
Na pr�xima semana, as comiss�es t�cnicas da C�mara dos Deputados definem seus novos presidentes e existe enorme expectativa para saber quem assumir� a Comiss�o de Direitos Humanos. A comiss�o foi palco, em 2013, das maiores pol�micas e protestos dentro do Congresso por conta do comando exercido pelo deputado Marco Feliciano (PSC-SP). � frente da comiss�o, Feliciano trabalhou a favor de bandeiras conservadoras radicais como a “cura gay”, que previa tratamento para homossexuais, considerando que essa op��o sexual era uma doen�a. A proposta passou na comiss�o, mas n�o prosperou.
O grupo que conseguiu eleger Feliciano agora opera para fazer um sucessor com o mesmo tipo de pensamento. De olho na comiss�o, o PP se articula, com o apoio dos grupos conservadores da C�mara, para eleger o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). Capit�o militar da reserva, Bolsonaro tem mais de vinte anos de atua��o dentro do Parlamento criando pol�micas. J� defendeu o fechamento do Congresso, aplaudiu na tribuna do plen�rio a ditadura militar e n�o perde oportunidade para engrossar o coro contra conquistas de direitos civis dos homossexuais.
“Se eu virar presidente da Comiss�o de Direitos Humanos, as pessoas v�o sentir saudades do Feliciano”, avisa Bolsonaro em entrevista ao blog de Marcleo de Moraes, no portal Estad�o. “Porque, comigo na presid�ncia, n�o vai adiantar press�o de grupos de defesa de homossexuais dentro da comiss�o. E quem tem visto minha trajet�ria no Congresso sabe que, sozinho, eu toco um rebu contra PT, Psol ou qualquer outro partido”, diz.
O controvertido deputado, que j� teve sua cassa��o pedida pelos advers�rios v�rias vezes pelas ideias que defende, tem uma pauta de propostas pol�micas, caso prospere a negocia��o pol�tica para comandar a Comiss�o de Direitos Humanos.
“Quero votar a redu��o da maioridade penal de 18 para 16 anos. Por mim, baixaria at� para 14 anos, mas estaria sendo hip�crita porque sei que essa proposta n�o passa”.
Ado��o de crian�as por casais do mesmo sexo tamb�m enfrentar� a resist�ncia do deputado. “Se depender de mim, vou trabalhar na comiss�o para n�o ter isso”, afirma.
A metralhadora girat�ria de Bolsonaro atira contra todos e tem o PT como um dos principais alvos, especialmente em rela��o aos programas de assist�ncia social.
“O governo n�o faz planejamento familiar porque acha que quanto mais pobre existir melhor. Porque ser�o mais eleitores amarrados nos seus programas assistencialistas”, ataca.
Bolsonaro tamb�m anuncia que vai propor audi�ncias p�blicas com familiares de militares que morreram durante a ditadura em a��es promovidas por guerrilheiros. “Quero dar voz aos parentes dessas pessoas para contarem o que aconteceu naquele per�odo”.
Ado��o da pena de morte tamb�m � outro alvo do parlamentar. “Sei que � uma cl�usula p�trea da Constitui��o. Mas minha vida ou a sua n�o s�o cl�usulas p�treas e est�o sujeitas aos criminosos”, diz.
A possibilidade de Bolsonaro assumir a comiss�o causa preocupa��o no comando da C�mara, que n�o quer ver a repeti��o do palco de confus�es que a Direitos Humanos se tornou com Feliciano. A ideia � monitorar a elei��o na comiss�o para garantir que um parlamentar com perfil mais moderado assuma a vaga.