Florian�polis - A candidata do PSB � Presid�ncia, Marina Silva, dividiu palanque e pediu votos ontem para o deputado Paulo Bornhausen, herdeiro de uma das mais tradicionais fam�lias de Santa Catarina. “Meus amigos, vamos fazer a campanha de Paulo, para que ele seja o nosso senador”, afirmou Marina ao participar de um ato pol�tico em Florian�polis.
Marina, que defende a chamada “nova pol�tica”, pela qual promete governar ao lado dos “melhores”, relativizou os la�os familiares do novo aliado e repetiu o discurso de que h� pessoas boas em todos os partidos. “O Paulo � herdeiro de um nome, de um pai que tem um posicionamento pol�tico. N�o vou dizer que uma pessoa, por ter um la�o de parentesco, deve ser punida ideologicamente por isso”, disse. Ela tamb�m defendeu os posicionamentos ambientais do deputado, que foi secret�rio de Desenvolvimento Econ�mico Sustent�vel de Santa Catarina at� abril. “Se perguntarem aos ambientalistas, das pessoas que viram o seu trabalho como secret�rio, eles podem testemunhar que ele tem um posicionamento compat�vel com a agenda que n�s defendemos”, afirmou.
Marina tamb�m j� “subiu” no palanque eletr�nico do candidato. No hor�rio eleitoral, ela aparece sorridente ao lado de Bornhausen, afirma que ele � um “deputado federal atuante” e o elogia por ter ajudado a aprovar a Lei da Ficha Limpa no Congresso.
O pol�tico catarinense entrou no PSB no ano passado a convite de Eduardo Campos. Com a morte do ent�o cabe�a de chapa em 13 de agosto, Marina herdou os compromissos firmados por ele, mas tem feito campanha somente para os candidatos que acredita ter o perfil defendido por ela.
O deputado conquistou at� mesmo a simpatia dos aliados de Marina no Estado. Miriam Prochnow, porta-voz da Rede Sustentabilidade em Santa Catarina, classifica a conviv�ncia com Paulinho como “tranquila”. “N�o d� para condenar uma pessoa pelo seu passado. Hoje ele n�o tem ideias que v�o de encontro ao que a gente defende”, afirma a marineiro. O candidato a deputado estadual Leonardo Secchi (PSB), um dos entusiastas da Rede, partido que Marina tentou criar sem sucesso, admite, por�m, que sempre � questionado nas ruas por estar no mesmo partido de Bornhausen. Diz que tem tido dificuldades para explicar a alian�a para os seus poss�veis eleitores. “Esse sobrenome pesa”, afirma. Segundo ele, “pelo menos” Jorge, o patriarca da fam�lia, est� afastado da campanha. “Sen�o seria mais complicado.”
Um grupo de 15 estudantes ligados � Uni�o da Juventude Socialista (UJS) fez um protesto contra Marina durante a passagem da candidata por Santa Catarina. Os jovens questionaram justamente o apoio dela a Bornhausen. “Aqui em Santa Catarina ela (Marina) prega uma nova pol�tica, mas se junta com a maior oligarquia que ainda persiste em nosso Estado, que � a fam�lia Bornhausen”, disse o estudante de Direito Yuri Becker, de 22 anos. O grupo tamb�m se manifestou a favor do casamento gay.