Documentos da Opera��o Lava Jato da Pol�cia Federal mostram a intermedia��o do doleiro Alberto Yousseff em doa��es para deputados e diret�rios do PP e para o PMDB de Rond�nia nas elei��es de 2010. Ele est� preso desde o dia 17, suspeito de comandar um esquema de lavagem de dinheiro, e � investigado por suas liga��es com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, tamb�m detido pela PF, cuja nomea��o na estatal foi apadrinhada pelos dois partidos e pelo PT.
As negocia��es foram flagradas pela PF com a quebra de sigilo de e-mails do doleiro. Em um dos endere�os eletr�nicos atribu�do a Yousseff ele trata das doa��es com representantes das empresas Queiroz Galv�o e Jaragu� Equipamentos, ambas fornecedoras da Petrobras em projetos como a constru��o da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A PF acusa Costa de corrup��o passiva ligada a esse empreendimento.
Os interlocutores de Yousseff s�o Othon Zanoide de Moraes Filho, diretor-geral de desenvolvimento comercial da Queiroz Galv�o, e Cristian Silva, da Jaragu�.
Cruzamentos feitos pelo jornal O Estado de S. Paulo mostram correspond�ncia entre os valores mencionados nos e-mails com o montante declarado pelos benefici�rios � Justi�a Eleitoral. O PP nacional aparece em uma conversa entre Yousseff e Moraes em 17 de agosto de 2010 como destinat�rio de uma doa��o de R$ 500 mil. Em outro e-mail, o executivo informa que o recibo eleitoral deveria ser feito em nome da Vital Engenharia, que faz parte do grupo Queiroz Galv�o.
O partido aparece em outra mensagem com uma lista de doa��es para diret�rios e deputados da sigla. O PP nacional consta como benefici�rio de R$ 2,040 milh�es. Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PP relata ter recebido R$ 2,240 milh�es da Vital Engenharia e R$ 500 mil da Queiroz Galv�o.
O PP baiano foi outro agraciado com doa��es da construtora que aparece na investiga��o. O diret�rio � presidido pelo deputado M�rio Negromonte, ex-ministro das Cidades e apontado como um dos padrinhos da indica��o de Costa na diretoria da Petrobras. Por e-mail, o executivo cobra de Yousseff um recibo de doa��o de R$ 500 mil. No TSE, h� duas doa��es de R$ 250 mil cada.
O mesmo ocorre com o diret�rio pernambucano do PP. O executivo pede recibo para uma doa��o de R$ 100 mil. Das tr�s doa��es registradas na Justi�a Eleitoral, uma � de R$ 100 mil.
Parlamentares
Deputados do PP tamb�m s�o citados nos e-mails do doleiro. Nelson Meurer (PR) foi benefici�rio de R$ 500 mil, Roberto Teixeira (PE) recebeu R$ 250 mil e Roberto Britto (BA) ficou com R$ 100 mil. Todos declararam esses valores ao TSE. Aline Corr�a (SP) aparece em uma mensagem como benefici�ria de R$ 250 mil. No total, ela declarou R$ 350 mil. Aline � filha do ex-presidente do PP Pedro Corr�a, condenado no processo do mensal�o.
Tamb�m condenado no processo, Pedro Henry (MT) � citado como benefici�rio de R$ 100 mil, valor declarado ao TSE. O ex-deputado, que renunciou ap�s ter a ordem de pris�o expedida pela Justi�a, tamb�m � benefici�rio de doa��o da Jaragu�. E-mail enviado por Cristian Silva a Yousseff informa os dados da empresa para o recibo, sem mencionar valores. A doa��o registrada no TSE � de R$ 100 mil.
Al�m dos diret�rios do PP, o PMDB de Rond�nia � citado nos e-mails. Quem comanda o diret�rio � o senador Valdir Raupp, licenciado da fun��o por estar � frente do PMDB nacional no lugar do vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer. O e-mail menciona R$ 300 mil dos R$ 500 mil doados pela Queiroz Galv�o ao diret�rio, conforme o TSE.