
S�o Paulo – Ap�s confirmar presen�a no segundo turno com 34% dos votos v�lidos, o candidato � Presid�ncia A�cio Neves (PSDB) abriu as portas para uma alian�a com Marina Silva (PSB), terceira colocada na corrida presidencial, ao se posicionar como s�mbolo da mudan�a em oposi��o � reelei��o de Dilma Rousseff (PT). “Todos aqueles que t�m como n�s o sentimento de que o Brasil precisa mudar para avan�ar ser�o muito bem-vindos nesta caminhada”, defendeu A�cio. Para o tucano, os projetos de PSDB e PSB s�o semelhantes e facilitam uma aproxima��o. “Se avaliarem nossos programas v�o encontrar mais pontos de converg�ncia que pontos divergentes.”
De olho nos 22 milh�es de votos recebidos por Marina Silva no primeiro turno, o equivalente a 21% dos votos v�lidos, A�cio Neves fez quest�o de sinalizar uma alian�a program�tica com a candidata pessebista. O ex-senador mineiro se mostrou disposto a incluir em seu projeto temas como o fim da reelei��o, sustentabilidade e manuten��o das conquistas socioecon�micas, pontos defendidos por Marina para uma alian�a. “Vejo nestes temas, e at� em outros, absoluta converg�ncia com o que pensamos e queremos para o Brasil”, afirmou A�cio. “Vamos aguardar a posi��o de quem disputou as elei��es. Obviamente estou aberto para conversar sobre um projeto de Brasil. Nossas propostas sempre poder�o ser aprimoradas.”
Al�m de “flertar” publicamente com Marina Silva, A�cio Neves enfatizou sua condi��o de oposi��o ao PT e contra-atacou as �ltimas cr�ticas de Dilma Rousseff. “Me surpreende ver a candidata oficial falar dos ‘fantasmas do passado’. Na verdade os brasileiros est�o preocupados � com os ‘monstros do presente': infla��o alta, recess�o, corrup��o”, rebateu, em resposta �s declara��es de Dilma feitas no domingo. “Estaremos de bra�os abertos para receber o apoio de todos que, como n�s, compreendem que este ciclo de governo do PT precisa ser encerrado, cuja marca na gest�o � o aparelhamento da m�quina p�blica.”
REJEI��O O candidato tucano escolheu S�o Paulo, onde teve expressiva vota��o, para dar a largada para a campanha do segundo turno. No estado paulista A�cio recebeu 44,22% dos votos v�lidos contra 25,85 de Dilma, apoiado por mais de 10 milh�es de eleitores. Ontem A�cio se reuniu na capital paulista com o governador reeleito Geraldo Alckmin e o senador eleito Jos� Serra, al�m de outras lideran�as tucanas e de partidos da base. “Assistimos no primeiro turno a vit�ria clara do sentimento de mudan�a que se espalhou pelo pa�s. A soma dos votos das candidaturas de oposi��o mostra isso de forma clara. Me sinto honrado por liderar a condu��o deste novo projeto para o Brasil e para os brasileiros no segundo turno”, destacou A�cio.
Diante da vota��o expressiva de A�cio em S�o Paulo, com diferen�a de 4 milh�es de votos sobre Dilma, o PSDB espera ampliar o apoio paulista, aproveitando a alta rejei��o do PT no maior col�gio eleitoral do pa�s. Eleitos com vota��o maci�a, com 57,31% e 58,49% dos votos v�lidos, respectivamente, Alckmin e Serra v�o intensificar as a��es como cabos eleitorais do presidenci�vel. “A palavra do A�cio atingiu o cora��o dos paulistas. S�o Paulo estar� junto para ajudar o Brasil a fazer as reformas que o pa�s precisa. Agora � A�cio na cabe�a”, defendeu Alckmin. “S�o paulo mostrou que tem vis�o de longo prazo e fez a diferen�a no primeiro turno em favor do A�cio. Agora queremos ampliar essa diferen�a”, disse Serra.
C�pula tucana j� come�ou ofensiva
S�o Paulo – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso iniciou uma ofensiva por telefone para conquistar o apoio de Marina Silva � candidatura de A�cio Neves. FHC e representantes da c�pula tucana j� procuraram interlocutores da ex-senadora para fazer a ponte que resultar� na alian�a eleitoral contra a presidente Dilma Rousseff (PT). “A�cio ganhando [no primeiro turno], a Marina tem que vir para nosso lado”, disse FHC no domingo, ap�s votar. Fora do segundo turno, Marina telefonou na manh� de ontem para os dois candidatos que seguem na disputa pelo Pal�cio do Planalto, para parabeniz�-los pelo desempenho na campanha, mas n�o tratou de apoio com nenhum dos advers�rios.
O coordenador-geral da campanha de A�cio, senador Jos� Agripino Maia (DEM-RN), disse que a coliga��o n�o quer apenas o apoio do PSB, mas de Marina Silva. Para ele, a ex-ministra � um s�mbolo da nova pol�tica. Em entrevista, ele disse que a ex-senadora ainda n�o foi procurada porque poderia ter ido ao segundo turno. “Ela � uma pessoa muito importante, seus votos t�m a mesma vertente do A�cio, daqueles que acham que o modo PT de governar tem que acabar. Ela tem sua individualidade, merece todo nosso respeito, pois ajudar� na constru��o de um Brasil novo.” E reiterou: “Queremos alian�a com Marina porque ela � um s�mbolo, um arauto da nova pol�tica. Seria muito importante que ela tomasse uma posi��o como l�der pol�tica, apoiando a candidatura do A�cio.”
CANAIS Em Minas, o presidente do PSDB no estado, deputado federal Marcus Pestana, disse que o partido ter� um di�logo “institucional e program�tico” com Marina. “N�o pode ser um simples arranjo eleitoral. Tem que ser um programa para mudar o Brasil”, afirmou Pestana. O tucano citou Ulysses Guimar�es (1916-1992) ao dizer que o combust�vel da pol�tica � a saliva. “Nas pr�ximas 72 horas vamos para Bras�lia e consolidar os v�rios canais que j� est�o abertos. At� o fiM de semana devemos amadurecer”, afirmou, em refer�ncia � alian�a com o PSB, PPS e com os militantes da Rede, partido que foi idealizado por Marina Silva, mas n�o foi formalmente criado.
Um dos motivos que levam Pestana a crer na alian�a � a presen�a dos economistas Eduardo Giannetti e Andr� Lara Resende, que s�o ideologicamente pr�ximos aos tucanos e fizeram parte da equipe que coordenou o plano de governo da candidata Marina Silva. “No primeiro turno j� havia grande converg�ncia”, destaca Pestana.
ARRECADA��O O comit� financeiro de A�cio Neves sentiu rapidamente os efeitos da passagem do tucano para o segundo turno. S� ontem, dia seguinte � divulga��o do resultado da primeira vota��o, a arrecada��o da campanha subiu cerca de 15% em compara��o com a m�dia da semana anterior. Ao ser questionado sobre a melhora na capta��o de recursos, o coordenador financeiro, Jos� Gregori, respondeu com um sorriso: “Opa! S�o financiadores que j� iriam nos ajudar, mas optaram por antecipar a doa��o”, disse. O volume de recursos n�o foi o �nico a crescer. A�cio, que passou as �ltimas semanas da campanha abordando pessoalmente os aliados para construir agendas, n�o deu conta de retornar a todas a liga��es que recebeu segunda.