PSDB critica fala de Dilma Rouseff em nota oficial

S�o Paulo, 01 - O PSDB criticou, em nota oficial publicada h� pouco, o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff em cadeia nacional, na noite de ontem (30). Para o partido, a presidente agrediu o Estado de Direito ao utilizar o r�dio e a TV como canais de difus�o de propaganda pol�tico-partid�ria, segundo nota oficial do PSDB.

Tamb�m foram alvo de cr�ticas do PSDB a corre��o da tabela de Imposto de Renda e ainda o reajuste de 10% do Bolsa Fam�lia. Na vis�o do Partido, se Dilma quisesse compensar a defasagem em rela��o � infla��o acumulada nos tr�s primeiros anos de seu governo, o reajuste teria de ser pelo menos duas vezes maior que o anunciado.

Ontem, logo ap�s o pronunciamento de Dilma, o vice-l�der do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), afirmou que o departamento jur�dico do partido "certamente" acionar� o TSE. (Aline Bronzati - [email protected])

Confira abaixo a �ntegra da nota oficial do PSDB:

A presidente da Rep�blica agrediu o Estado de Direito ao transformar, mais uma vez, um instrumento leg�timo de governan�a, no caso as redes oficiais de r�dio e TV, em canais de difus�o de propaganda pol�tico-partid�ria.

O PT fez, nesse caso, o que faz na Petrobras - apropria-se do que n�o lhe pertence em proveito pr�prio.

Ao uso indevido da rede oficial soma-se o descompromisso com a verdade e, por consequ�ncia, o desrespeito aos brasileiros.

Se quisesse realmente corrigir adequadamente a tabela de imposto de renda e compensar sua defasagem em rela��o � infla��o acumulada nos tr�s primeiros anos de seu governo, o reajuste divulgado ontem teria de ser pelo menos duas vezes maior que o anunciado. O governo federal, portanto, continua devendo aos trabalhadores.

A presidente e seus marqueteiros parecem apostar que uma mentira repetida mil vezes acabar� se tornando verdade. � o que acontece em rela��o ao reajuste dos valores pagos aos benefici�rios do Bolsa Fam�lia tamb�m anunciado ontem.

O aumento de 10% elevar� a renda per capita m�nima das fam�lias atendidas pelo programa a R$ 77. A ONU, por�m, fixa como linha divis�ria da extrema pobreza o valor de US$ 1,25 per capita/dia, o que equivale a cerca de R$ 83.

Isto significa que milh�es de brasileiros continuar�o na condi��o de mis�ria. Significa, tamb�m, que nos �ltimos anos o governo do PT vem mentindo para a popula��o quando diz que milh�es de brasileiros cruzaram a linha da extrema pobreza gra�as ao patamar m�nimo de R$ 70 adotado para o programa Brasil sem Mis�ria. Lamentavelmente, n�o cruzaram.

O PSDB apoia as medidas que beneficiam os brasileiros mais pobres ou que ao menos sirva para mitigar um pouco a absurda carga tribut�ria sobre os assalariados. Mas lamenta que elas sejam anunciadas como uma tentativa de enganar a popula��o. O tempo da demagogia passou.

N�o ser� com atos de marketing que conseguiremos vencer importantes desafios.

Assim como n�o ser� com malabarismos cont�beis que recuperaremos a renda dos trabalhadores corro�da por uma infla��o - em especial, a dos alimentos e a dos servi�os - que est� entre as mais altas do mundo e cujo combate n�o encontra �mpeto � altura no governo da candidata � reelei��o.

� positivo que a presidente se comprometa com a pol�tica de valoriza��o do sal�rio m�nimo, iniciada com vigor na gest�o do presidente Fernando Henrique Cardoso e � qual os governos petistas deram continuidade.

Mais importante, por�m, n�o � a presidente limitar-se a meras declara��es de inten��o sobre o assunto, mas dizer como ele efetivamente deve ser tratado.

A presidente nos conduz de novo � ilha da fantasia ao afirmar que "meu governo tamb�m ser� sempre o governo do crescimento com estabilidade, do controle rigoroso da infla��o e da administra��o correta das contas p�blicas". De que pa�s ela estar� falando?

Apesar dos esc�ndalos em s�rie em seu governo, a presidente se refere � exposi��o "desses fatos", que causam indigna��o a todos n�s brasileiros, como se fossem produzidos por gera��o espont�nea, como se n�o fosse o governo que ela representa que tivesse criado as condi��es para que eles pudessem ocorrer e proliferar.

Em uma coisa, por�m, a presidente Dilma Rousseff tem raz�o: de fato, "os brasileiros n�o aceitam mais a hipocrisia, a covardia ou a coniv�ncia".