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Estado de Minas

O "homem-bomba" que denunciou propina na Petrobras est� em casa

Beneficiado pela dela��o premiada, ex-diretor da Petrobras ser� monitorado por tornozeleira em sua mans�o em condom�nio de luxo no Rio com tr�s empregados � disposi��o e um SPA


postado em 02/10/2014 00:12 / atualizado em 02/10/2014 08:04

Paulo Roberto Costa (de costas) deixa a sede da Polícia Federal em Curitiba escoltado, em direção ao Rio de Janeiro(foto: Albari Rosa/Agência de Notícias Gazeta do Povo)
Paulo Roberto Costa (de costas) deixa a sede da Pol�cia Federal em Curitiba escoltado, em dire��o ao Rio de Janeiro (foto: Albari Rosa/Ag�ncia de Not�cias Gazeta do Povo)

Curitiba e Rio –
Escoltado por tr�s viaturas da Pol�cia Federal, o ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras Paulo Roberto Costa chegou ontem � sua mans�o, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde cumprir� pris�o domiciliar. Paulo Roberto ser� monitorado 24 horas por uma tornozeleira eletr�nica e n�o pode sair do local, protegido por agentes federais, enquanto aguarda julgamento. O ex-diretor deixou a sede da PF em Curitiba, onde estava preso h� tr�s meses, �s 13h15. Por volta das 16h, chegou ao Aeroporto do Gale�o, na capital fluminense, e seguiu at� a casa em uma Pajero preta, sob a escolta de tr�s ve�culos e dois helic�pteros.

Ao descer do carro na porta de casa, j� com a tornozeleira, Paulo Roberto recebeu um abra�o caloroso de sua mulher ainda na cal�ada. Suas duas filhas, citadas nas investiga��es como laranjas do ex-diretor, tamb�m o receberam. O condom�nio onde ele cumprir� pena � arborizado e seguro, com cercas el�tricas. Para entrar, � necess�rio se identificar em duas guaritas de seguran�a; o acesso � vigiado por c�meras.

Mesmo com toda vigil�ncia, o ex-diretor n�o ter� motivos para reclamar do c�rcere. Em abril, detido em uma cela de 10 metros quadrados, Costa escreveu uma carta relatando maus tratos dos agentes penitenci�rios. Ele disse ter sido privado de banho de sol e at� mesmo de acesso ao sanit�rio. Desta vez, o delator ter� � sua disposi��o tr�s empregados: uma cozinheira, uma faxineira e um caseiro, segundo vizinhos e trabalhadores do condom�nio. No local, h� quadras esportivas, bosques arborizados e um SPA. O fluxo na portaria � de ve�culos modelo SUVs, al�m de importados de marcas como Mercedes Benz, BMW e Porsche. H� cerca de um ano, um im�vel na rua � casa de Costa foi vendido por R$ 5 milh�es.

O ex-diretor conseguiu cumprir pena em casa ap�s colaborar com as investiga��es por meio de dela��o premiada. Ele teria delatado ao Minist�rio P�blico Federal (MPF) o nome de pelo menos 32 pol�ticos envolvidos em esquema de desvio e recursos da Petrobras.

Costa pagou fian�a de R$ 5 milh�es para deixar a carceragem e cumprir com o acordo de dela��o. Tamb�m ter� de pagar R$ 5 milh�es de indeniza��o e devolver bens aos cofres p�blicos, como uma lancha e um terreno em Mangaratiba, no Rio, ambos avaliados acima de R$ 1 milh�o, que teria recebido do doleiro Alberto Youssef.

Alvo da Opera��o Lava a Jato e preso desde 11 de junho na capital paranaense, Costa fez acordo de dela��o premiada com a Justi�a no fim de agosto, depois de saber que a PF poderia prender suas filhas. Ele prometeu revelar o que sabe sobre o esquema de desvio de dinheiro p�blico em obras da Petrobras, em troca de uma pena mais branda. Pelo acordo, o ex-diretor da Petrobras tamb�m se comprometeu a devolver R$ 70 milh�es aos cofres p�blicos, entre dinheiro e bens, por causa de sua participa��o em crimes cometidos na estatal

PROPINA Deflagrada em 17 de mar�o pela Pol�cia Federal, a Opera��o Lava a Jato desmontou um esquema de lavagem de dinheiro e evas�o de divisas que movimentou cerca de R$ 10 bilh�es, com ramifica��es na Petrobras. Os envolvidos, segundo a opera��o, eram respons�veis pela movimenta��o financeira e pela lavagem de ativos de diversas pessoas f�sicas e jur�dicas, com a participa��o de doleiros.

Al�m de citar em depoimento o nome senadores, deputados e governadores, Costa confirmou o recebimento de propina no valor de US$ 23 milh�es de uma empreiteira do exterior para facilita��o de contratos com a Petrobras. Todos os pol�ticos citados negam que tenham recebido recursos. A previs�o � de que Costa retorne a Curitiba no dia 8 para novo depoimento � Justi�a Federal sobre o esc�ndalo envolvendo a Petrobras.

Enquanto isso...

…CPI vai ao Supremo


O presidente da CPI mista da Petrobras, senador Vital do R�go (PMDB-PB), afirmou ontem que vai pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) acesso � �ntegra da dela��o premiada feita pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa. Vital do R�go disse que, at� no m�ximo segunda-feira, a comiss�o vai enviar um of�cio ao ministro Teori Zavascki reiterando o pedido. O senador est� na Para�ba, onde disputa o governo do estado. A avalia��o dos congressistas � de que a CPI, por ter poderes de investiga��o, j� pode obter os depoimentos do ex-diretor a partir da homologa��o da dela��o. A comiss�o j� havia aprovado um requerimento que permite � CPI o compartilhamento de todas as informa��es dos inqu�ritos e processos da Opera��o Lava a Jato. Na semana passada, uma comitiva da CPI reuniu-se com Zavascki, com o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, e com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, para pedir c�pia das declara��es de Costa. O grupo recebeu de Zavascki e Janot a promessa de que v�o ter acesso. Mas n�o ficou claro no encontro em qual momento processual isso vai ocorrer.


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