O governo escalou 12 ministros para um "plant�o permanente" na C�mara, com o objetivo de acalmar a rebeli�o na base aliada. A iniciativa tenta neutralizar o "bloc�o" criado por aliados do governo na semana passada, para for�ar o Pal�cio do Planalto a abrir negocia��es.
Depois de quase tr�s horas de reuni�o com o vice-presidente Michel Temer e os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Rela��es Institucionais), l�deres da base governista na C�mara sa�ram com a promessa de abertura de di�logo e mais aten��o �s suas reclama��es.
"� evidente que havia um mau humor, e vamos trabalhar para resolver isso", disse o l�der do governo na C�mara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), ap�s o encontro no Planalto. A solu��o da m� vontade dos parlamentares passa, principalmente, pela ocupa��o de cargos, libera��o de verbas para emendas parlamentares e ajuda �s suas bases eleitorais.
Os 12 ministros que ser�o despachados para o Congresso v�m de �reas em que h� mais recursos para emendas e obras. Integram a lista as pastas de Sa�de, Educa��o, Integra��o Nacional, Cidades Turismo, Trabalho, Agricultura, Desenvolvimento Social, Desenvolvimento Agr�rio, Cultura, Esportes e Transportes.
O mesmo modelo foi adotado em 2003 e 2004 pelo ent�o chefe da Casa Civil do governo Lula, Jos� Dirceu. Condenado pelo Supremo Tribunal Federal no processo do mensal�o, Dirceu hoje cumpre pena no Pres�dio da Papuda.
Para o deputado Andr� Moura (PSC-SE), a reuni�o no Planalto mostrou que a iniciativa de criar o "bloc�o" - formado por sete partidos da base aliada - deu resultado. "H� uma reclama��o constante de distanciamento entre o governo e o Parlamento e todos concordaram que � preciso uma rela��o mais pr�xima", insistiu Moura. "Fizemos uma D.R", emendou o deputado Givaldo Carimb�o (PROS-AL), numa refer�ncia � sigla que significa "discutir a rela��o". "Em ano eleitoral os nervos ficam � flor da pele".
Chinaglia disse que os encontros dos ministros com deputados servir�o "para cada parlamentar dizer o que est� precisando para sua cidade e Estado". "S�o muitos os que querem uma sociedade, mesmo que minorit�ria, nos projetos do governo nesse ano eleitoral", afirmou o petista.
Minist�rios
Embora a falta de cargos no primeiro escal�o seja um dos motivos das queixas dos aliados, Mercadante alegou n�o ter autoriza��o da presidente Dilma Rousseff para tratar da reforma ministerial. "De qualquer forma h� menos minist�rios do que partidos que querem minist�rios", argumentou ele.
Ideli estar� nesta ter�a-feira, 25, no Congresso para discutir com a base uma pauta conjunta que n�o aumente as despesas do governo. "N�o podemos esquecer que todos os partidos assinaram o pacto de responsabilidade fiscal", disse ela. "Esse � um ano curto e queremos que a C�mara fa�a o seu melhor papel. Vamos discutir uma pauta estrat�gica e, a partir dessa s�ntese, dialogaremos com a oposi��o", completou Chinaglia.
Na pauta n�o faltam projetos que o Planalto quer ver aprovados. Ideli citou, entre outros, o Plano Nacional de Educa��o, o marco regulat�rio da minera��o, a regulamenta��o da carga de trabalho dos caminhoneiros e o marco civil da Internet. O governo tamb�m est� preocupado com as dificuldades para a montagem nos palanques de apoio a Dilma nos Estados. Os conflitos existem principalmente na rela��o entre o PT e o PMDB. (Colaborou Daiene Cardoso)