Bras�lia, 15 - A presidente da Petrobras, Maria das Gra�as Foster, admitiu nesta ter�a-feira, 15, que h� um "grande constrangimento" da estatal por conta da pris�o do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa. Ele foi preso pela opera��o Lava Jato, da Pol�cia Federal. "Existe e aconteceu um grande constrangimento para a Petrobras com a pris�o do ex-diretor", afirmou, em depoimento a duas comiss�es tem�ticas do Senado.
Gra�a Foster disse que pouco depois que assumiu a dire��o da estatal Paulo Roberto deixou a diretoria da estatal. "Eu indiquei para o conselho pessoas com que trabalhava h� muitos anos", frisou ela, ao citar que tem adotado na sua gest�o uma s�rie de pr�ticas para melhorar o controle interno na estatal.
A presidente da estatal disse que todos os contratos da diretoria internacional da Petrobras, que ficavam sob a al�ada de Paulo Roberto, est�o sendo avaliados e monitorados. "Tanto a diretoria anterior como est� s�o diretorias t�cnicas. Esta eu tenho responsabilidade sobre ela", destacou.
Gra�a Foster reconheceu que os US$ 341 milh�es pagos pela estatal em Pasadena para criar uma comercializadora (trading) de combust�veis foram em grande parte pelo conhecimento da s�cia belga Astra no neg�cio. At� agora, a companhia sustentava que o valor tinha sido aplicado em estoques. "O maior valor foi o conhecimento que o grupo Astra tinha na regi�o", disse.
Desta forma, a Petrobras muda o discurso e reconhece ter pagado por um valor intang�vel, e n�o por um ativo, como vinha repetindo � imprensa e a autoridades.
A presidente da Petrobras rebateu a afirma��o do vice-l�der do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), de que a estatal passa por um "abismo �tico". Em depoimento a duas comiss�es do Senado, ela disse que n�o se pode medir a estatal, que tem cerca de 80 mil funcion�rios, por uma �nica pessoa.
"Definitivamente eu n�o concordo com o senhor e eu digo gra�as a Deus", afirmou. "A Petrobras n�o pode ser medida por um comportamento que n�o � digno da sua for�a de trabalho. N�o podemos ser medidos por uma pessoa e as pessoas com que ela interage na nossa companhia. N�o vivemos no abismo da �tica", completou, em depoimento a duas comiss�es no Senado.
SBM
A presidente da Petrobr�s afirmou que a investiga��o interna feita em rela��o �s den�ncias de suposto pagamento de propina da empresa holandesa SBM para funcion�rios da estatal n�o identificou nenhuma pr�tica que causasse danos � companhia. Ela disse que a abertura da comiss�o, logo ap�s a publica��o na imprensa do caso, � pr�tica comum na estatal.
"N�s entendemos que � importante fazermos uma apura��o interna, porque um dos nossos diretores foi citado em um documento interno", afirmou. "N�s fizemos um trabalho bastante grande, a comiss�o esteve na Holanda, e n�s, dentro daquilo que � atribui��o da Petrobras, n�o encontramos nenhuma pr�tica delet�ria para a companhia", disse h� pouco, em depoimento a duas comiss�es do Senado.
A presidente da estatal ressalvou que a empresa n�o disp�e dos instrumentos de investiga��o da Pol�cia Federal, da Controladoria Geral da Uni�o, do Tribunal de Contas da Uni�o e do Minist�rio P�blico. "N�s temos a��es limitadas, dentro daquilo que � processo da companhia, n�o identificamos nenhuma pr�tica delet�ria", reafirmou.
Gra�a disse ter encaminhado a �rg�os de investiga��o os resultados da apura��o interna feito pela estatal.
Urucu-Coari-Manaus
Gra�as Foster afirmou em audi�ncia p�blica no Senado que aguarda uma decis�o do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) sobre supostas irregularidades na constru��o do gasoduto Urucu-Coari-Manaus. "Tivemos atraso de menos de um ano numa obra espetacular, com 700 quil�metros de tubula��o", disse. "Aguardamos agora a posi��o do TCU", disse.
O tribunal apontou suposta irregularidade por parte da Transportadora Amazonense de G�s (TAG), subsidi�ria da Petrobras, e o Cons�rcio Gasoduto Amaz�nia nas obras do gasoduto. O tribunal identificou falta de registros de cerca de R$ 56,9 milh�es nas planilhas de custos envolvendo o transporte de materiais por balsas, impedindo a fiscaliza��o dos gastos pelo TCU, em fun��o de "itens descritos de forma gen�rica".
A decis�o inicial do �rg�o fiscalizador foi a puni��o de executivos envolvidos, que posteriormente foram liberados do pagamento de multas ap�s prestarem esclarecimentos ao TCU. Apesar do perd�o, o tribunal manteve nos autos do processo que "a Petrobras n�o se manifestou quanto a forma indevida de apresenta��o das planilhas de medi��o que prejudicam a fiscaliza��o" e determinou que 2� Grupamento de Engenharia de Constru��o do Comando do Ex�rcito passe a elaborar or�amentos de obras na regi�o, apontado eventuais despesas indiretas que possam ocorrer. (Colaborou Sabrina Valle)