Governo de Minas tem corrida de R$ 138 milh�es

Alessandra Mello e Leonardo Augusto

A corrida em busca dos votos dos cerca de 15 milh�es de eleitores mineiros come�a oficialmente hoje, polarizada entre dois candidatos – o economista Fernando Pimentel (PT) e o advogado Pimenta da Veiga (PSDB) – que t�m em comum o fato de terem sido prefeitos de Belo Horizonte e nomes que soam parecidos. Os discursos e estrat�gias s�o completamente distintos nessa campanha, que promete ser uma das mais acirradas dos �ltimos tempos e uma das mais caras.

Os candidatos informaram ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) uma previs�o de gastos de R$ 138 milh�es, valor 164% maior do que o custo total das elei��es de 2010. Correndo por fora, mas tamb�m em busca da chancela do eleitor, est�o os candidatos do PSB, o ex-prefeito de Juiz de Fora Tarc�sio Delgado, e o publicit�rio Fid�lis Alc�ntara, do Psol. Os nanicos tamb�m participam da elei��o com os candidatos T�lio Lopes (PCB), Eduardo Ferreira de Sousa (PSDC), Cleide Don�ria (PCO) e Andr� Alves (PHS).


Pimenta da Veiga, que declarou estimativa de gasto mais elevada – R$ 60 milh�es –, disse que esse valor � o teto e que a inten��o da coliga��o � fazer uma campanha “o mais econ�mica poss�vel”. “Nossa campanha tem um caminho claro. Vamos percorrer todo o estado ouvindo os mineiros e levando nossas ideias e sugest�es”, disse ontem o candidato, durante o registro no TRE-MG de sua chapa, batizada de “Todos por Minas”. Pimenta, que declarou um patrim�nio de R$ 10,5 milh�es, garantiu que a campanha ser� “serena”, n�o agressiva. O candidato ao Senado, Antonio Anastasia, que declarou uma previs�o de gastos de R$ 20 milh�es, tamb�m garantiu que a campanha vai ser pautada por ideias e respeito ao advers�rio.

A segunda vaga de suplente de Anastasia, que ainda n�o tinha sido definida, ficou com o deputado federal Lael Varella, do DEM. O primeiro suplente � o deputado federal Alexandre Silveira, coordenador da campanha de Pimenta.

Tarc�sio Delgado, escolhido na �ltima hora para concorrer pelo PSB depois de um racha com a Rede em Minas, registrou a chapa com o apoio de mais dois partidos, PPL e PRTB, que indicou S�lvia Reis para vice-governadora. Ele garantiu que ter� em Minas o apoio da Rede, comandada pela ex-senadora Marina Silva (PSB-AC), indicada a vice-presidente na chapa de Eduardo Campos (PSB-PE). Ele disse ter falado com Marina anteontem e recebido a garantia de que Campos, ela e toda a Rede – o partido idealizado pela ex-senadora e que n�o obteve registro na Justi�a – far�o parte de sua campanha. Tarc�sio disse que, apesar da polariza��o, ainda h� muitos eleitores indecisos, al�m dos que podem mudar de voto se tiverem uma alternativa. “Vou dizer ao eleitor que n�o sou vagabundo e que tenho uma vida p�blica de 40 anos, que pode ser investigada de cima de para baixo e de baixo para cima n�o v�o encontrar nada que me desabone”, assegurou o candidato, que disse ter declarado um patrim�nio de “cerca de R$ 600 mil”.

Do lado petista, o coordenador Helv�cio Magalh�es, ex-secret�rio de aten��o � sa�de, disse que o partido sabe que ter� pela frente um campanha dif�cil, acirrada, mas equilibrada e com debate de ideias bem diferentes umas das outras. Helv�cio disse ainda que a coliga��o n�o vai tratar Minas como um estado com uma mesma identidade regional. “N�o existe esse esp�rito �nico, esse sentimento �nico de mineiridade. S�o muitas Minas, e queremos conversar com cada uma delas e saber o que cada uma deseja.” Segundo ele, a marca principal dessa campanha petista vai ser uma “conversa de verdade com a popula��o”.

O Psol pretende seguir uma linha completamente oposta aos dois partidos que polarizam a campanha. O publicit�rio Fid�lis Alc�ntara, que disputa pela primeira vez uma elei��o, disse que vai tratar de temas que n�o s�o discutidos nas campanhas atuais, como a realiza��o de uma auditoria da d�vida mineira, a reforma agr�ria e a “radicaliza��o da democracia e dos mecanismos de participa��o popular”. “Tamb�m vamos debater a necessidade de proibir o financiamento por empresas das campanhas, que nada mais � do que o in�cio do processo de corrup��o no pa�s, que termina com fraudes em licita��es e obras superfaturadas.” Sua campanha, segundo ele, n�o ter� um centavo de empresas e o gasto estimado � de R$ 250 mil, somente de doa��es de pessoas f�sicas. Na avalia��o de Fid�lis, o n�o financiamento privado vai exigir muita criatividade da campanha. “Mas � essa a for�a que nos alimenta”, destaca.

Corpo a corpo para abrir campanhas
Tr�s dos quatro principais concorrentes ao Pal�cio da Liberdade escolheram iniciar os pedidos de votos pela capital. Pimentel visita hoje o Aglomerado da Serra. O tucano Pimenta da Veiga vai � Feira de Artesanato da Avenida Afonso Pena, e Fid�lis Alc�ntara participa de semin�rio de sua coliga��o na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Educa��o da Rede Municipal de Belo Horizonte (SindRede). Tarc�sio Delgado permanece em Juiz de Fora, onde mora, sem agenda.

Segundo a legisla��o eleitoral, nesta fase da campanha, os candidatos podem utilizar, das 8h �s 22h, alto-falantes ou amplificadores de som nas sedes dos partidos ou em ve�culos. Com�cios tamb�m est�o autorizados a partir de hoje. A divulga��o da candidatura na internet est� liberada, mas s�o vedadas propagandas pagas. O hor�rio eleitoral gratuito em r�dio e televis�o come�a em 19 de agosto.