O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva voltou a comentar o julgamento do mensal�o em entrevista a blogueiros. Lula disse nesta ter�a-feira que a imprensa teve um papel de condena��o expl�cita antes de cada sess�o. "Nunca vi nada igual. O massacre era apote�tico", afirmou. O PT, como partido, depositou a esperan�a na briga jur�dica na quest�o do mensal�o, afirmou. "N�s ficamos pensando juridicamente numa a��o que estava sendo pensada politicamente", disse.
O petista comparou o tratamento dado � a��o penal 470 ao processo de desvio de verba em Minas, que tem liga��es a lideran�as do PSDB, como Eduardo Azeredo. O ent�o senador, renunciou ao mandato para cuidar da defesa. "O que aconteceu com o mensal�o, eu n�o vi agora no caso de Minas Gerais. Ningu�m gritou e o processo voltou para (a Justi�a de 1ª inst�ncia de) Minas Gerais", comentou. "Ou seja, s�o dois pesos e duas medidas".
Sobre a pris�o de seu ex-ministro da Casa Civil, Jos� Dirceu, Lula disse que ele deveria estar em pris�o domiciliar porque o que acontece com ele � um "abuso muito grave do poder e da lei. "Os mesmos que defendiam a forca para o Z� Dirceu defendem julgamento civilizado e tranquilo aos outros. � o que deveria ser para todos", avaliou.
Barbosa
Questionado se tinha arrependimento pela indica��o de Joaquim Barbosa ao Supremo Tribunal Federal, devido � atua��o do ministro no julgamento do processo do mensal�o, Lula respondeu que n�o. "N�o indiquei o Barbosa para julgar o mensal�o, mas porque eu queria que a gente tivesse um advogado negro na Suprema Corte brasileira", disse, afirmando ainda que, de todos os curr�culos na �poca, o de Barbosa era o melhor.
"O comportamento dele � da inteira responsabilidade dele", disse Lula. Ele afirmou que se fosse presidente hoje e tivesse as informa��es de Joaquim Barbosa que recebeu na �poca, o nomearia de novo como ministro. O ex-presidente afirmou ainda que, no caso do mensal�o, avalia que "teve gente que se comportou equivocadamente". Mas ele destacou que o STF tamb�m realizou julgamentos importantes, como a aprova��o do uso de c�lulas-tronco embrion�rias em pesquisas e o reconhecimento da uni�o civil entre pessoas do mesmo sexo.
"Uma coisa que � grave � que tem muita gente falando demais na Suprema Corte. Ela tem de se manifestar nos autos do processo", criticou. Ele disse que "alguns inclusive mentiram descaradamente". "Eu fiquei desconjurado com muitas coisas. Felizmente, caiu o crime de quadrilha, lavagem de dinheiro do Jo�o Paulo, porque as pessoas precisam provar alguma coisa", disse. Ele criticou a teoria do dom�nio do fato e disse que foi um "achado extraordin�rio", segundo a qual n�o se tem que "provar nada".
Com Ag�ncia Estado