O candidato � Presid�ncia da Rep�blica pelo PSTU, Jos� Maria de Almeida, o Z� Maria, fez duras cr�ticas ao comportamento do PT nos �ltimos anos, partido que ajudou a fundar. Em entrevista exclusiva ao Broadcast Pol�tico, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado, antes de participar do Congresso em homenagem aos 25 anos da Federa��o Democr�tica dos Metal�rgicos de Minas Gerais (FSDM-MG), no Barreiro Velho, em Belo Horizonte, o pol�tico diz que o "crime do PT � dar essa ajuda m�nima e extremamente limitada �s fam�lias brasileiras, para que elas aceitem permanecer nessa situa��o, que segue sendo de extrema pobreza, ao mesmo tempo no qual eles deixam o grosso dos recursos ser repassado aos grandes bancos".
Ele admitiu que o PT ampliou significantemente o Bolsa Fam�lia e que o programa ajudou realmente as pessoas. "Mas o que essas fam�lias precisam de fato � emprego, sal�rio e moradia dignos. Porque o PT faz uma propaganda que a prioridade � o pobre, mulher, negro, mas vamos �s coisas concretas: gasta-se menos no Bolsa Fam�lia do que nos bancos", disse. "Como o pr�prio ex-presidente da Rep�blica Luiz In�cio Lula da Silva disse no final do seu segundo mandato como presidente: nenhum empres�rio ou banqueiro do Pa�s poderia reclamar dele porque 'nunca antes na hist�ria desse Pa�s', eles ganharam tanto dinheiro. E � verdade. S� que n�o foi para isso que constru�mos o PT", declarou. Procurado, o PT n�o se manifestou o in�cio da noite desta sexta.
Z� Maria quer se apresentar como "uma outra alternativa" � polariza��o de PT e PSDB. "PSDB j� governou o Pa�s e foi uma trag�dia para os trabalhadores. O Eduardo Campos (PSB) j� foi (do governo do) do PT e n�o � outra via, � o mesmo modelo econ�mico. E o PT nesses 12 anos s� conseguiu demonstrar o mesmo sistema de governo dos anteriores, mantendo os privil�gios para aqueles que sempre foram privilegiados", disse. Entre as suas propostas, est�o o atendimento das demandas das manifesta��es: melhor acesso � sa�de, educa��o, reforma agr�ria, al�m de estatiza��o de bancos privados, reestatiza��o do setor energ�tico e de telefonia, nacionaliza��o de terras e combate ao racismo, machismo, homofobia e preconceito com os pobres.
"S�o medidas que o PSTU acredita que s� v�o ser aplicadas no Pa�s por um governo que seja da classe trabalhadora que rompa de fato com os grandes empres�rios e banqueiros, do sistema financeiro", declarou. Embora seja candidato, Z� Maria acredita que o sistema eleitoral seja suficiente para realizar esses projetos. "As elei��es no Brasil s�o completamente controladas pelo poder econ�mico, padece de falta de democracia absurda. Tem que botar o povo na rua, tem que aumentar o n�mero de greve, tem que radicalizar o povo. Sem o povo mobilizado, n�o vamos ter condi��es de mudar o que est� a�", declarou.
A campanha dele prev� gastos de R$ 200 mil enquanto as dos principais candidatos s�o de milh�es e o partido ter� cerca de 40 segundos na TV enquanto as outras principais legendas ter�o a partir de dois minutos. "N�o aceitaremos financiamento de empresas. Nossa campanha se dar� pela ajuda da nossa milit�ncia, dos movimentos sociais e trabalhadores, de uso intensivo da internet e do tempo da TV", disse. Questionado sobre quem o PSTU apoiaria se o pleito nacional fosse decidido em segundo turno sem a sua participa��o, Z� Maria foi enf�tico: "N�o apoiar�amos em nenhum".
Frente de Esquerda
Em Belo Horizonte, o PSTU e o PSOL se uniram e formaram a Frente de Esquerda. Perguntado sobre o motivo de n�o ter se criado algo parecido nacionalmente - a candidata do PSOL � presid�ncia � Luciana Genro -, Z� Maria explicou que n�o houve um acordo entre os partidos.
"Em Belo Horizonte, conseguimos uma base de apoio ao projeto, ao programa, que fortalece as nossas ideias. E nacionalmente n�o houve acordo", disse. Segundo ele, o PSTU tem o objetivo de ganhar as pessoas para lutar por transforma��es profundas nessas elei��es e o PSOL n�o concordou. "Eles nos disseram que n�o poderiam defender propostas t�o radicais, porque isso dificultaria a conquista de votos. E a� disse a eles: olha, eu fui fundador do PT em 1980 e no come�o o debate era esse: Lula foi candidato a governador de SP em 1982, teve 10% dos votos. N�s achamos bom e ele, uma desgra�a. Porque ele tirou a conclus�o que se n�o fizesse uma alian�a com o empresariado, para ter financiamento e apoio na m�dia, n�o teria como ele chegar � Presid�ncia da Rep�blica", contou. "Argumentei para o PSOL que esse movimento eu j� vi, sei como come�a e como acaba. N�o vamos repetir isso. Queremos voto, mas com um conte�do, aquele que defendemos", completou.
Den�ncias
Z� Maria comentou que toda elei��o � "um festival de baixaria" e �s vezes h� raz�o de se fazer den�ncias contra os candidatos. "Est� certa essa den�ncia contra o A�cio, porque esse choque de gest�o que ele diz ter feito em Minas Gerais s� foi a maneira de dizer a mesma coisa que o Geraldo Alckmin (PSDB) faz em S�o Paulo ou que o PT faz em n�vel nacional. E essa promiscuidade se aproveitar de recursos p�blicos para o privado come�a j� na campanha eleitoral", declarou, citando o financiamento das empreiteiras nas campanhas e depois den�ncias posteriores de superfaturamento de obras.
"Tudo isso � uma bandalheira. E todos eles fazem isso, porque � uma pr�tica comum nesse Pa�s. Para acabar com essa corrup��o deveria colocar os corruptos na cadeia e confiscar os bens dos corruptores tamb�m. Mas isso nunca se fez", ressaltou. Sua agenda de hoje foi a primeira em Belo Horizonte desde o in�cio da campanha. Z� Maria informou que vir� novamente a Minas Gerais na semana que vem, para um evento na cidade de Mariana, mas que retornar� a Belo Horizonte mais vezes at� o dia da vota��o.
Com Ag�ncia Estado