC do B, que lan�ou a pr�-candidatura ao governo da deputada Jandira Feghali.
Para o cientista pol�tico Ricardo Ismael, da PUC-Rio, "neste momento prevalece o pragmatismo total". Por isso, diz, Cabral n�o teve dificuldades em atrair os tr�s partidos para a candidatura de Pez�o. Ismael critica o mandato rel�mpago de dois meses para um secret�rio de Estado. "� um improviso, uma solu��o prec�ria. � dif�cil imaginar que em dois meses se pode fazer algo. O governo usou a m�quina para recompor alian�as. Os partidos que chegaram v�o ganhar visibilidade, est�o apostando no curto prazo. Mais para frente ver�o se a candidatura de Pez�o se tornou competitiva, o que, hoje, parece dif�cil", diz o professor.
Se as alian�as fechadas at� agora em torno de Pez�o forem mantidas, o PMDB ter� mais de oito minutos da propaganda de r�dio e TV, enquanto o PT dever� ter em torno de quatro minutos. "� tempo mais suficiente Lindbergh fazer uma bel�ssima campanha. Pez�o pode ter o dobro do tempo, mas Lindbergh � dez vezes melhor", diz Quaqu�, que ainda acredita em mudan�as at� o in�cio da campanha. "As alian�as neste momento s�o muito vol�teis, se o candidato n�o se viabiliza, todo mundo pula do barco", diz o presidente petista.
Al�m de buscar partidos para compor a chapa, Lindbergh tamb�m ter� que pacificar o PT-RJ, onde ainda � grande a revolta dos que se opunham � sa�da do governo neste momento. O pr�-candidato ainda n�o conseguiu a ades�o � sua campanha de boa parte dos onze prefeitos petistas do Estado. Aliados de Pez�o como o prefeito petista de Niter�i, Rodrigo Neves, t�m criticado o PT pelo fim da alian�a com o PMDB. Na noite de segunda-feira, 3, o clima na reuni�o da executiva estadual foi tenso e o comando regional chegou a amea�ar de suspens�o por dois meses o ex-secret�rio de Assist�ncia Social e Direitos Humanos, Zaqueu Teixeira, por ter criticado o rompimento dos petistas com Cabral. Um grupo de moderados conseguiu evitar a puni��o.