S�o Paulo, 12 - A Su��a abriu processo penal contra o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso novamente ontem no Rio. Os investigadores su��os imputam formalmente a Costa �ofensa de lavagem de dinheiro�. A Su��a bloqueou US$ 23 milh�es em 12 contas atribu�das ao ex-diretor da estatal petrol�fera em cinco institui��es financeiras naquele Pa�s.
Outros US$ 5 milh�es tamb�m embargados foram localizados em conta de Jo�o Proc�pio Junqueira Pacheco de Almeida Prado, suposto �colaborador� do doleiro Alberto Youssef, alvo maior da Opera��o Lava Jato - investiga��o da Pol�cia Federal sobre lavagem de R$ 10 bilh�es deflagrada em mar�o de 2014. A informa��o sobre a instaura��o de processo penal contra Paulo Roberto Costa est� no Pedido de Assist�ncia Judici�ria em Mat�ria Penal do Minist�rio P�blico da Confedera��o da Su��a enviado ao Brasil no dia 28 de maio. O documento � subscrito pelo procurador federal su��o Luc Leimgruber.
A ordem para Paulo Roberto Costa retornar � cadeia foi decretada pela Justi�a Federal no Paran� ap�s comunica��o do Minist�rio P�blico da Su��a sobre a abertura de processo penal naquele Pa�s europeu. O juiz federal S�rgio Moro, que deflagrou a Opera��o Lava Jato, viu �risco de fuga� do executivo. �H� risco � investiga��o e � instru��o, n�o s� em rela��o �s a��es penais em andamento, mas tamb�m quanto �s investiga��es complementares em andamento pela Pol�cia Federal, evidenciado pelo fato de familiares do acusado terem sido surpreendidos, durante as buscas, destruindo ou ocultando provas, o que s� pode ter sido feito a seu mando, e ainda por ter tentado dissipar valores mantidos em contas correntes a fim de ocult�-los do sequestro judicial�, assinalou o juiz federal.
�H� ainda risco � ordem p�blica, evidenciado pela pr�tica, nos termos da den�ncia oferecida pelo Minist�rio P�blico Federal, de sucessivos desvios de recursos na constru��o da Refinaria Abreu e Lima, com posterior lavagem com aux�lio de Alberto Youssef, e que teriam se prolongado mesmo depois dele ter deixado o cargo de diretor de Abastecimento da Petrobr�s.� A Su��a abriu a investiga��o contra o ex-diretor da estatal petrol�fera em 10 de abril, quando a Unidade Financeira de Intelig�ncia daquele Pa�s identificou as contas pelas quais transitaram os valores atribu�dos a Paulo Roberto Costa.
Propina
Luc Leimgruber, o procurador federal su��o, informou que entre 2011 e 2012 Costa teria recebido �propinas para a adjudica��o das obras no �mbito da constru��o das refinarias de Abreu e Lima, nos arredores de Recife (Pernambuco)�. Segundo a Su��a, o dinheiro nas contas de Costa teria origem ainda em �desvio de fundos p�blicos no �mbito de outra investiga��o vinculada � compra pela Petrobras, em 2006, da refinaria americana Pasadena, sediada no Texas�. Costa foi dirigente da estatal entre 2004 e 2012. A Pol�cia Federal sustenta que ele intermediou contratos entre fornecedores da Petrobr�s e empresas controladas por Youssef.
A Su��a pediu ao Brasil uma s�rie de medidas: �Quaisquer documentos e as informa��es �teis relativas � suposta atividade das pessoas acima mencionadas (Costa, seus familiares e Youssef), assim como quaisquer documentos e as informa��es que permitam estabelecer um liame entre as infra��es penais supostamente prosseguidas no Brasil pelas pessoas acima mencionadas e os haveres controlados por estas �ltimas e que foram sequestrados na Su��a, ou seja nomeadamente c�pias de quaisquer pe�as dos processos brasileiros pertinentes para o processo su��o (nomeadamente o que se refere aos julgamentos e decis�es de tribunais, atos de acusa��o, relat�rios de pol�cia, outros relat�rios, oitivas, documenta��o banc�ria, financeira, cont�bil e social, explica��es dadas pelas partes, correspond�ncia�.
Os investigadores su��os solicitam ao Brasil, �se for necess�rio, autorizar representantes do Minist�rio P�blico da Confedera��o Su��a a consultar os processos brasileiros e fazer copias das pe�as pertinentes�.
Eles pedem, ainda, que o Brasil comunique ao Minist�rio P�blico da Confedera��o �o montante dos supostos ganhos il�citos cobrados pelas pessoas mencionadas e/ou as companhias no �mbito das atividades il�citas das que s�o acusadas pelas autoridades brasileiras e, sendo o caso disso, o montante dos haveres que pertencem a essas pessoas ou as suas companhias e que foram sequestrados pelas autoridades brasileiras no �mbito deste caso�. Os investigadores su��os pleitearam ao Brasil que transmita �quaisquer outras informa��es ou documentos suscept�veis de fazer progredir o processo penal instru�do na Su��a no �mbito do presente contexto de fatos�.