Porto Alegre, 30 - A senadora Ana Am�lia Lemos, candidata do PP ao governo ga�cho, afirmou que n�o h� nenhum desconforto pelo fato de fazer campanha para o senador A�cio Neves (PSDB) no Estado, enquanto o diret�rio nacional apoia a reelei��o da presidente Dilma Rousseff (PT). "A pol�tica � isso", afirmou em entrevista coletiva antes de participar de evento na Federa��o das Associa��es Comerciais e de Servi�os do Rio Grande do Sul (Federasul).
No fim de junho, a conven��o nacional do PP foi encerrada antes do tempo e o apoio ao PT acabou sendo oficializado em vota��o da executiva do partido, a portas fechadas, liderada pelo presidente da sigla, Ciro Nogueira. Na �poca, Ana Am�lia e outros l�deres do PP que defendiam a neutralidade na elei��o presidencial chegaram a entrar com uma a��o no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar reverter a decis�o, sem sucesso.
Passado um m�s do epis�dio, Ana Am�lia deu a entender que a diverg�ncia foi superada. "Na segunda-feira eu almocei com o Ciro Nogueira. A pol�tica � isso. O confronto e a diverg�ncia que a gente tem n�o podem ser alimentados por disputas. O partido � um s�", disse.
A senadora lembrou que o diret�rio ga�cho lutava pela neutralidade do PP porque queria ter mais liberdade para usar a imagem de A�cio Neves na campanha. "Eu tenho a convic��o de que o A�cio vai vencer essas elei��es, e de que n�s (no RS) teremos uma facilidade maior para vencer os desafios que teremos, mesmo reconhecendo que a presidente Dilma faz bastante coisa pelo Rio Grande. Reconhe�o isso", afirmou.
No pr�ximo s�bado, dia 2, Ana Am�lia receber� A�cio na capital ga�cha para um com�cio, � tarde, no gin�sio Gigantinho. O PP vem divulgando o ato como um evento de grandes propor��es, com a expectativa de reunir cerca de 10 mil pessoas. Antes, �s 13h30, os dois devem conceder entrevista coletiva.
Questionada sobre o baixo desempenho de A�cio nas pesquisas de inten��o de votos no Rio Grande do Sul, Ana Am�lia disse que o resultado ser� revertido rapidamente. No �ltimo levantamento do Ibope, divulgado no dia 21 de julho, o senador aparece com 23% da prefer�ncia do eleitorado, contra 41% de Dilma e 6% da Eduardo Campos.
H� quatro anos, nesta mesma �poca, o tucano Jos� Serra tinha 46% das inten��es de voto no RS, ante 37% de Dilma. "O Serra fez no segundo turno aqui em 2010 mais votos do que a candidata (petista) � presidente da Rep�blica, e n�s faremos isso tamb�m com o A�cio", disse.
Finan�as
Na coletiva, Ana Am�lia voltou a criticar a gest�o das finan�as p�blicas no mandato do atual governador e seu advers�rio nas urnas, Tarso Genro (PT). Segundo ela, nos �ltimos anos a receita do Estado aumentou 6%, enquanto as despesas subiram 12%. "Como fechar a conta desta forma?", questionou. Ela afirmou que, se eleita, ir� diminuir o n�mero de secretarias e de cargos de confian�a. A senadora condenou o que considera uma inefici�ncia na condu��o do governo estadual. "Temos um ambiente burocr�tico, sem competitividade. Estamos perdendo empresas para outros Estados devido � demora para emitir licen�as", indicou.
Tamb�m lamentou que o projeto de renegocia��o das d�vidas dos Estados com a Uni�o n�o tenha avan�ado mais - a proposta que prev� a mudan�a do indexador foi aprovada na C�mara e esta � espera de vota��o no Senado, prevista para novembro. Entre as poss�veis solu��es para sanar as finan�as ga�chas, ela apontou para uma poss�vel articula��o pol�tica que promova uma esp�cie de compensa��o nas contas da Uni�o e dos Estados. "Temos cr�ditos oriundos da Lei Kandir que n�o s�o repassados, e o governo federal leva 13% do que arrecadamos", revelou.