S�o Paulo - Eduardo Campos avaliou e selecionou pessoalmente os dois pilotos que compunham a tripula��o do Cessna Citation que caiu em Santos h� uma semana, matando o candidato e outros seis ocupantes do jato executivo.
O ex-governador de Pernambuco gostava de avi�es. Segundo um t�cnico do centro de manuten��o de Sorocaba, onde foi feita a revis�o de rotina do jato PR-AFA h� cerca de dois meses, os pilotos contaram que Eduardo Campos tamb�m fez ao menos um voo de teste a bordo do Cessna. Indicado pelo PSB para concorrer � Presid�ncia da Republica em 14 de abril, Campos passou a usar o 560XL quase em seguida - �s vezes, levava parentes nas viagens.
Campos preferia sempre sentar-se na fila da esquerda, na primeira poltrona, logo atr�s da cabine de comando. A posi��o oferece mais espa�o para as pernas e facilita contato direto com os pilotos. Havia tamb�m uma pequena mesa retr�til e conex�o para computador port�til.
O presidenci�vel chamava Cunha de "meu bispo", uma brincadeira com o nome completo do piloto (Geraldo Magela da Cunha) semelhante ao do cardeal Geraldo Majella Agnelo, arcebispo em�rito da Bahia.
Para amigos e assessores que voaram com ele, ficou a mem�ria do homem calmo, que se imitava a experimentar o lanche dispon�vel na pequena copa do avi�o e exigia foco na agenda de cada compromisso, revisando cada etapa exaustivamente.
A presen�a de t�cnicos da empresa fabricante do Citation, a americana Cessna, e da canadense Pratt & Whitney, respons�vel pelos motores, na investiga��o do acidente � normal. Especialistas do Cenipa, �rg�o da Aeron�utica que conduz o processo, t�m controle de toda a opera��o. Segundo um oficial da �rea, "a contribui��o dos estrangeiros limita-se ao fornecimento de informa��es".
Hip�tese coerente
Para o analista de avia��o Richard Saunders, ouvido pelo jornal "O Estado de S. Paulo", a hip�tese de uma falha no sistema de flaps, freios aerodin�micos destinados a expandir a �rea de sustenta��o da aeronave, "� coerente com o fato de o dispositivo ter sido localizado recolhido, quando deveria estar aberto".
Saunders n�o descarta a ocorr�ncia do fen�meno "over thrust", que acontece quando a turbina supera seu limite e perde pot�ncia em vez de ganhar for�a. Ambos os motores estavam sendo exigidos ao m�ximo durante a arremetida executada pelo comandante Martins.
Autoridades federais apuram a condi��o formal da propriedade do PR-AFA, listado entre os bens da AF Andrade Empreendimentos e Participa��es. O grupo atravessa dificuldades financeiras. A aeronave, avaliada em US$ 10 milh�es, estaria sendo vendida por US$ 7 milh�es.