S�o Paulo - Em duas semanas, a vantagem relativa de Marina Silva (PSB) sobre A�cio Neves (PSDB) para passar ao 2.º turno presidencial caiu pela metade. Em 15 de setembro, ela tinha 3,8 vezes mais chances do que o tucano. Na ter�a-feira, a diferen�a era menor: 2 para 1. Sua vantagem caiu 46%, mas a chance de Marina ainda � o dobro da de A�cio. � o que mostra um modelo estat�stico desenvolvido pelo Ibope e pelo Estad�o Dados, com base no potencial de voto.
"Se as curvas de inten��o de voto dos dois candidatos (Marina e A�cio) continuarem com as tend�ncias recentes, h� uma probabilidade de elas se cruzarem em algum ponto no futuro pr�ximo", diz a CEO do Ibope Intelig�ncia, M�rcia Cavallari. Mas n�o � poss�vel prever se isso acontecer� antes da elei��o.
O modelo estat�stico desenvolvido pelo Ibope e pelo Estad�o Dados simula todas as combina��es poss�veis de vota��o de Marina e A�cio, e depois calcula quantas dessas combina��es beneficiam um ou outro candidato. Segundo os resultados da pesquisa Ibope divulgada na ter�a, 67% dessas combina��es levariam Marina ao 2.º turno contra Dilma Rousseff (PT), e 33% levariam A�cio. Duas semanas atr�s, essa propor��o era de 79% a 21%.
As simula��es de resultado s� se aplicam a A�cio e Marina. As taxas de inten��o de voto de Dilma (39%) e dos candidatos nanicos (3%) s�o dadas pela pesquisa Ibope mais recente, e a taxa de brancos e nulos (10%) pelo hist�rico de vota��es para presidente. Logo, a soma das taxas de Marina e A�cio tem que dar obrigatoriamente 48%.
O m�nimo e o m�ximo de votos que Marina e A�cio podem ter s�o diferentes entre si - ou ambos teriam chances iguais de chegar ao 2.º turno. Pisos e tetos determinam quantas combina��es de resultado levariam Marina ou A�cio ao 2.º turno.
Piso
O piso eleitoral � calculado pelo potencial de voto exclusivo de cada candidato. Ou seja, quantos eleitores dizem que votariam com certeza nele e apenas nele. O m�nimo de votos para Dilma foi de 33% na mais recente pesquisa Ibope, contra 16% para A�cio e 20% para Marina. Quanto maior o piso, mais chances tem o candidato.
O c�lculo do teto eleitoral � mais complexo. Ele se baseia em outro modelo estat�stico desenvolvido pelo Ibope e pelo Estad�o Dados e divide o eleitorado brasileiro em tr�s grupos: pr�-PT, anti-PT e vol�vel. A chance de um eleitor antipetista votar em Dilma tende a zero. J� a chance de um pr�-PT votar nela � superior a 80%. No eleitorado vol�vel h� maior equil�brio.
Os pr�-PT chegaram a 39% na mais recente pesquisa Ibope. S�o aqueles eleitores que se enquadram em pelo menos tr�s das cinco condi��es seguintes: � benefici�rio do Bolsa Fam�lia, aprova Dilma, acha seu governo bom ou �timo, diz ter prefer�ncia partid�ria pelo PT e descarta afirmar que n�o votaria nela de jeito nenhum.
Os anti-PT n�o se enquadram em nenhuma dessas caracter�sticas. Eles somam 33% do eleitorado nacional. Os restantes 28% s�o os vol�veis, que responderam positivamente a uma ou duas daquelas quest�es. Podem votar tanto na petista quanto nos candidatos de oposi��o.
Funil
O teto de vota��o � resultado de um funil. No caso de Dilma, s�o os eleitores dos grupos pr�-PT e neutro que n�o a rejeitam e que dizem que votariam nela com certeza ou poderiam votar. Feitas as contas, Dilma poderia ter, no m�ximo, 55% dos votos.
Nos casos de A�cio e Marina, o funil que calcula seu teto de vota��o tem a mesma f�rmula. � a soma dos eleitores que pertencem aos grupos vol�vel e anti-PT e que n�o rejeita o candidato (ou a candidata) e que poderia votar ou votaria com certeza nele ou nela. O teto de A�cio chegou a 38%. O de Marina vem caindo a cada nova pesquisa, mais ainda � mais alto: 40%.
A taxa de inten��o de votos na candidata do PSB apresentou queda ou oscila��o negativa nos �ltimos cinco levantamentos do Ibope - desde o in�cio de setembro, ela perdeu oito pontos porcentuais, ou um quinto de seu eleitorado.
Nos votos v�lidos - exclu�dos os votos nulos, brancos e eleitores indecisos -, a vantagem de Dilma sobre Marina subiu de 10 para 16 pontos em uma semana. J� a dist�ncia entre Marina e A�cio caiu de 11 para 7 pontos.