
Bras�lia - Sem a presen�a dos oposicionistas, a CPI da Petrobras do Senado come�ou na manh� desta ter�a-feira a ouvir o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, que ficou quase dois meses preso durante as investiga��es da Opera��o Lava Jato, da Pol�cia Federal. Tido nos bastidores do Congresso como o "homem bomba" que chegou � Petrobras com o apoio do PP e se manteve com o respaldo de parlamentares do PMDB e do PT, Costa tem dado sinais de que n�o vai se furtar de responder a todos os questionamentos.
Como de costume, a sala em que o depoimento ser� realizado est� vazia. � o s�timo depoimento desde a abertura das investiga��es parlamentares. Ap�s recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a abertura da CPI, a oposi��o n�o tem participado da Comiss�o. Ela prefere apostar suas fichas na CPI mista, que conta com a presen�a de deputados, menos fi�is ao governo Dilma.
Costa ficou 59 dias preso sob suspeita de destruir documentos que poderiam esclarecer sua participa��o no suposto esquema de lavagem de dinheiro e evas�o de divisas, desbaratado pela opera��o da PF. H� tr�s semanas, numa controvertida decis�o, o ministro do Supremo Teori Zavascki concedeu uma liminar liberando apenas o ex-diretor da estatal da cadeia. Outros 11 presos, inclusive o doleiro Alberto Youssef, apontado como suposto repassador de recursos a parlamentares, permanecem na cadeia.
O ex-diretor tamb�m foi escolhido para ser o representante da estatal no Conselho de Propriet�rios na refinaria de Pasadena, comit� cuja exist�ncia era desconhecida da atual presidente da Petrobras, Maria das Gra�as Foster. Al�m disso, em nota ao Estado em mar�o, a presidente Dilma Rousseff disse que n�o fecharia a compra de metade da refinaria em 2006 porque se baseou em um resumo incompleto na �poca em que comandava o Conselho de Administra��o da Petrobras. Costa tamb�m � r�u na Justi�a sob a acusa��o de desvio de recursos nas obras de constru��o da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.
Paulo Roberto Costa ter� 20 minutos para fazer sua exposi��o inicial e depois os integrantes da comiss�o ter�o direito a question�-lo. O ex-diretor veio acompanhado do seu advogado, N�lio Machado.
Para mostrar que n�o far� jogo de cena com Costa, a assessoria t�cnica da comiss�o preparou 150 perguntas para serem feitas pelo relator, Jos� Pimentel (PT-CE), ao ex-diretor da estatal. A avalia��o dos t�cnicos � de que o "calcanhar de Aquiles" de Costa seria o patrim�nio que amealhou sozinho, ou por interm�dio de parentes, no per�odo em que esteve na Petrobras. Ele n�o teria como comprovar que somente com o sal�rio e outras vantagens da estatal teria condi��es de ter um patrim�nio familiar estimado em R$ 10 milh�es.
O presidente da CPI, Vital do R�go (PMDB-PB), afirmou que Costa � uma "pe�a importante" na investiga��o, uma vez que na sua diretoria estavam contratos importantes da Petrobras. Vital rebateu as cr�ticas da oposi��o de que a CPI exclusiva tem por objetivo blindar o governo, ao contr�rio da comiss�o mista, tamb�m presidida por ele. "Ela (a CPI do Senado) � igual a outra, a condu��o � a mesma e feita de forma respeitosa para poder ter o melhor resultado", afirmou. "Se a oposi��o n�o quer participar, ela vai ter explica��es para dar � sociedade", completou.
Com Ag�ncia Estado