Cumprindo uma tradi��o brasileira de que a pol�tica tamb�m � neg�cio de pai para filho, novos herdeiros v�o se lan�ar na disputa eleitoral deste ano em Minas, sozinhos ou em dobradinha com seus pais. Uma pr�tica que tem a sua face mais vis�vel nas fam�lias Bias Fortes e Andradas, que, de pai para filho, se alternam no poder h� d�cadas na Zona da Mata. Como n�o poderia deixar de ser, pelo menos uma herdeira estar� nas urnas, a advogada Danuza Bias Fortes, filha do ex-deputado federal Crispim Jacques Bias Fortes, candidata a deputada estadual pelo PR, que n�o � toa tem como slogan a “manuten��o da tradi��o”. A sucess�o eleitoral familiar n�o tem preconceito, vale para a disputa ao cargo de deputado federal ou estadual, sendo que a prefer�ncia � sempre pelo v�cuo pol�tico deixado pelo patriarca, sempre no mesmo partido.
Mas, mesmo com o apoio familiar, a disputa n�o � f�cil para ningu�m. Propaganda eleitoral gratuita, iniciada na ter�a-feira, deixou claro que, em alguns casos, � preciso refor�ar o parentesco. Durante os desfiles dos candidatos do Partido Verde (PV) na televis�o, o candidato Daniel Roberto Soares, filho do ex-deputado federal Ant�nio Roberto – aposentado por invalidez ainda no seu primeiro mandato na C�mara dos Deputados – conseguiu alguns segundos para se apresentar. Com pouco tempo, fez quest�o de aparecer ao lado do pai, que pode apenas sorrir. Daniel Roberto pretende ocupar a mesma cadeira do pai na Casa Legislativa.
Outro herdeiro, o democrata Misael Varella, que se arrisca agora na disputa pol�tica para manter os votos dos eleitores do pai, faz quest�o de posar ao lado do deputado federal Lael Varella, que, depois de sete mandatos decidiu pendurar as chuteiras. Toda a propaganda pol�tica de Misael, em panfletos impressos ou nas redes sociais, tem a foto do patriarca ao fundo, na tentativa de n�o deixar a cadeira do pai para aventureiro.
Dobradinha
Mas a m�xima de que “filho de peixe, peixinho �” pode ser aplicada antes mesmo da aposentadoria dos patriarcas. O deputado federal Lincoln Portela (PR) nem pensa ainda na aposentadoria e j� esta com seu bloco na rua para tentar a reelei��o. Isso, no entanto, n�o impediu que ele lan�asse seu filho L�o Portela para disputar uma cadeira na Assembleia de Minas. “Sempre fiz dobradinhas com deputados estaduais de bom n�vel, mas que n�o compunham um grupo pol�tico. Diante da capacidade profissional dele, decidi lan��-lo. Veio por m�rito n�o por ser filho”, disse. Por sua vez, L�o diz que a pol�tica em sua vida veio de forma natural. “Eu coordenei as quatro �ltimas campanhas do meu pai, ainda com 18 anos, e a minha candidatura foi uma exig�ncia das base”, diz.
Com o pai Celso Cota � frente da Prefeitura de Mariana, Thiago Cota (PSDB) n�o concorre com ele, mas decidiu se lan�ar na pol�tica, para deputado estadual. No ano passado, quando sua candidatura ainda se desenhava, Thiago justificou a escolha do seu nome: “Nosso grupo da Regi�o dos Inconfidentes est� sem representante na Assembleia”.
Sucessores de seus pais, alguns deputados j� s�o obrigados a mostrar a que vieram. � o caso de Gabriel Guimar�es (PT), que sucedeu seu pai, o tamb�m petista Virg�lio Guimar�es, em uma cadeira do Congresso, assim como Tadeu Leite, o Tadeuzinho (PMDB), que se elegeu o mais novo deputado estadual, sob as b�n��os de seu pai, o ex-prefeito de Montes Claros Luiz Tadeu Leite (PMDB). Mesma trajet�ria de Gustavo Perrela, que se transferiu para o Solidariedade (SDD), com assento na Assembleia de Minas, e agora tenta uma vaga na C�mara dos Deputados com o cacife do senador Zez� Perrela (PDT).Elei��es