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Estado de Minas

Candidatos ao governo do Rio trocam acusa��es em debate


postado em 03/09/2014 07:37 / atualizado em 03/09/2014 07:49

Rio - Os cinco primeiros colocados na disputa pelo governo do Rio partiram para o confronto aberto no debate promovido pela Rede TV e pelo site IG e encerrado na madrugada desta quarta-feira, 3. Acusa��es de liga��o com mil�cias e jogo sujo eleitoral, ataques envolvendo o ex-governador S�rgio Cabral Filho (PMDB), cr�ticas por favorecimentos a empreiteiras e concession�rias de servi�os p�blicos e express�es como "governo elitista, antipovo, discriminat�rio" e "coronelismo disfar�ado de

assistencialismo" marcaram o enfrentamento. At� Tarc�sio Motta (do PSOL), com apenas 3% na �ltima pesquisa Ibope, virou alvo. Teve de defender seu partido por causa das acusa��es contra a deputada de seu partido Janira Rocha na Assembleia Legislativa por supostamente desviar parte do sal�rio de servidores.

No primeiro bloco, no qual os candidatos perguntavam uns aos outros, foi Lindbergh Farias (PT) que disparou o primeiro "tiro". Perguntou a Luiz Fernando Pez�o (PMDB) por que estaria escondendo seu passado de ex-auxiliar de Anthony Garotinho (PR) no governo e o fato de ter sido indicado por ele vice de Cabral. Seguiu-se, entre resposta, r�plica e tr�plica, uma r�spida troca de ataques. Pez�o disse se orgulhar de sua trajet�ria.

"O senhor deixou a prefeitura (de Nova Igua�u que Lindbergh governou) com cinco anos de mandato para concorrer ao Senado", afirmou, lamentando que o advers�rio levantasse a quest�o, em lugar de discutir problemas do Estado. "Me desculpe, mas o eleitor tem o direito de saber a sua trajet�ria. O senhor esconde sua participa��o no governo Cabral, esconde Cabral no seu programa de TV", retorquiu Lindbergh. Ele afirmou que os nomes da pol�tica s�o os mesmos, citando Cabral e o ex-prefeito Cesar Maia (DEM). "Lament�vel. O senhor teve todo apoio dessas pessoas que relacionou", afirmou Pez�o ao senador. O candidato do PMDB disse ainda que Lindbergh se elegeu senador sem conhecer o Estado e sem conhecer Nova Igua�u.

Mesmo o cordato senador Marcelo Crivella (PRB) entrou no clima de confronto. Primeiro, acusou a "candidatura oficial" (Pez�o) de ser financiada por empresas de �nibus (o peemedebista nada disse). Depois, em parceria com Lindbergh, perguntou ao petista, que � paraibano, o que achava de um programa que supostamente teria atacado nordestinos. Lindbergh disse que o ataque ocorreu em um programa de r�dio de Pez�o, com suposto deboche contra os oriundos do Nordeste, zombando de seu sotaque.

"Sou nordestino com muito orgulho", afirmou. Ele tamb�m denunciou uma "campanha s�rdida", em que uma central telef�nica, a pretexto de fazer uma pesquisa, atacava ele e Crivella. "Nunca vi uma campanha como esta no Estado do Rio de Janeiro", disse o senador. Chegou a sugerir que Pez�o falasse do programa sobre nordestinos, mas o candidato do PMDB, de novo, ficou quieto.

Garotinho

Tarc�sio Motta (PSOL) acusou Garotinho e sua mulher Rosinha Garotinho, quando governadores, de terem negado direitos aos moradores da Mar�, onde recentemente a Justi�a Eleitoral apreendeu material de campanha de Garotinho e formul�rios de Cheque Cidad�o. "Voc� n�o acha isso uma afronta � democracia?", perguntou o candidato do PSOL. Garotinho negou responsabilidade no caso e lembrou que o programa Cheque Cidad�o foi encerrado h� sete anos, pelo governo Cabral.

Motta respondeu com sarcasmo. "Sabe o que caracteriza o mentiroso profissional? � acreditar na pr�pria mentira", atacou. Garotinho respondeu de forma parecida. "Sabe qual � o pior pol�tico? � aquele que esquece de olhar os seus pr�prios defeitos", atacou. "Quem v� o Tarc�sio falando, pensa que o PSOL � uma santidade. Esquece, por exemplo, que a deputada Janira, colega dele do PSOL, est� na Comiss�o de �tica respondendo por desvio de verba dos seus pr�prios funcion�rios de gabinete. Esquece que o prefeito pior avaliado do Estado, que saiu corrido da prefeitura e foi pedir ajuda para n�o ser cassado, � o prefeito de Itaocara, �nico prefeito do PSOL do Estado do Rio de Janeiro. Ent�o, o Tarc�sio fala como se fosse um santo, uma pessoa pura, como se no partido dele s� houvesse anjinhos. Tarc�sio, falar � diferente de governar. Um dia voc� vai ter essa experi�ncia."

Fracasso

Em um duro ataque, Pez�o acusou Lindbergh de ter fracassado na sa�de. "Lament�vel, senador. Ningu�m nascia em Nova Igua�u. A maternidade foi fechada. � lament�vel que em cinco anos de governo o senhor tenha tido cinco secret�rios de sa�de, aumentando a d�vida do Hospital da Posse em tr�s vezes", criticou. O senador acusou o advers�rio de n�o falar a verdade. "Queria ter oportunidade de perguntar ao senhor o que foi feito da Regi�o Serrana. O senhor ontem teve um papel lament�vel no programa de televis�o, tentando se aproveitar daquele drama da recupera��o da Regi�o Serrana, quando na verdade a situa��o l� � de abandono, de descaso." Mais adiante, Lindbergh disse que as candidaturas de Garotinho e Pez�o s�o a velha pol�tica dos �ltimos 16 anos. "Se n�o quiser votar em mim, olhe para o Tarc�sio, olhe para o senador Crivella", disse, dirigindo-se aos telespectadores. "Quanto ao candidato Pez�o, que foi agressivo aqui na pergunta anterior, devo dizer uma coisa para ele: ele � o grande representante das empreiteiras neste Estado do Rio de Janeiro. Se a gente fala da Delta, eu me pergunto por que a imprensa n�o faz essas perguntas ao candidato Pez�o, da sua rela��o com a empreiteira Delta e com outras empreiteiras envolvidas em v�rios esc�ndalos."

Os confrontos �speros n�o aconteceram apenas nos dois blocos nos quais candidatos perguntavam para candidatos. Tamb�m houve trocas de ataques em outras duas partes do programa, nas quais os postulantes ao governo do Rio respondiam a perguntas de jornalistas. Um desses enfrentamentos aconteceu depois que o jornalista Tales Faria, do IG, referindo-se a proposta de Garotinho de liberar o transporte alternativo, perguntou - para coment�rios de Pez�o - se n�o temia ressuscitar a farra das mil�cias no Estado.

Mil�cia

"Existe gente boa e gente ruim em todas as atividades", disse Garotinho. " A van vai aonde o �nibus n�o vai, entra na comunidade. Ent�o, precisamos parar com este lobby dos empres�rios de �nibus. Tem miliciano que dirige van? Pode ter. Agora, quem � mais nocivo � sociedade: o miliciano que dirige van ou o deputado que tem conta na Su��a e at� poucos dias era secret�rio da prefeitura do Rio de Janeiro, do PMDB? Quem � mais nocivo � sociedade, quem pega o dinheiro p�blico e vai dan�ar na boquinha da garrafa com guardanapo na cabe�a em Paris ou o pobre trabalhador que dirige van?". Ele se referia, sem cit�-lo nominalmente, ao deputado e ex-secret�rio Rodrigo Bethlem (PMDB) e � viagem de Cabral a Paris, que gerou fotos de secret�rios em uma festa.

Em seu coment�rio, Pez�o foi duro. "A liga��o da mil�cia com o ex-governador foi not�ria, o que fez com que milicianos fossem presos, mais de 600 presos", disse. "Em nosso governo, legalizamos 640 vans intermunicipais, que participam do Bilhete �nico, s�o registradas no Bilhete �nico. O prefeito Eduardo Paes, dentro da cidade do Rio, legalizou 3500 vans, ainda vai abrir edital pra mais vans."

Garotinho respondeu com ironia. "Ele dizer que a minha participa��o, que a minha liga��o com as mil�cias � not�ria... Acho que ele est� com amn�sia. Ele era secret�rio de Governo da Rosinha. S� se o pessoal se reunia l� na Secretaria de Governo por ele e eu n�o sabia. Pode ser...O gabinete era perto do meu... Mas eu n�o sabia todo mundo que ia l� se reunir com voc�. Pode ser que a turma da mil�cia se reunia com voc�. Porque a turma da banda podre da pol�cia quem botou para fora fui eu. E depois foram reintegrados pela Justi�a. Vamos parar com isso... Isso � persegui��o, isso � lobby do Pez�o e de boa parte da imprensa do Rio de Janeiro, que � bancada pelos empres�rios de �nibus. Isso � lobby do seu Jacob Barata. Isso � lobby da Fetranspor (federa��o de empresas de �nibus). Isso � que tem que acabar no Rio de Janeiro", atacou.

J� Lindbergh aproveitou uma pergunta do jornalista Fernando Molica, do jornal "O Dia", sobre um rombo atuarial no fundo previdenci�rio de Nova Igua�u na �poca em que o senador era prefeito - sob investiga��o - para atacar Garotinho e Pez�o.

"N�o � um rombo, � uma d�vida da prefeitura, 75% feita pelo prefeito anterior, que n�o pagava a contribui��o patronal", disse. "Agora, tenho uma oportunidade para falar sobre processos. At� hoje, tudo que foi analisado pelo Supremo Tribunal Federal foi arquivado, tudo. Tudo arquivado. E vai ser tudo arquivado. Situa��o completamente diferente dos meus dois advers�rios. O candidato Garotinho foi condenado junto com o ex-chefe da Pol�cia �lvaro Lins, e o candidato Pez�o, que inclusive a imprensa do Rio de Janeiro n�o toca nesse ponto. Ele foi condenado por superfaturamento de ambul�ncias. E onde h� processo em cima da m�fia dos sanguessugas. Sou ficha limpa, ao contr�rio dos meus advers�rios."

Turismo gay

Depois que Tales Faria lhe fez uma pergunta sobre turismo gay, Crivella, que � bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, negou ser preconceituoso e pareceu irritar-se. "� (sic) s� esses assuntos que voc�s tocam comigo. S� religi�o e homossexualismo. N�o veem os mais de 400 projetos que apresentei. Isso sim � preconceito", atacou, arrancando aplausos de assessores. Ele afirmou ter sido discriminado na inf�ncia por ser evang�lico e prometeu respeitar "a religi�o e a op��o sexual" das pessoas.

No bloco final, Tarc�sio Motta continuou atacando. Ele disse que os confrontos protagonizados pelos advers�rios os fizeram lembrar-se do poema "Quadrilha" de Carlos Drummond de Andrade.


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