Lula p�e todas as fichas em S�o Paulo

S�o Paulo - Na reta final da campanha, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva intensificou a participa��o em eventos pol�ticos no chamado "cintur�o vermelho", conjunto de redutos hist�ricos do PT formado por munic�pios e bairros perif�ricos da Grande S�o Paulo.

O desempenho da presidente Dilma Rousseff no principal col�gio eleitoral do Pa�s � a prioridade do comit� petista. Cerca de tr�s semanas atr�s, Lula convocou publicamente o partido a concentrar a campanha em S�o Paulo e prometeu ir �s ruas. O resultado animou o partido. Em uma semana, segundo o Ibope, Dilma subiu de 26% para 29% das inten��es de voto, enquanto Marina Silva (PSB) caiu de 34% para os mesmos 29% da presidente. Petistas calculam que, se Dilma subir outros tr�s pontos no Estado, passa a ter chances de vencer no 1.º turno.

O ex-presidente cumpriu a promessa de se concentrar em S�o Paulo. Desde o dia 23, Lula participou de 12 atos pol�ticos em nove cidades. Apenas duas n�o s�o administradas pelo PT (Barueri e Itapevi). Na capital, o ex-presidente privilegiou tradicionais redutos petistas como Campo Limpo e Capela do Socorro, na zona sul, e Cidade Tiradentes, no extremo leste.

Sem moleza

Nesta quarta-feira, 1º, na Capela do Socorro, Lula deixou clara a estrat�gia de focar as atividades em regi�es historicamente simp�ticas ao PT com grande n�mero de eleitores. "Esta regi�o provavelmente � onde os candidatos do PT tem mais votos desde que o partido foi fundado. Aqui tem mais de 600 mil habitantes, � maior do que alguns Estados brasileiros", disse o ex-presidente. "At� s�bado a gente tem que trabalhar muito, a gente n�o pode dar moleza sen�o os advers�rios atropelam a gente."

Em todos os eventos Lula carrega Alexandre Padilha, candidato ao governo do Estado, e pretende manter a estrat�gia at� domingo. Hoje eles estar�o em Diadema e S�o Miguel Paulista. No s�bado, o destino � S�o Bernardo do Campo, ber�o do PT.

"Ele tem sido incans�vel. Quer participar de todas as agendas. Ontem (ter�a-feira) foi em quatro lugares. Hoje (ontem) queria ir em tr�s, mas eu falei para ele descansar um pouco e dar um refresco para a voz", disse o candidato.

Embora considerem remota a chance de Padilha chegar ao 2.º turno, petistas pr�ximos de Lula avaliam que evitar um vexame do partido em S�o Paulo � fundamental. Padilha � mais um "poste" de Lula, mas, ao contr�rio de Dilma e do prefeito de S�o Paulo, Fernando Haddad, que venceram as elei��es, o desempenho do ex-ministro da Sa�de, em terceiro lugar nas pesquisas, pode romper � "aura de invencibilidade" de Lula.

A express�o foi usada pelo senador Jos� Sarney (PMDB-AP) para dizer que o petista j� n�o tem a mesma influ�ncia sobre o eleitorado. A interlocutores, o ex-presidente diz ainda acreditar em Padilha, mas deixa claro que o maior objetivo da agenda intensa em S�o Paulo � eleger Dilma.

"Trabalhamos com a perspectiva de 2.º turno, mas acreditamos que a Dilma chegar ao final do 1.º turno crescendo � muito importante", disse o presidente do diret�rio municipal do PT, vereador Paulo Fiorilo, um dos respons�veis por organizar as agendas do ex-presidente na capital. "Por isso o PT municipal j� priorizou o 'cintur�o vermelho' e agora o Lula veio refor�ar."

Ontem � noite, em com�cio ao lado de Padilha em Cidade Tiradentes, Lula lembrou que a mesma estrat�gia foi aplicada na elei��o de Haddad, em 2012. "Quando a campanha do Haddad estava em dificuldade, eu disse: 'Vamos sair do centro e vamos para a periferia. Aqui na Cidade Tiradentes o PT nunca perdeu'", afirmou.

Lula foi obrigado pelas circunst�ncias - em especial a entrada de Marina na disputa - a se concentrar em S�o Paulo. A estrat�gia inicial previa que o ex-presidente rodasse o Pa�s se revezando com Dilma nos Estados mais importantes.

No ano passado, Lula chegou a dizer que seria uma "metamorfose ambulante" da presidente e a representaria em com�cios a que ela n�o pudesse ir.