Integrante da equipe econ�mica da campanha presidencial do PSDB, o economista Mansueto Almeida afirmou nesta quinta-feira, que n�o ser� poss�vel, num curto prazo, estabelecer ajuste fiscal forte que abranja uma redu��o da carga tribut�ria.
"Imposs�vel voc� economizar dois pontos do PIB em um ano com corte de despesa. Nunca aconteceu no Brasil, desde 1988, quando se olha as contas p�blicas � muito f�cil ver que voc� n�o consegue uma economia t�o grande cortando despesa, at� porque 90% do or�amento voc� n�o consegue cortar", considerou. "No Brasil, n�o d� para fazer ajuste fiscal forte pelo lado da despesa num curto prazo. Ajuste fiscal, recuperar o prim�rio, tem que ser uma pol�tica gradual que vai durar de dois a tr�s anos", ressaltou.
Na analise de Almeida, o pr�ximo presidente ter� dois desafios na �rea econ�mica: recuperar o super�vit prim�rio e come�ar um processo de negocia��o com o Congresso Nacional para mudar o regime fiscal, para ao longo do tempo abrir espa�o para redu��o de carga tribut�ria.
No entendimento do economista, a recupera��o do super�vit prim�rio tamb�m seria o caminho para melhorar a situa��o do setor produtivo. "Quando a gente consegue recuperar o prim�rio, retomar a trajet�ria de queda da d�vida bruta e l�quida, controlar a infla��o, que vai levar a juros menores, se cria todo um contexto, que � mais positivo para ind�stria, com�rcio e servi�os." O economista tamb�m defendeu que seja aplicada no Pa�s uma pol�tica industrial que promova a diversifica��o da produ��o.
Bancos p�blicos
Ao falar sobre o papel dos bancos p�blicos num poss�vel mandato de A�cio Neves, candidato presidencial do PSDB, Almeida disse que o partido � a favor do fortalecimento do setor como forma de incentivar a competi��o. Ele, no entanto, fez v�rias ressalvas sobre a forma como vem sendo conduzida a pol�tica de concess�o de subs�dios. "O governo vem pagando os subs�dios? N�o vem pagando nenhum tost�o... Todos os subs�dios dados no ano passado e neste ano ser�o devidos pelo pr�ximo governo."
Nos c�lculos do economista, o pr�ximo presidente ter� que arcar com cerca de R$ 40 bilh�es para pagar o que o atual governo concedeu de subs�dios nos �ltimos anos. "Se voc� olhar o �ltimo balan�o do BNDES, de junho, ele coloca no ativo que tem a receber do Tesouro R$ 21 bilh�es de subs�dio. Esse mesmo valor um ano atr�s era R$ 13 bilh�es. � um crescimento de R$ 8 bilh�es em um ano. Significa o crescimento de 61% de uma conta que o governo n�o est� pagando. E quando o pr�ximo presidente sentar na cadeira v�o mostrar para ele que ele tem uma conta de R$ 30 a R$ 40 bilh�es de subs�dios que este governo n�o pagou", criticou.
Com�rcio Exterior
O economista tamb�m criticou a atua��o do atual governo na �rea do com�rcio exterior. Segundo ele, a prioridade deve ser parcerias com pa�ses da Uni�o Europeia e com os Estados Unidos. "A gente n�o vai solucionar o nosso problema de integra��o mundial focando com�rcio com pa�ses de baixa renda, com problemas pol�ticos, em crise. O Mercosul � importante, s� que mais importante ainda � a gente buscar acordos comerciais com bases que sejam vantajosas para o Brasil, como EUA e Uni�o Europeia".