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Estado de Minas

'Igreja cat�lica n�o tem curral eleitoral', diz CNBB


postado em 07/09/2014 08:37 / atualizado em 07/09/2014 10:24

Bras�lia, 07 - Prestes a realizar um debate entre os candidatos � Presid�ncia da Rep�blica - o evento est� marcado para o pr�ximo dia 16 -, o secret�rio-geral da Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), d. Leonardo Steiner, afirma que a Igreja Cat�lica “n�o tem curral eleitoral”. O coment�rio alude ao ativismo pol�tico de pastores evang�licos como Silas Malafaia e Marco Feliciano, este �ltimo deputado federal que presidiu a Comiss�o de Direitos Humanos da C�mara em 2013. “Toda orienta��o � dada para que os padres n�o falem dentro das igrejas sobre candidatos”, afirma.

D. Steiner diz, por�m, que o fato de o Pa�s ter neste ano entre os favoritos para chegar ao Pal�cio do Planalto uma pol�tica evang�lica que faz quest�o de ressaltar sua religiosidade - e � apoiada por Malafaia e Feliciano - n�o o preocupa. “As institui��es nunca podem deixar de dialogar, independentemente de quem seja. Independentemente da f� que essas pessoas expressam”, afirma, referindo-se � presidenci�vel do PSB, Marina Silva.

O secret�rio-geral da CNBB critica, na verdade, os pol�ticos que se aproximam dos templos apenas em �poca de elei��o. “Igreja n�o � palanque”, diz o l�der cat�lico.

O candidato a vice-presidente da Marina Silva, Beto Albuquerque, disse que “nem a pol�tica deve mandar na religi�o, nem a religi�o na pol�tica”. Como o senhor v� essas declara��es?

Quando falamos de Estado laico e de o Estado cuidar da religi�o, estamos falando da necessidade das pessoas terem a liberdade de expressar a sua f�. Agora, as pessoas que expressam a sua f� s�o cidad�os. E esses cidad�os devem ser ativos na sociedade para ajudar a construir a na��o brasileira. N�o existe Estado sem cidad�o, porque as institui��es s� existem enquanto existem pessoas. A grande maioria dos brasileiros s�o pessoas de f�. A religi�o tem fun��o muito importante, na quest�o dos crit�rios, dos valores essenciais, das rela��es m�tuas. A religi�o tem elementos que podem ajudar a construir a sociedade e por isso tamb�m a pol�tica.

A religi�o deve influenciar a pol�tica?

O exerc�cio da pol�tica acontece com as pessoas. A f� interfere na pol�tica da pessoa, no modo de fazer a pol�tica. Se interferisse mais, provavelmente n�o ter�amos tanta corrup��o. N�o ter�amos alian�as �s vezes esp�rias. Estamos esquecendo que � a pessoa que faz a pol�tica, estamos colocando como duas coisas estanques: religi�o e pol�tica. S� existe religi�o porque existem pessoas, existe pol�tica porque existem pessoas, e esse elemento de fundo n�o se discute. A pessoa que n�o tem f� expressa de maneira diferente a sua pol�tica.

Na opini�o do senhor, a corrup��o ent�o est� associada a uma falta de f� das pessoas?

A uma falta de valores que a religi�o deveria dar. � s� come�ar a campanha eleitoral que come�am a surgir alguns “milagres”, como os candidatos indo �s igrejas para pedir votos, almo�ando em restaurantes populares, visitando favelas. Isso � s� marketing?

Isso, se ocorre s� na elei��o, n�o � salutar para a pol�tica. Agora, naturalmente os candidatos precisam estar presentes, se mostrar... Igreja n�o � palanque, mas n�s sabemos que muitos candidatos t�m ido a eventos, n�o s� agora, mas em outros momentos...

O sr. comentou que a f� afeta a maneira de fazer pol�tica. A candidata do PSB, Marina Silva, por exemplo, l� a B�blia para orientar a sua tomada de decis�es. Essa � uma boa postura para um presidente da Rep�blica?

� uma boa postura na medida em que (um pol�tico) n�o obrigue ningu�m a fazer (igual). Pode ser um bom exerc�cio, quando alimenta a grandeza da pr�pria f�. Sem desmerecer a an�lise da realidade, sem deixar de levar em considera��o os conflitos sociais, a quest�o dos direitos, dos pobres, a educa��o para todos.

Sem deixar de lado a racionalidade?

A racionalidade, de novo, no sentido de conseguir dar a raz�o, n�o no sentido de ser frio. A gente poderia at� falar no sentido, S�o Pedro fala, “dar as raz�es da f�”, � conseguir perceber o fundo das quest�es.

O fato de Marina Silva ser evang�lica e ter grandes chances de se eleger presidente da Rep�blica n�o vai afetar o relacionamento entre a Igreja Cat�lica e o Pal�cio do Planalto?

As institui��es precisam dialogar. Como pessoas, representamos institui��es. As institui��es nunca podem deixar de dialogar, independentemente de quem seja. Independentemente da f� que essas pessoas expressam.

O di�logo com a Marina j� existe?

Sim, como a gente tem di�logo com o A�cio (Neves), t�nhamos um di�logo franco com o Eduardo Campos, como dialogamos com a presidente (Dilma Rousseff). O di�logo faz bem e principalmente porque representamos institui��es que t�m tarefa importante - ajudar a construir uma sociedade.

Como o sr. v� a campanha pol�tica tratar de temas como legaliza��o de drogas, aborto e casamento civil gay? Esse � um debate enriquecedor ou serve apenas para polarizar a sociedade e dividi-la entre conservadores e progressistas?

Considero importante discutir esses temas, no sentido do cidad�o saber o que os candidatos est�o pensando. Seria prejudicial se, com as respostas, n�s come��ssemos a criar determinadas imagens depreciativas, r�tulos. Quando n�s desejamos avaliar um candidato, n�s n�o podemos avali�-lo por uma proposta s�, temos de avaliar pelas diversas propostas.

As declara��es dos pastores Marco Feliciano e Silas Malafaia nas redes sociais sempre ganham muita repercuss�o. A Igreja Cat�lica tem adotado uma postura mais discreta no debate eleitoral?

N�o � tarefa nossa, n�s n�o temos curral eleitoral. Inclusive toda orienta��o � dada para que os padres n�o falem dentro das igrejas sobre candidatos. A Igreja Cat�lica tem posi��o no debate, tanto � que no dia 16 teremos debate da CNBB com os candidatos a presidente.

A CNBB � uma das maiores defensoras da reforma pol�tica. As manifesta��es de junho conseguiram tirar os pol�ticos da “zona de conforto” e convenc�-los da import�ncia do tema?

Sem press�o da sociedade n�o acontecer� reforma pol�tica. Para a reforma pol�tica existe uma exig�ncia muito grande: n�o se pode pensar em partido, � preciso ter um amor muito grande pelo Brasil. E mais: � preciso ter uma no��o da grandeza da pol�tica. As informa��es s�o do jornal


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