For�as Armadas v�o investigar crimes na ditadura

Bras�lia, 01 - O ministro da Defesa, Celso Amorim, comunicou nesta ter�a-feira, 1� de abril, � Comiss�o Nacional da Verdade que as For�as Armadas aceitaram abrir sindic�ncia para apurar mortes e torturas em depend�ncias militares no tempo da ditadura (1964-1985). N�o foi desta vez, por�m, que Amorim respondeu ao apelo do grupo para abrir os arquivos dos centros de intelig�ncia relativos �s viola��es de direitos humanos no per�odo do regime miliar.

Desde que foi criada em maio de 2012, a comiss�o tenta ter acesso aos documentos oficiais sobre os mortos pela ditadura, especialmente os fuzilados nas pris�es do regime. No �ltimo dia 18 de fevereiro, a comiss�o decidiu mudar a estrat�gia e repartir com as For�as Armadas a responsabilidade por uma investiga��o fragilizada pela falta de documentos. O grupo, ent�o, enviou pedido ao ministro Celso Amorim para que o Ex�rcito, a Marinha e a Aeron�utica abrissem por conta pr�pria sindic�ncias para apurar o que ocorreu em suas unidades.

As sindic�ncias e investiga��es internas abertas nos anos 1980 e 1990 pelas For�as Armadas para investigar crimes da ditadura resultaram em relat�rios incompletos, que n�o apontavam autoria das mortes e torturas nem as condi��es em que guerrilheiros foram executados. Em 1993, a Marinha chegou a apresentar um relat�rio com dados sobre mortos na guerrilha do Araguaia, no come�o dos anos 1970, no Sul do Par�.

As sindic�ncias abertas agora pelas For�as Armadas se limitam aos crimes ocorridos em sete depend�ncias militares no Rio de Janeiro, S�o Paulo, Pernambuco e Minas Gerais. Ficam de fora dessas investiga��es unidades j� desativadas da regi�o do Araguaia, no Par�, que serviram de pris�o ou local de execu��o de 41 guerrilheiros comunistas. A guerrilha no Araguaia foi o movimento armado mais estruturado do per�odo da ditadura. A investiga��o sobre as execu��es dos seus integrantes pelo Ex�rcito n�o � uma prioridade da Comiss�o Nacional da Verdade.