Bras�lia, 26 - O candidato do PSDB � Presid�ncia, senador A�cio Neves (MG), inaugura nesta sexta-feira, 28, uma ofensiva no Nordeste para usar aliados do governo Dilma Rousseff em conflito com o PT e ganhar votos em uma regi�o historicamente resistente ao partido. O tucano vai participar da conven��o do PSDB no Piau� e marcar� presen�a nas tradicionais festas de S�o Jo�o de Campina Grande, na Para�ba, e de Caruaru, no agreste pernambucano. O p�riplo de A�cio tem por objetivo fechar na �ltima hora palanques estaduais na regi�o a fim de diminuir a vantagem que os candidatos do PT t�m obtido desde a elei��o de Lula, em 2002.
A estrat�gia de avan�ar sobre o Nordeste tem sido costurada pessoalmente pelo tucano desde que assumiu o controle do PSDB, em maio do ano passado. A avalia��o feita pela c�pula de campanha � que o PSDB precisa diminuir a dist�ncia com os petistas nos estados nordestinos, que garantiram a Dilma 90% da vantagem sobre o ent�o oponente Jos� Serra (PSDB), no segundo turno de 2010. As nove unidades da federa��o no Nordeste representam o segundo maior col�gio eleitoral do Pa�s, com um quarto do eleitorado nacional.
As costuras na reta final ocorrem no momento em que a presidente tenta conter rebeli�es em partidos aliados, com concess�es e promessas de cargos, para garantir praticamente metade de todo o tempo de r�dio e TV na campanha. A�cio busca compensar a desvantagem de ter apenas um ter�o da exposi��o da advers�ria no hor�rio eleitoral com palanques regionais fortes, inclusive com o apoio de antigos aliados de Dilma contrariados com o PT.
O PSDB deve lan�ar candidaturas pr�prias em apenas dois Estados. Na Para�ba, o senador C�ssio Cunha Lima espera conquistar o governo estadual mais uma vez e, em Alagoas, o partido, at� o momento, se fia no poder da m�quina para eleger Eduardo Tavares, ex-secret�rio do atual governador Teot�nio Vilela Filho (PSDB).
Entretanto, as principais apostas do tucano na regi�o ocorrem em palanques comandados por partidos aliados de Dilma nacionalmente. A coordena��o da campanha tucana contabiliza apoios em estados expressivos eleitoralmente como Bahia, Cear�, Maranh�o e Piau�.
Bahia, Cear� e Maranh�o
Na Bahia, maior col�gio eleitoral nordestino, uma frente de 18 partidos deve dar um s�lido palanque a A�cio Neves. A chapa deve ser formada por Paulo Souto (DEM), o tucano Joaci G�es na vice e o ex-ministro de Lula Geddel Vieira Lima (PMDB) como candidato ao Senado. Embora em 2010 a Bahia tenha garantido � Dilma sua maior lideran�a no segundo turno - foram 2,7 milh�es de votos a mais do que recebeu Serra - o afastamento peemedebista, maior aliado no quadro nacional, preocupa a c�pula petista.
O quadro se repete no Cear�, terceiro maior eleitorado da regi�o, em que o l�der do PMDB no Senado, Eun�cio Oliveira, se aliou aos tucanos. A vaga de vice est� reservada ao PSDB ou ao DEM. O peemedebista, l�der nas pesquisas de inten��o de voto, n�o deve dar palanque a Dilma, ocupando-se de trabalhar exclusivamente pela candidatura do tucano. O distanciamento se deu ap�s a insist�ncia do PT em apoiar um nome indicado pelos irm�os Cid e Ciro Gomes (PROS).
Tamb�m no Maranh�o um aliado do PT no plano nacional segue com A�cio. O ex-presidente da Embratur Fl�vio Dino (PCdoB) abrir� seu palanque para os dois advers�rios da presidente Dilma Rousseff: A�cio e Eduardo Campos. Os tucanos acreditam que A�cio ter� f�lego no estado, uma vez que a vaga de vice de Dino deve ser do partido, com o deputado Carlos Brand�o.
Diferen�a
Os aliados de A�cio n�o t�m ilus�o de que v�o vencer na regi�o, mas consideram fundamental evitar a diferen�a de 10 milh�es de votos que Dilma teve no Nordeste em 2010. O coordenador do tucano na regi�o e vice-governador de Alagoas, Jos� Thomaz Non� (DEM), aposta que o PT n�o ter� mais o "passeio" que ocorreu no Nordeste teve nos pleitos anteriores. J� o l�der do PSDB na C�mara, Ant�nio Imbassahy (BA), argumenta que a vantagem petista vai ser reduzida "substancialmente". "Na Bahia, no Cear� e no Maranh�o, eles n�o v�o repetir o desempenho", avaliou.
Os tucanos tamb�m contabilizam uma boa vota��o no Nordeste do candidato do PSB, Eduardo Campos, para tirar votos de Dilma. Na regi�o, o pessebista � atualmente o segundo na prefer�ncia do eleitorado. Em Pernambuco, estado que rendeu a presidente a segunda maior margem de votos nas elei��es passadas, o PSDB fechou um acordo informal com os pessebistas e deve apoiar Paulo C�mara, apadrinhado de Campos. "O fato de votar no Eduardo tamb�m ajuda A�cio", resume Imbassahy.