Diante da pr�tica cada vez mais comum da infidelidade partid�ria, o PMDB mineiro resolveu “flexibilizar” a resolu��o que exige dos filiados o apoio aos candidatos da legenda. Nestas elei��es, eles continuar�o obrigados a fazer campanha para a chapa majorit�ria (governador, vice e senador), mas, em rela��o � disputa proporcional (deputados estaduais e federais), poder�o pedir votos para candidatos de outros partidos, desde que estejam na mesma coliga��o do PMDB. Em outubro, a legenda dever� se aliar ao PT, PROS e PRB na disputa pelas 77 cadeiras de deputado estadual. Para as 53 vagas na C�mara dos Deputados, a alian�a incluir� ainda o PCdoB.
A justificativa para a exce��o � que o grande n�mero de partidos e as composi��es locais muitas vezes dificultam o apoio exclusivo aos candidatos do partido. Uma circular com as regras para as elei��es deste ano ser� encaminhada nos pr�ximos dias aos mais de 800 diret�rios municipais, 109 prefeitos, 120 vice-prefeitos e 1.093 vereadores em todo o estado. Depois de definidos todos os candidatos, ser� enviada a listagem com os nomes, pois a dire��o partid�ria avalia que o desconhecimento das candidaturas pode favorecer enganos nos apoios e votos. Para governador, a tend�ncia � que o PMDB integre a chapa encabe�ada por Fernando Pimentel (PT), com a indica��o do deputado federal Ant�nio Andrade para vice. Para o Senado, o nome mais cotado � o de Josu� Gomes (PMDB), filho do ex-vice-presidente Jos� Alencar.
Os argumentos legais para a determina��o foram retirados de dois artigos do estatuto da legenda. Um deles diz que entre os deveres dos filiados est� o de “respeitar as decis�es partid�rias pela escolha de candidatos aos diferentes n�veis”. O outro classifica como infra��o aos dispositivos partid�rios “apoiar candidato diverso do adotado pelo �rg�o partid�rio competente”. Por isso, a resolu��o traz claramente a permiss�o para o apoio a candidato de outro partido, mas para apenas um cargo. “O ideal seria escolher candidatos apenas do PMDB, mas essa flexibiliza��o permitir� que se apoie ou um candidato federal ou um estadual da coliga��o”, diz um integrante da dire��o do PMDB.
Manifesto
Quem descumprir as regras determinadas pela dire��o do PMDB ter� o seu caso avaliado individualmente e estar� sujeito a san��es previstas no estatuto da legenda, como a interven��o no diret�rio infiel, dissolu��o em caso de comiss�o provis�ria e at� expuls�o dos quadros, a partir de procedimento administrativo conduzido pela Comiss�o de �tica. Para se ter uma ideia, nas elei��es de 2010, o PMDB mineiro puniu cerca de 100 diret�rios municipais por infidelidade.
Naquele ano, a legenda lan�ou o ex-senador H�lio Costa para governador do estado em uma alian�a com o PT, que indicou o ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate � Fome, Patrus Ananias, para vice. No entanto, v�rios prefeitos do PMDB e do PT manifestaram apoio � reelei��o do ent�o governador Antonio Anastasia (PSDB). �s v�speras da elei��o, 48 prefeitos do PMDB e do PT chegaram a participar de um ato p�blico em apoio ao tucano, pela sua “postura republicana” nos investimentos e a��es pelo estado.
Na ocasi�o, chegou � dire��o a informa��o que outros peemedebistas estariam trabalhando pela vit�ria de Anastasia, mas sem assinar manifestos p�blicos, justamente para evitar retalia��es. O presidente da legenda, Ant�nio Andrade, reagiu � infidelidade e chegou a divulgar nota afirmando que os infratores estariam sujeitos a penalidades previstas no estatuto.