Candidatura de Marina Silva divide apoio evang�lico

Bras�lia - A entrada de Marina Silva (PSB) como candidata � Presid�ncia da Rep�blica est� redesenhando o cen�rio eleitoral entre os evang�licos, grupo que representa 20% do eleitorado. Devota da Assembleia de Deus, Marina passou a atrair o apoio de l�deres evang�licos antes alinhados com o Pastor Everaldo (PSC), quarto colocado nas pesquisas. No novo contexto, quem mais tende a perder apoio das lideran�as evang�licas � a presidente Dilma Rousseff.

Com templos em cerca de 500 munic�pios brasileiros, a Igreja Fonte da Vida � comandada pelo Ap�stolo C�sar Augusto, que integrou um grupo de apoio a Dilma em 2010. “O quadro mudou muito. As nossas expectativas n�o foram supridas. Houve um desgaste com rela��o ao governo do PT”, afirmou o ap�stolo, que dava como praticamente certo o apoio ao Pastor Everaldo at� a morte do ex-governador Eduardo Campos, ent�o candidato � Presid�ncia pelo PSB, em um acidente a�reo no dia 13. “Eu represento dois milh�es de pessoas e, dos l�deres que tenho contato, a tend�ncia � que talvez 80% migrem para a Marina”, avaliou.

No coro contra Dilma, destaca-se Silas Malafaia, l�der da Assembleia de Deus Vit�ria em Cristo. Ex-aliado de Lula, ele se diz perseguido pelo governo petista desde que pediu a pris�o dos condenados no processo do mensal�o em um evento religioso, h� dois anos, em Bras�lia.

O pastor, que apoiou Jos� Serra em 2010, tamb�m afirma ter outros motivos para fazer propaganda contra Dilma. “O PT pensa que n�s somos ot�rios e n�o estamos monitorando o que eles est�o fazendo. Tudo que � lixo moral, o PT apoia”, criticou, ao dizer que boa parte da legenda � a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Em guerra contra Dilma, Malafaia vai fazer campanha para Pastor Everaldo, mas diz que recebeu bem a entrada da ex-ministra do Meio Ambiente na disputa. “Se a Marina for para o segundo turno contra Dilma, eu vou de cabe�a com Marina”, afirmou.

Em 2010, Dilma conseguiu o apoio de grande parte dos l�deres religiosos ap�s fechar um acordo em que se comprometia a n�o trabalhar pessoalmente no avan�o de temas como aborto e casamento gay, que ficariam a cargo do Congresso. Neste ano, ainda n�o houve uma defini��o oficial no programa da candidata a respeito de temas desse tipo. Mas, nem mesmo a presen�a da presidente em eventos e templos religiosos tem dado retorno.

No in�cio do m�s, ela esteve em uma igreja em S�o Paulo da Assembleia de Deus, maior congrega��o evang�lica do Pa�s, com mais de 12 milh�es de fi�is. Entretanto, o presidente da Conven��o Nacional das Assembleias de Deus no Brasil, Bispo Manoel Ferreira, que recepcionou Dilma no encontro e participou de sua coordena��o de campanha em 2010, est� com Pastor Everaldo e ser� uma das atra��es da propaganda eleitoral do candidato.

Uma semana antes, Dilma participara da inaugura��o do Templo de Salom�o em S�o Paulo, ao lado do chefe da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, que foi um de seus aliados nas �ltimas elei��es. A igreja informou que vai se abster de apoiar qualquer partido e seus respectivos candidatos.

Entre os l�deres ouvidos, o �nico que ainda n�o tem posi��o definida � Robson Rodovalho. O bispo comanda a Sara Nossa Terra, que tem mais de mil igrejas espalhadas em todos os estados do Pa�s. Em 2010, ele apoiou Dilma Rousseff, mas agora diz estar desapontado com o partido da presidente.

“O PT perdeu muita credibilidade com os parceiros, n�o s� os religiosos. Uma pessoa (Dilma) faz um acordo, e os outros (membros do partido) n�o assinam embaixo”, criticou. Sobre a presen�a de Marina na disputa, Rodovalho disse que ser� bom para os evang�licos se houver “um bom di�logo com ela”.

Com forte atua��o na regi�o Norte, o ap�stolo Ren� Terra Nova, do Minist�rio Internacional da Restaura��o, vai manter a linha adotada nas �ltimas elei��es, quando apoiou Marina Silva. Por sua vez, o chefe da Igreja do Evangelho Quadrangular, M�rio de Oliveira, que apoiou Dilma em 2010, agora faz campanha com Pastor Everaldo e diz que vai “indicar o voto aos fi�is”. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.