
O metr� de Belo Horizonte virou alvo de uma guerra ap�crifa que toma conta dos muros de Belo Horizonte. “Cad� o metr�?” � o mote de cartazes espalhados pelas principais vias da capital. Nenhum deles � assinado. Todos cobram as obras do metr� e jogam a culpa pela sua n�o realiza��o no governo federal e no estado. Nenhum dos partidos que polarizam as elei��es pelo governo do estado e tamb�m pela Presid�ncia da Rep�blica – PT e PSDB – assume a autoria das pe�as. Mas a motiva��o dessa queda de bra�o em torno de uma das obras de mobilidade mais esperadas pelos belo-horizontinos sem d�vida � eleitoral.
Os primeiros questionamentos come�aram a aparecer no in�cio do ano passado e cobravam da presidente Dilma Rousseff as obras da t�o sonhada amplia��o do metr� da capital. “Dilma, cad� o metr�?”, diziam os impressos, todos em preto e branco, colados em todas as regi�es da cidade e at� hoje vistos em v�rios muros. No in�cio deste m�s, novos cartazes envolvendo o assunto inundaram a cidade, desta vez com r�plicas aos questionamentos dirigidos a Dilma. As cobran�as sobre a responsabilidade da obra foram dirigidas ao governador rec�m-empossado, Alberto Pinto Coelho (PP), que sucedeu em abril ao tucano Antonio Anastasia no comando do estado. “Governador, cad� o metr�”, dizem os cartazes vermelho e branco, tamb�m vistos em muitos pontos da capital, principalmente nos grandes corredores de tr�nsito. Na madrugada de ontem, uma tr�plica � paternidade da n�o realiza��o da obra inundou a cidade. Sobre os cartazes perguntando ao governador pelo metr�foram colocados outros, menores mas com fundo preto e letras garrafais brancas, mandando que a pergunta fosse feita a Dilma. “Pergunta para a Dilma. O metr� � federal.” Os tr�s cartazes podem ser vistos e est�o espalhados em viadutos, tapumes de obras e pr�dios abandonados.
Projeto A briga pela responsabilidade pela n�o amplia��o do metr� � antiga, mas se acirrou depois que a presidente esteve em maio em Belo Horizonte e cobrou do governo do estado o projeto de amplia��o do meio de transporte. Na mesma semana o governo anunciou o envio do projeto, que vai criar a linha 3, ligando a regi�o da Savassi, na Zona Sul, � Esta��o Lagoinha. E anunciou que a entrega estava dentro do prazo previsto. No entanto, na semana seguinte o projeto foi devolvido pelo Minist�rio das Cidades sob alega��o de que continha pend�ncias, como falta de or�amento e cronograma da obra, que impediam a an�lise da obra pela Caixa Econ�mica Federal (CEF).
O secret�rio de Estado de Transportes e Obras P�blicas, Fabr�cio Torres Sampaio, criticou a devolu��o do projeto e disse que ele est� completo e que o governo federal pediu mais detalhes sobre os custos porque n�o tem forma de avaliar o material recebido, porque a CEF nunca mexeu com o metr�. No entanto, se comprometeu a detalhar o projeto e entreg�-lo em 20 dias, prazo j� vencido.
No dia 8 deste m�s, a presidente esteve na capital para visitar as obras de mobilidade para a Copa e cobrou do governo uma “conclus�o r�pida” do projeto para as obras de expans�o do metr�. O governo do estado rebateu a presidente e, em nota, acusou o governo federal de ter “exclusiva responsabilidade” pela obra que ainda n�o foi executada, “apesar de estar prometida h� 12 anos.” E alegou que, como a Uni�o “n�o havia realizado sequer os projetos necess�rios para a execu��o das obras, o governo estadual se ofereceu para realiz�-los.”
O PSDB mineiro tamb�m entrou no assunto e afirmou, por meio de um comunicado � imprensa, que a presidente tenta “fazer os mineiros de bobos” porque assume projetos de mobilidade que s�o executados com financiamentos que “dever�o ser quitados com juros”. No dia seguinte foi a vez de o PT responder. O partido acusou o Executivo estadual de “enganar a popula��o” e de prestar “desservi�o” � popula��o por causa de “falsidades”. Acusou ainda o governo de ter entregue um projeto com falhas graves e disse que o dinheiro para as obras do metr� est� dispon�vel desde 2011.