Opera��o Lava Jato: doleiro seria ligado a s�cia de Furnas em hidrel�trica

Bras�lia e S�o Paulo, 09 - A Pol�cia Federal (PF) suspeita que a empresa que arrematou, em parceria com Furnas, a concess�o da usina hidrel�trica de Tr�s Irm�os, seja s�cia do doleiro Alberto Youssef no laborat�rio Labogen. � o que informa o relat�rio da Opera��o Lava Jato.

A principal s�cia de Furnas na usina hidrel�trica � a GPI Participa��es e Investimentos. Ela � presidida por Pedro Paulo Leoni Ramos, conhecido como PP, que foi secret�rio de Assuntos Estrat�gicos no governo de Fernando Collor de Mello (1990-1992).

Nas investiga��es que levaram ao impeachment do ex-presidente e hoje senador, PP foi apontado como operador de um esquema de corrup��o ligado � Petrobras e aos fundos de pens�o de empresas estatais do governo federal.

Entre os pap�is apreendidos na Lava Jato est� um documento de "promessa de compra e venda de a��es e outras aven�as da Labogen S. A Qu�mica Fina e Biotecnologia" para tr�s empresas, entre elas a GPI.

Os outros s�cios s�o Quality Holding Participa��es e Investimentos S.A e a Linear Participa��es e Incorpora��es Ltda.

De acordo com as investiga��es, a Quality pertence � rede de empresas criadas por Alberto Youssef para movimentar seus neg�cios. Ela tem dois s�cios, e h� ind�cios que ambos trabalhem para o doleiro.

Um � Jo�o Proc�pio Junqueira Pacheco de Almeida Prado. Outro � Matheus Oliveira dos Santos. Ambos informam como endere�o comercial o mesmo da DGF - que, segundo a PF, � empresa de fachada de Youssef. A DGF � dona do apartamento onde mora o doleiro. Um boleto de condom�nio vem em nome de Youssef "a/c Jo�o Proc�pio".

Matheus aparece trocando e-mails com dois executivos da Labogen, Pedro Argese J�nior, diretor executivo, e Leonardo Meirelles, presidente, e neles menciona mais de uma vez um dos s�cios de Leoni Ramos na GPI, Jo�o Mauro Boschiero.

O relat�rio da PF traz uma mensagem eletr�nica de Matheus a Leonardo Meirelles, dizendo que iria "pedir uma reuni�o de emerg�ncia na gpi" para levar um or�amento e obter dinheiro para concluir uma obra. Em outro momento, Boschiero aparece mandando os destinat�rios apagarem mensagens. "Pedro e Leonardo (al�m de todos os que receberam os e-mails abaixo). D E L E T E M -N O U R G E N T E. As cita��es que foram feitas DERRUBAM NOSSO PROJETO", escreveu.

A Labogen tentava fechar um acordo de Parceria para Desenvolvimento Produtivo (PDP) com o Minist�rio da Sa�de. Foi nesse processo que Youssef contou com a ajuda do deputado Andr� Vargas (PT-PR).

Mais planos

Mas o laborat�rio tinha mais planos, segundo mostram os pap�is em poder da PF. Os documentos mostram que a Labogen, al�m do caso j� conhecido de tentativa de parceria com o Minist�rio da Sa�de, tamb�m tinha planos de fornecer para a Petrobras, mais especificamente para a BR Distribuidora.

"Chama aten��o na apresenta��o do tema ‘projetos em desenvolvimento’, onde se observa que o foco da Labogen � a Petrobras", diz o relat�rio. Um documento com projetos da Labogen foi at� ilustrado com o logotipo da BR Distribuidora. O plano era fornecer � estatal produtos como glicerina, sequestrante de H2S, dissolventes de encrustra��o, inibidor de corros�o, desidratante de g�s natural.

Procurada, a GPI informou que s� falar� ap�s seus advogados terem acesso ao inqu�rito. Negou, por�m, que Boschiero seja diretor da Labogen, como informou a revista �poca.

A rela��o com o Labogen adiciona mais um elemento de incerteza num processo de concess�o da Tr�s Irm�os, que j� est� enrolado.

A assinatura do contrato com a usina, o primeiro na �rea de gera��o de energia ap�s a aprova��o das novas regras que vieram com o pacote de redu��o das contas de luz, est� suspensa por liminar do ministro Jos� Jorge, do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU). N�o por suspeita de irregularidade, mas porque o ministro exige uma defini��o sobre quem operar� as eclusas e o canal Pereira Barreto, hoje atrelados a Tr�s Irm�os.