O Conselho de �tica da C�mara dos Deputados instaurou nesta ter�a-feira, 02, processo disciplinar contra o deputado Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ), flagrado em conversas gravadas nas quais admite ter recebido propina. O presidente do colegiado, Ricardo Izar (PSD-SP), deve agora nomear um relator a partir de uma lista tr�plice sorteada nesta manh� e formada pelos deputados Wladimir Costa (PR-PA), Paulo Freire (PR-SP) e S�rgio Moraes (PTB-RS).
Depois de ser escolhido por Izar, a primeira fun��o do relator ser� elaborar um parecer pela admissibilidade ou n�o da representa��o contra Bethlem. Pelas regras do conselho, todo o processo precisar� ser conclu�do em 90 dias.
Apesar de ter sido instaurada hoje, � improv�vel que a representa��o por quebra de decoro parlamentar seja analisada antes do final desta legislatura, o que, segundo as normas da Casa, ocasionar� seu arquivamento autom�tico ap�s a virada do ano. Ap�s a revela��o das den�ncias, o peemedebista desistiu de se candidatar a um novo mandato.
A representa��o por quebra de decoro parlamentar foi elaborada pelo PSOL e encaminhada pela Secretaria-Geral da Mesa ao Conselho de �tica no dia 26 de agosto.
Em grava��es feitas por sua ex-mulher Vanessa Felippe, o deputado Rodrigo Bethlem diz que recebia comiss�es ilegais de ONGs contratadas pela Secretaria Municipal de Assist�ncia Social do Rio de Janeiro, pasta que chefiou entre 2011 e 2012.
Na representa��o, o PSOL argumenta que a conduta de Bethlem fere o C�digo de �tica e Decoro Parlamentar da C�mara e pede a cassa��o do seu mandato. "Da an�lise do conte�do da conversa, verifica-se que o pr�prio representado afirma que recebeu vantagens indevidas, sendo que de R$ 65 mil a R$ 70 mil de sua receita mensal provinha do conv�nio firmado pela Prefeitura do Rio de Janeiro para a finalidade do Cadastro �nico, recebendo ainda R$ 15 mil da empresa que fornecia refei��es (lanche) para as todas as ONGs", diz na pe�a o presidente do PSOL, Luiz Ara�jo.
A sigla tamb�m argumenta que Bethlem confessa na grava��o ter uma conta secreta na Su��a, o que, segundo Luiz Ara�jo, tamb�m configura ato incompat�vel com o decoro parlamentar.
Arg�lo
Nesta ter�a, tamb�m no Conselho de �tica, o deputado federal Luiz Arg�lo (SDD-BA) se defendeu das acusa��es de envolvimento com Alberto Youssef e disse que as trocas de mensagens com o doleiro, interceptadas pela Pol�cia Federal, tratavam exclusivamente da venda de um terreno em Cama�ari, na Bahia. Arg�lo afirmou ainda que nunca foi s�cio do doleiro em qualquer empresa, n�o intermediou neg�cios dele e disse que houve "vazamentos seletivos" para incluir seu nome no caso. Ele responde a um processo por quebra de decoro parlamentar por suposto envolvimento em irregularidades comandadas por Youssef.