Bras�lia, 29 - A oposi��o recebeu o refor�o nesta ter�a-feira de grande parte da base aliada na C�mara, inclusive do presidente Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para pressionar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a instalar uma CPI mista da Petrobras. Amea�aram lev�-lo ao Conselho de �tica e � Procuradoria-Geral da Rep�blica caso n�o permita a participa��o dos deputados na investiga��o, al�m de apelar a um novo recurso ao Supremo Tribunal Federal.
Calheiros resistiu e, com o respaldo do Pal�cio do Planalto e do ministro e correligion�rio Edison Lob�o (Minas e Energia), decidiu adiar qualquer decis�o sobre a instala��o de uma CPI mista. A rea��o na C�mara foi imediata. Alves fez tr�s reuni�es com a oposi��o ao longo do dia para discutir cada passo da press�o sobre Renan. Foi ele quem sugeriu incluir nas movimenta��es os l�deres da base que assinaram o requerimento, como o do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), que comanda tamb�m o bloc�o que re�ne partidos da base rebelados contra o governo.
Apesar das press�es, Renan faz o jogo do governo e tenta ganhar tempo. Marcou para a pr�xima ter�a-feira uma reuni�o com os l�deres do Senado e da C�mara para discutir um cronograma de instala��o da CPI mista. Confirmou tamb�m a disposi��o de recorrer da decis�o da ministra do STF Rosa Weber que determinou a instala��o da investiga��o exclusiva da Petrobras no Senado.
Desde segunda-feira, a c�pula do PMDB do Senado faz reuni�es informais para discutir os detalhes das investiga��es. Em nome do Pal�cio do Planalto, o ministro Edson Lob�o, que almo�ou com Renan hoje, pediu que o presidente do Senado n�o desistisse do recurso, como queriam os aliados no Senado. Embora a avalia��o palaciana seja de que o pleno n�o vai mudar a decis�o, valeria a pena "apelar para a sorte" e insistir no instrumento. Em paralelo, Lob�o levou o pedido da presidente Dilma Rousseff de barrar a CPI mista.
Na conversa com os deputados, Calheiros justificou a n�o instala��o imediata da CPMI afirmando haver a necessidade de responder �s quest�es de ordem colocadas numa sess�o do Congresso, que est� agendada para 20 de maio. Somente ap�s isso poderia avan�ar para a instala��o.
O cronograma de Renan foi recha�ado pelos deputados, que amea�aram a abertura de processos pelo que entendem como descumprimento de decis�o judicial. Disseram ao presidente do Senado que acionariam o Conselho de �tica da Casa e a Procuradoria-Geral da Rep�blica. Lembraram ainda que o presidente da Transpetro, S�rgio Machado, � seu indicado e poderia virar alvo em alguma comiss�o da C�mara. Ressaltaram ainda que buscariam novamente o STF e teriam grandes chance de conseguir nova liminar da corte, agora sobre a CPI mista.
Tropa
Ap�s anunciar a decis�o de recorrer e marcar a reuni�o com lideran�as das duas Casas para tratar de CPMI, Renan mandou que os l�deres do Senado indicassem os nomes para a comiss�o exclusiva na Casa. Aliado do governo, o l�der do bloco Uni�o e For�a, senador Gim Argello (PTB-DF), indicou a si mesmo e o senador Ant�nio Carlos Rodrigues (PR-SP). A supl�ncia fica com Eduardo Amorim (PSC-SE), senador que assinou a cria��o da CPI exclusiva da Petrobr�s.
O l�der do PT, Humberto Costa (PE), ainda n�o definiu todos os nomes, mas j� adiantou que tamb�m vai se autoindicar, e tamb�m os senadores An�bal Diniz (AC) e Jos� Pimentel (CE), que deve ser o relator da CPI. Os quatro nomes do PMDB devem ser definidos amanh�. Embora o l�der do PSDB, Aloysio Nunes (SP) j� tenha decidido pelos senadores �lvaro Dias (PR) e M�rio Couto (PA) nas duas cadeiras que cabem ao partido, n�o deve formalizar as indica��es ainda, a espera de uma defini��o sobre a CPI mista.