Rio, 07 - Cristian Silva, ex-executivo da construtora Jaragu� que aparece nas investiga��es da opera��o Lava Jato da Pol�cia Federal (PF), foi demitido da fornecedora de equipamentos dois dias depois do primeiro turno das elei��es presidenciais de 2010. O dono da Jaragu� Equipamentos, �lvaro Garcia, informou � reportagem t�-lo demitido por "diverg�ncias de pensamento", em 5 de outubro de 2010.
Silva era um dos quatro vice-presidentes da Jaragu�, empresa com contratos com a Petrobras para fornecer equipamentos pesados � estatal, como sistemas de processamento para refinarias. O executivo aparece nas investiga��es da PF em uma troca de e-mails, discutindo doa��o de campanha com o doleiro Alberto Yousseff, preso pela Pol�cia Federal desde o dia 17 de mar�o.
O doleiro � investigado por suspeita de lavagem de dinheiro, em esquema ligado ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, tamb�m preso na opera��o Lava Jato. Como diretor da �rea de Abastecimento, Costa era respons�vel pelos investimentos em refinarias da estatal. Silva � hoje diretor da Gaia, consultoria com contratos ativos com a Petrobras, por exemplo, na administra��o de dados para a �rea de explora��o de produ��o da companhia. O executivo n�o foi encontrado nesta segunda-feira, 7, no escrit�rio, nem retornou pedido de entrevista.
Reportagem do "Estado" revelou que Yousseff teria intermediado doa��es em 2010 para pol�ticos do PP e PMDB. A Jaragu� declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) naquele ano doa��o de R$ 100 mil. O valor coincide com o citado nos e-mails de Silva com o doleiro sobre suposta doa��o de campanha para Pedro Henry (PT-MT). O e-mail enviado por Silva ao doleiro informa os dados da empresa que devem constar no recibo de pagamento.
Al�m de Silva, tamb�m citado nas investiga��es Othon Zanoide de Moraes Filho, executivo da construtora Queiroz Galv�o. Zanoide aparece nos e-mails trocando informa��es sobre dados para emiss�o de recibos. O executivo permanece na empresa como diretor-geral de desenvolvimento comercial. A construtora negou irregularidades.
"A Queiroz Galv�o esclarece que as doa��es eventualmente feitas para campanhas pol�ticas obedecem estritamente a legisla��o aplic�vel", disse, em nota.