Embora ainda seja considerada uma hip�tese pouco prov�vel, a campanha da presidente Dilma Rousseff voltou a trabalhar com a possibilidade de enfrentar o senador A�cio Neves (PSDB) no segundo turno. Esse cen�rio estava praticamente descartado pelo comit� de Dilma nas �ltimas semanas, mas os articuladores da presidente acreditam que a ex-ministra Marina Silva (PSB), segunda colocada nas pesquisas de inten��o de voto, est� passando por um processo acelerado de "desidrata��o", o que poderia abrir espa�o para uma recupera��o de A�cio na reta final da elei��o.
Isso levaria os petistas a retomar a estrat�gia inicial que vinha sendo adotada at� a morte, em agosto, do ent�o candidato do PSB Eduardo Campos: apostar na compara��o dos governos de Dilma e do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva com os oito anos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
"Como j� est�vamos prontos para enfrentar o PSDB, n�o temos problemas", afirma o senador Jorge Viana (PT), coordenador da campanha de Dilma no Acre. A ideia de ter mais uma elei��o decidida com base na polariza��o com os tucanos agrada o senador. "Sempre defendi ser o A�cio o melhor advers�rio (num segundo turno). � mais percept�vel e o eleitor trabalharia com mais tranquilidade", conclui.
Apesar de Marina perder for�a nas �ltimas sondagens eleitorais, os petistas alegam que, pelo cen�rio atual, o mais prov�vel � que ela passe para a pr�xima etapa da elei��o. O senador Humberto Costa argumenta que os votos que Marina v�m perdendo nas pesquisas eleitorais n�o est�o migrando para A�cio. "Ele teve um crescimento mais para voo de galinha", diz.
Com a presidente consolidada em primeiro lugar nas pesquisas, a campanha de Dilma j� prepara muni��o para o segundo turno. A avalia��o � que os ataques desferidos contra Marina surtiram efeito e foram eficazes para abrir uma vantagem sobre a ex-ministra. Com as urnas apuradas no pr�ximo domingo, a ordem ser� continuar investindo no que consideram "contradi��es" e nas propostas econ�micas da candidata do PSB que, segundo o PT, colocam em risco programas sociais e repetem o "receitu�rio neoliberal".
Costura
Em outra frente, o comit� j� se prepara para ca�ar no segundo turno suporte entre as dissid�ncias de partidos aliados. Os coordenadores acreditam que, com A�cio fora da disputa, haver� espa�o para fazer alian�as com partidos e diret�rios estaduais que embarcaram no projeto do PSDB.
O vice-presidente Michel Temer, que tamb�m � presidente nacional do PMDB, tem mantido conversas com os caciques locais em Estados como Bahia, Cear� e Rio de Janeiro, que no primeiro turno apoiam (formalmente ou n�o) A�cio.
"O presidente Michel Temer est� trabalhando isso desde o come�o. Ele n�o cortou rela��es e di�logo com ningu�m", diz o deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS). Se o tucano ultrapassar Marina, Temer vai buscar di�logo com diret�rios como o do Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Pernambuco, que se aliaram � ex-ministra.
Para o PMDB, maior sigla da base aliada e com grande capilaridade no interior do Pa�s, costurar uma rede de aliados para o segundo turno aumentar� o poder de barganha do partido no pr�ximo mandato. O PMDB ocupa hoje cinco minist�rios, mas briga por mais espa�o na Esplanada em mais um governo Dilma.