
Considerado o maior puxador de votos da chapa de deputados federais do PSB, o presidente do Atl�tico Alexandre Kalil recuou da posi��o assumida na semana passada e anunciou ontem que vai concorrer a uma vaga na C�mara, mas apoiando a candidatura do ex-ministro das Comunica��es Pimenta da Veiga ao governo de Minas. Com sua habitual verborragia, o empres�rio oficializou sua dissid�ncia dizendo que n�o precisa do partido para nada e que, se o PSB estiver insatisfeito, pode expuls�-lo. “N�o estou nem ligando, estou pouco me lixando. Se quiserem me expulsar, que expulsem”, afirmou. Kalil chamou a imprensa para falar do apoio aos tucanos um dia depois de o prefeito Marcio Lacerda, principal lideran�a da legenda em Minas, ter feito o mesmo.
A decis�o de concorrer a deputado federal foi a pedido de Lacerda. No dia em que o PSB optou por lan�ar a candidatura do ex-prefeito de Juiz de Fora Tarc�sio Delgado ao governo, Kalil havia dito que n�o concorreria mais a nenhum cargo e somente subiria no palanque do ex-governador Antonio Anastasia (PSDB). A not�cia praticamente esvaziou as chances de coliga��o na chapa de deputados. Depois da conversa com Lacerda, o presidente do Atl�tico disse ter tamb�m se reunido com Pimenta e o vice na chapa, deputado Dinis Pinheiro (PP) – sendo que este �ltimo o acompanhou na entrevista coletiva –, e fechou o apoio ao candidato tucano.
A alian�a n�o � extensiva ao candidato do PSDB a presidente, senador A�cio Neves (PSDB), mas Kalil tamb�m n�o apoiar� o presidenci�vel do seu partido, ex-governador Eduardo Campos. Ele disse n�o ter conversado com nenhum deles e que, por quest�o de coer�ncia, se definiu somente na disputa estadual. Depois da coletiva, Kalil gravou depoimento sobre Pimenta para a TV do PSDB. O empres�rio disse que n�o far� campanha nem para ele nem para Pimenta, mas pedir� votos nas horas vagas do trabalho que continua fazendo como cartola.
O empres�rio disse que o PSB foi procur�-lo por precisar dele. E desafiou o presidente estadual do PSB, deputado federal J�lio Delgado, dizendo s� ouvir quem tem voto no partido. “L�der � quem tem voto e quem tem voto no PSB, ao que me consta, � o prefeito de BH, o resto � votinho. Ent�o eu tenho que escutar o l�der maior”, afirmou. Kalil disse ter entrado na legenda com a proposta de se unir � candidatura do PSDB, mas que no dia da reuni�o da executiva do partido, que deliberou pela candidatura pr�pria, assistiu a um “esfacelamento” do PSB.
A posi��o do diret�rio nacional, encampada por Eduardo Campos, de determinar ao estado o lan�amento de Tarc�sio Delgado para o governo, abriu uma crise generalizada no PSB mineiro. Al�m de Kalil e Lacerda, a bancada estadual j� avisou em documento formalizado � executiva nacional que far� campanha para Pimenta da Veiga.
O coordenador da campanha de Campos e secret�rio-geral do PSB, Carlos Siqueira, disse que a candidatura de Tarc�sio Delgado � irrevers�vel. “Melhor (os deputados) n�o se darem ao trabalho, porque isso n�o vai ocorrer. A candidatura � para valer e n�o se vai reformar essa decis�o”, disse. Siqueira afirmou que s� fala sobre eventuais puni��es depois do in�cio da campanha. “Vamos ver que papel eles v�o exercer e depois do dia 6 falamos.” Siqueira disse n�o estar preocupado com o fato de Kalil ter gravado depoimento sobre Pimenta, pois a legisla��o eleitoral pro�be a exibi��o. Em Salvador, Eduardo Campos tamb�m disse ontem que o quadro em Minas Gerais j� est� fechado.