Isabella Souto
Os coordenadores das campanhas de Dilma Rousseff (PT) e A�cio Neves (PSDB) mant�m a sete chaves as estrat�gias a serem usadas na propaganda eleitoral gratuita de r�dio e televis�o, que recome�a amanh� � noite. Aliados mais pr�ximos, no entanto, deixam escapar que os dois presidenci�veis usar�o t�ticas bem diferentes neste segundo turno para conquistar a prefer�ncia dos brasileiros no dia 26
Fontes ligadas � presidente Dilma contam que o PT vai mostrar as realiza��es dos 12 anos em que comanda o pa�s – especialmente no que diz respeito � �rea social – e fazer um comparativo com o per�odo de gest�o do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002). As pol�ticas econ�micas dos dois governos tamb�m ser�o debatidas, inclusive com cr�ticas ao ex-presidente do Banco Central, Arm�nio Fraga, anunciado por A�cio Neves como futuro ministro da Fazenda, caso seja eleito. Nos bastidores, a informa��o � de que ser�o usados v�rios takes de arquivo com cr�ticas ao tucano, que haviam sido preparados para o programa de primeiro turno mas n�o foram ao ar. Isso porque, com a morte de Eduardo Campos (PSB) em 13 de agosto e a substitui��o do candidato pela sua vice, Marina Silva (PSB), a artilharia petista se virou para ela, que em pesquisas de opini�o chegou a amea�ar uma poss�vel reelei��o de Dilma.
“H� muitas coisas do primeiro turno guardadas que ser�o desengavetadas agora”, disse uma fonte petista, sem entrar em detalhes. Um dos motes � mostrar que o governo de FHC – o principal patrocinador da candidatura de A�cio � Presid�ncia da Rep�blica – provocou desemprego, n�o reajustou os sal�rios e ainda implantou a privatiza��o de setores p�blicos, como � o caso da telefonia. Al�m disso, o PT vai mostrar que resgatou os brasileiros da mis�ria com programas de inclus�o social, tais como o Bolsa Fam�lia e o Minha casa, minha vida.
Investimentos no social ser�o justamente o principal mote do programa eleitoral tucano neste segundo turno. A ideia � tentar desmistificar a tese de que o tucano acabaria com as conquistas das classes mais pobres. Ao contr�rio, A�cio far� defesas dos programas sociais e indicar� melhorias que promover� neles, caso seja eleito no dia 26. De acordo com uma fonte do PSDB, o discurso ser� voltado para o “futuro” e os programas v�o evitar compara��es entre as gest�es do PT e PSDB. ”N�o vamos entrar no debate FHC e PT, apontar erros de 12 anos de gest�o petista, mas os problemas atuais e os caminhos que propomos.”
Os estados nordestinos tamb�m ser�o destacados nas propostas do tucano, com �nfase na divulga��o do Nordeste Forte, projeto lan�ado por ele durante o primeiro turno das elei��es e que traz um conjunto de medidas que tratam da qualifica��o da infraestrutura e log�stica. A t�tica � uma tentativa de reverter a baixa vota��o recebida na regi�o, onde foi escolhido por apenas 15,38% dos eleitores. Dilma Rousseff (PT) venceu em oito estados da regi�o, derrotada apenas em Pernambuco, estado de Eduardo Campos, para Marina Silva. A�cio n�o venceu em nenhum.
Campanha
Neste segundo turno, Dilma e A�cio ter�o o mesmo tempo de televis�o, ou seja, 10 minutos. Na primeira etapa da disputa, a petista contou com 11 minutos e 48 segundos, bem superior ao tucano, que teve 4 minutos e 31 segundos para apresentar suas propostas. A partir de amanh�, ter� in�cio a propaganda eleitoral no r�dio e na televis�o, que ser� veiculada at� dia 24, dois dias antes das elei��es. Debates televisivos podem ser veiculados no mesmo prazo. As campanhas de rua, com�cios e reuni�es p�blicas podem ser realizadas at� o dia 25. O resultado oficial do primeiro turno foi proclamado ontem, a partir de quando come�a o prazo de no m�nimo 48 horas para recome�ar o hor�rio gratuito.