Proposta de Dilma virou aumento de tarifas, diz Castelar

S�o Paulo - Armando Castelar, assessor econ�mico do candidato � Presid�ncia da Rep�blica, A�cio Neves, afirmou nesta quarta-feira que a "pol�tica energ�tica do governo Dilma (Rousseff) � um desastre." Segundo ele, a administra��o federal adotou medidas com foco de redu��o de custos no setor que repercutiram em "aumento de tarifas enormes."

"A pol�tica de derivados de petr�leo � outro desastre e compromete sa�de financeira da

Petrobras", disse Castelar. "A Petrobras se tornou uma empresa muito alavancada e n�o pode ter lucro, devido � necessidade de colocar esparadrapos na infla��o", afirmou. Ele ressaltou que a estatal est� com uma situa��o financeira muito ruim e que, ao mesmo tempo, a Eletrobras precisa de nova capitaliza��o. "Empresas de distribui��o dependem da mesada da Camara de Compensa��o de Energia", disse.

Castelar tamb�m ressaltou que um dos fatores que diminuiu investimentos pelas empresas no Brasil foi o "esvaziamento e politiza��o" das ag�ncias reguladoras. "O governo adotou um modelo de investimentos com juros (negativos) do BNDES", disse. "Contudo, o BNDES n�o est� sendo bem utilizado, temos um caminh�o de subs�dios", destacou. Ele afirmou que em um governo A�cio Neves os subs�dios ser�o reduzidos de forma substancial, pois a melhor gest�o macroecon�mica vai melhorar a confian�a de empres�rios e vai reduzir os custos de financiamento na economia.

Ele participou hoje de debate promovido na capital paulista com os colaboradores econ�micos dos principais candidatos que disputam a Presid�ncia da Rep�blica nessas elei��es. Castelar tamb�m criticou duramente a condu��o da economia na gest�o da presidente Dilma Rousseff. "Derrubar ind�stria para n�o ter apag�o, acho que n�o � ter uma boa pol�tica". O economista foi contestado por Alessandro Teixeira, um dos principais colaboradores econ�micos da presidente Dilma. "A presidente est� atuando sim em defesa da ind�stria nacional."

Infraestrutura

Teixeira disse que a falta de investimento em infraestrutura � um problema de "longos anos", numa cr�tica indireta � gest�o do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. "Foi na gest�o petista que as ind�strias come�aram a se internacionalizar", disse, citando a pol�tica adotada nos �ltimos doze anos pelo BNDES. "N�o basta gostar ou querer participar da cadeia global de valores, o governo Dilma vai continuar defendendo a ind�stria com foco no conte�do local."

O ex-deputado Maur�cio Rands, um dos formuladores do programa econ�mico da candidata do PSB, Marina Silva, disse no debate que o vi�s que existe na atual pol�tica industrial brasileira est� olhando para tr�s. "Precisamos olhar para frente e eliminar os entraves que tornam a nossa ind�stria competitiva". Rands disse que a ind�stria n�o pede protecionismo, mas o fim dos entraves, como a falta de investimentos em infraestrutura e a interven��o cambial. "Elimine-se o custo Brasil e a ind�stria brasileira ser� competitiva, este modelo que est� a� levou � estagna��o e foi t�o mal sucedido que precisou de interven��es pontuais."

Um dos principais focos de ataques no debate entre os tr�s colaboradores econ�micos do PT, PSB e PSDB foi o governo da presidente Dilma. Rands e Castelar falaram que o os candidatos de sua legenda v�m destacando nesta campanha eleitoral que o governo Dilma � intervencionista, que falta planejamento e o setor industrial vive uma crise. J� Teixeira defendeu a petista, dizendo que ficar� claro nos pr�ximos meses o resultado positivo das a��es adotadas pela presidente da Rep�blica, inclusive em termos de investimentos. No debate sobre a �rea energ�tica, Castelar falou "na heran�a maldita" que o governo Dilma vai deixar e classificou de "trag�dia" a pol�tica energ�tica da atual gest�o.