S�o Paulo – O PT instaurou ontem uma comiss�o formada por tr�s dirigentes para ouvir o depoimento do deputado federal licenciado Andr� Vargas (PT-PR), que tamb�m dever� ser levado � Comiss�o de �tica do partido. Acusado de liga��es com o doleiro Alberto Youssef, preso na opera��o Lava a Jato, da Pol�cia Federal, Vargas se licenciou do mandato e deixou a vice-presid�ncia da C�mara, mas frustrou a c�pula petista ao resistir e n�o renunciar ao mandato. Em mensagens publicadas no Twitter, ele disse que vai provar sua inoc�ncia "de cabe�a erguida”.
A constitui��o de uma comiss�o de dirigentes para ouvi-lo foi uma solu��o negociada para que o caso n�o fosse levado diretamente � Comiss�o de �tica, que pode inocent�-lo, suspend�-lo ou expuls�-lo do partido. O grupo que ouvir� o depoimento de Vargas � formado pelo vice-presidente do PT, Alberto Cantalice, Florisvaldo Souza e Carlos �rabe, integrantes da Executiva Nacional. N�o foi definida ainda data da audi�ncia, segundo o presidente do partido, Rui Falc�o.
O presidente do PT afirmou que a comiss�o quer ouvir explica��es de Vargas sobre fatos divulgados pela imprensa, como um empr�stimo do jato particular do doleiro para uma viagem do deputado com a fam�lia. “S�o fatos noticiados que, por si s�, n�o incriminam ningu�m”, disse Falc�o.
Embora pressione Vargas a renunciar ao mandato, os petistas tentaram uma manobra para atrasar o processo contra ele por quebra de decoro parlamentar na Conselho de �tica da C�mara. Mas n�o obtiveram sucesso. Ontem, o presidente da C�mara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), anunciou que indeferiu quest�o de ordem apresentada pelo deputado Z� Geraldo (PT-PA) contra a decis�o do Conselho de processar o ex-vice-presidente da C�mara. O paraense argumentava que o caso caberia � Corregedoria da Casa. Se a quest�o de ordem tivesse sido aceita, caberia a essa inst�ncia verificar as den�ncias contra Vargas e s� depois, caso considerasse cab�vel, pedir a abertura do processo no colegiado.
O relator do processo no colegiado, deputado J�lio Delgado (PSB-MG), disse ontem que far� o poss�vel para aceler�-lo. Os conselheiros t�m 90 dias para apresentar o parecer sobre o caso. Em julho, a C�mara entra em recesso, e depois, os trabalhos ser�o prejudicados pelo ano eleitoral. O Conselho vai investigar as rela��es do deputado com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Pol�cia Federal por lavagem de dinheiro. Vargas afirma que n�o cometeu nenhum ato il�cito.
Elei��o Alves informou tamb�m que a elei��o do 1º vice-presidente da Casa ser� realizada na �ltima semana deste m�s. Pela proporcionalidade das bancadas na C�mara a vice-presid�ncia da Casa cabe a um deputado do PT. Ontem, o l�der do partido na Casa, deputado Vicentinho (SP) afirmou que ainda reunir� a bancada para encontrar um nome de consenso.
O PT divulgou ainda uma nota de apoio � Petrobras, na qual afirma que a estatal "est� sendo atacada pelos mesmos que, no passado, chegaram a mudar seu nome para Petrobrax e tentaram privatiz�-la". O partido considerou as den�ncias uma ofensiva da oposi��o, para "fazer prevalecer interesses privados".
Todas as fichas no STF
S�o Paulo – Um dia depois de o governo conseguir a primeira vit�ria no Congresso na discuss�o sobre a instala��o da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Petrobras, o pr�-candidato do PSBD ao Pal�cio do Planalto, senador A�cio Neves, fez cr�ticas � postura do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), e disse que agora aposta no Supremo Tribunal Federal (STF) para manter o foco das investiga��es. Ele afirmou que o peemedebista, para atender a interesses do governo, deixou uma das "p�ginas mais tristes" da biografia do Casa. “Essa decis�o do Renan � equivocada. � uma n�doa que ele deixa na sua hist�ria pessoal e na do Senado”, disse A�cio. O tucano defendeu que o PSDB participe da CPI independentemente dos temas abrangidos.
Renan usou um parecer do ex-ministro do STF Paulo Brossard para abrir brecha para incluir na CPI proposta pela oposi��o outros dois temas – o cartel de trens em S�o Paulo e o Porto de Suape, em Pernambuco –, que atingem os partidos dos advers�rios eleitorais da presidente Dilma Rousseff, A�cio Neves e Eduardo Campos (PSB), respectivamente. Ontem, ele defendeu sua posi��o: “E qual seria a decis�o? A CPI que investiga, mas investiga pela metade, restringe, deixa fatos sem investigar? Ou a CPI que investiga tudo? Se � importante dar essa resposta, que se investigue tudo.”
A presidente da Petrobras, Gra�a Foster, vai ao Senado na ter�a-feira para explicar as den�ncias que envolvem a estatal. Ela vai participar de audi�ncia conjunta da Comiss�o de Assuntos Econ�micos (CAE) e da Comiss�o de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscaliza��o e Controle (CMA). A inten��o do governo com a presen�a dela no Congresso � esvaziar a cria��o da CPI. De acordo com o presidente da CAE, Lindbergh Farias (PT-RJ), a decis�o foi tomada pela pr�pria presidente.