Fortaleza, 16 - Nas elei��es do Cear�, os irm�os Cid e Ciro Gomes, principais l�deres pol�ticos do Estado, enfrentar�o dois ex-aliados, Eun�cio Oliveira (PMDB), pr�-candidato ao governo, e Tasso Jereissati (PSDB), que dever� disputar o Senado. O maior problema que os irm�os t�m para resolver no momento, por�m, s�o os conflitos internos. Cid, governador, e Ciro, secret�rio estadual de Sa�de, est�o em guerra com a dire��o nacional do PROS, partido para onde migraram em outubro passado, depois de deixarem o PSB por discordarem da candidatura de Eduardo Campos � Presid�ncia da Rep�blica.
Os irm�os acusaram parte da bancada de deputados do PROS de "chantagem", por ter exigido a sa�da do ministro da Integra��o Nacional, Francisco Teixeira, ligado a Cid. O l�der do partido na C�mara, Givaldo Carimb�o (AL), e outros deputados amea�am abandonar a reelei��o da presidente Dilma Rousseff e embarcar na campanha de Eduardo Campos. "Abomino qualquer tipo de chantagem. Recebi muitos convites quando decidi sair do PSB e sou grato por isso. A condi��o b�sica era o apoio a Dilma, o que foi garantido pelo PROS. Que diabo � isso agora? Est�o com ci�me porque sou amigo da Dilma? ", reagiu Cid, em entrevista ao Estado.
O governador ainda n�o decidiu quem ser� o candidato do PROS � sua sucess�o. Diz n�o ter pressa e que "quem deve iniciar o processo eleitoral � a oposi��o". H� duas semanas, o PMDB deixou o governo do Estado e fortaleceu a pr�-candidatura do senador Eun�cio Oliveira, l�der isolado na pesquisa Ibope/O Povo publicada em 5 de maio. No pior desempenho, o peemedebista tem 42% e a petista Luizianne Lins, ex-prefeita de Fortaleza, chega a 12%. O PT cearense � dividido entre o grupo liderado por Luizianne, advers�ria dos irm�os Gomes, e a ala do deputado Jos� Guimar�es, pr�ximo do governador. Se Cid e Ciro optarem por deixar o PROS ou ficarem isolados no partido, a alternativa ser� apoiar um candidato petista pr�ximo de Guimar�es.
Eleito senador em 2010 na chapa de reelei��o de Cid Gomes, Eun�cio diz que tinha a promessa do governador de apoi�-lo este ano, mas que o ex-aliado n�o se manifestou, quando foi procurado, em meados de abril. "Entendi o sil�ncio de Cid como uma resposta negativa", afirma.
Outro protagonista da elei��o no Cear� dever� ser o tucano Tasso Jereissati, que rompeu com os irm�os Gomes em 2010, depois de vinte anos de alian�a. Derrotado na disputa pelo Senado, o ex-governador e ex-senador foi pressionado pelo pr�-candidato do PSDB � Presid�ncia da Rep�blica, A�cio Neves, a abrir um palanque no Estado de 6,1 milh�es de eleitores - oitavo col�gio eleitoral do Pa�s. Tasso n�o aceita disputar o governo, mas concordou em ser candidato a senador. Pode se aliar a Eun�cio ou formar uma chapa com o ex-deputado e ex-prefeito de Maracana� Roberto Pessoa, do PR. O nome de Tasso tamb�m faz parte da longa lista de poss�veis candidatos a vice de A�cio.
O cen�rio de candidaturas est� incerto, mas os eleitores n�o t�m d�vida em apontar sa�de e seguran�a como os principais problemas do Cear�. O aumento da viol�ncia no Estado domina a pr�-campanha. O governador reclama do "uso eleitoral" pela oposi��o, mas reconhece que o aumento dos homic�dios � preocupante. O PSDB levou o tema para as inser��es do partido no r�dio e na TV.